Não temos ainda uma teoria da ciência de assentimento geral. Os dados não determinam completamente a escolha de teorias; as observações e os experimentos não proporcionam uma base suficiente para escolhas sem ambiguidade entre conjunto de suposições diretivas ou entre teorias rivais. A evidência negativa é menos importante do que a insistência popperiana anterior no papel central da refutação.

Não definiria ciência como o “conjunto de pessoas mantendo a economia científica a cada momento”. Talvez, ficaria melhor ciência como um esforço coletivo e sistemático para compreender o mundo natural e suas interações, envolvendo tanto seres humanos quanto instrumentos. No entanto, os grandes gênios faziam a diferença via intuição, pensamento puro – depois, elaboravam nos métodos e rigores científicos, e até mesmo se envolviam nas ladainhas dos pares.

Fazer Ciência dentro ou fora da academia, ou do país é mesmo um grande desafio. Depende muito de talento, boa formação mas, principalmente, de resiliência e teimosia. Significa persistir mesmo quando não se tem financiamento suficiente, mesmo quando seus trabalhos submetidos para publicação sejam duramente criticados por seus pares e rejeitados repetidas vezes. Significa ter a humildade de reconhecer que a maioria das críticas são justas. Teria mais a dizer, mas meu espaço espaço acabou.

vc já é pesquisadora, consagrada. não vai nascer de novo, então a pergunta q vc tem que responder, internamente que é foro íntimo, é se vai continuar trabalhando qdo teus proventos não dependerem mais de ficar carrigindo artigo de orientado. se vai pedir pro departamento te convidar prá ser professor agregado e manter funcionando a estrutura construída em torna da tua persona. essa estrutura tem potencial prá levar mais aluno prá dentro do laboratório...

Trabalhar com maçarocas de dados não é uma novidade, e nem a dissociação entre quem os produz e quem interpreta. Vide Tycho Brahe e Kepler.

A decisão de se tornar um cientista envolve várias considerações pessoais e profissionais. Se você tem uma paixão profunda por aprender, descobrir coisas novas e entender como o mundo funciona, uma carreira em ciência pode ser muito gratificante. Muitos cientistas contribuem significativamente para o avanço do conhecimento humano, melhorias na saúde, tecnologia e meio ambiente, impactando positivamente a sociedade. A ciência abrange muitos campos: biologia , química, ciências da terra etc.

A pergunta deveria ser: você quer ser cientista no Brasil ou em um país que leva a educação e ciência a sério? Sabemos qual foi a escolha da colunista. Para quem ficou, as preocupações nem chegam perto das questões levantadas no artigo. Aqui mesmo se você tem um bom resultado, corre o risco de não publicá-lo por falta de recursos. No Brasil só faz pesquisa quem tem vocação e gosta de passar dificuldades.

Uma das dissociações mais importantes para a nova geração de cientistas, que cresce e estuda enclausurada na bolha retrógrada da academia, é a que não é preciso estar na academia para ser cientista. Há um mundo enorme de possibilidades e laboratórios na indústria, com salário, infraestrutura, e principalmente cultura, dignos do século XXI. E a mobilidade é também muito maior, assim como o bem estar dos cientistas. Ser cientista e fazer ciência ainda é possível, só que não dentro da academia.

Muito interessante o texto. Terminei meu modesto mestrado há quase 15 anos, mas ainda recordo da obstinação dos professores por publicar (departamento tinha conceito 6 no CAPES, e eles não queriam perder essa posição). Pior ainda era o que eu assistia em cursos de conceito menor (faculdades longe de grandes centros, mas com boa verba) que comumente publicavam artigos com 6, 7 ou mais coautores e reciclavam dados à exaustão. Realmente, hoje deve ser difícil ser cientista e receber salário.

A pergunta hoje não é mais "você quer mesmo ser cientista?". A pergunta é mais trágica: "Você quer 'nascer' mesmo sabendo que terá uma dificuldade extrema de se tornar um "cidadão" de fato?". Ah, este cada vez mais instável e precário "mundo novo", onde cada vez mais, como diria Nelson Rodrigues: "não há nada mais antigo do que o passado recente". Hannah Arendt indagara angustiada: "Você pode imaginar um horror maior do que uma sociedade de trabalhadores sem trabalho; eu não!". Amanhã será pior!