Sérgio Rodrigues > Tradução por inteligência artificial é português no corpo mas inglês na alma Voltar
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Me irrita bastante o tal “no fim do dia” ao invés do bom e velho “ no fim das contas”.
Sou tradutor e intérprete em tempo integral desde há mais de 20 anos e compartilho da sua preocupação já faz alguns anos. Acho que você colocou bem a questão, só não concordo com "O importante é que ... seja um falante mais ou menos proficiente da lÃngua". O falante mais ou menso proficiente tem grandes chances de introduzir outros erros na tradução!
Magnifico como sempre!
Sou leitora voraz de livros. Como sofro ler eventually e sympathy traduzidos erradamente. Erros crassos conhecidos de todos tradutores básicos. Entre muitos outros...
O texto todo está ótimo, mas o último parágrafo está impagável.
Essa tradução do inglês a la Joel Santana é apenas fruto da preguiça do revisor. Tá de brincation, Folha?
Verdade Fernando, mas uma tradução bem feita exige mais do que isso. O tradutor que esta trazendo o texto para a sua lÃngua mãe precisa ter outras habilidades, para além de analisar os falsos cognatos, precisa saber interpretar, piadas, gÃrias, expressões idiomáticas e claro, isso tudo segue a dinâmica da cultura do pais de onde o texto tem a sua origem.
Fernando, desde que os jornalistas passaram a escrever de suas casas, não mais nas redações, não existe a figura do revisor. Até bons colunistas cometem muitos erros de português e fica por isso mesmo. Já sugeri que a seção "Erramos" da Folha também abordasse as falhas gramaticais e não apenas os erros de datas ou nomes, que, para o leitor, não fazem muita diferença.
E antes da IA ser tão presente e atuante, já havia traduções engraçadas (engraçadas uso para ser bonzinho). Como exemplo o uso abusivo do gerúndio.
Legal demais a frase final do artigo: "Será que, eventualmente, todos vamos realizar que a linguagem é sobre comunicando e relaxar?" Acredito que poucos verão a ironia nela. Ou acharão que o revisor comeu mosca. Parabéns pelo artigo
Demorei alguns minutos para entender o chiste (ao menos não foram horas). Como se diz hoje em dia, bugou meu cérebro.
Também me incomoda essas traduções sem respeitar as diferenças. Casual em inglês é informal, em português é acidental, por exemplo. As pessoas não sabem nem inglês nem português e acham que as palavras com grafia igual, significam a mesma coisa
Vou a um aniversário hoje. Traje acidental.
Perfeito! A mim também incomodam.
O negócio da IA é que ela está aqui pra tornar os trabalhadores mais produtivos. Não para substituir. O certo era os tradutores serem expertos em corrigir essas coisas, quem sabe afinar já de saÃda dos resultados da tradução computadorizada. Mas não serem substituÃdos. Poucas pessoas perceberam isso.
LuÃs, a IA vai substituir sim, não se iluda. Porem acredito que isso não vai acontecer na velocidade que esta se alardeando, enquanto isso o que podemos fazer é utiliza-la em nosso favor.
Os tradutores já há décadas são contratados para reescreverem ( corrigir já não sei se possÃvel) esse samba do crioulo doido. Ao fim e ao cabo acabam entregando, daà sim, uma tradução devidamente feita, não uma revisão , um copydesk.
Afastando um pouco seu radicalismo e relevando sua bolsonarização, até que Aldo Rebelo não deixa de ter razão na sua luta linguÃstica pela "lÃngua brasileira".
A Folha economizando na revisão de textos? The end of the picade!
The cow went to the swamp. Thanks, Millôr!
Faz tempo! Acho que no corte por economia os revisores foram os primeiros a dançar.
"Is the end of the picade".
Toda vez que começo, por curiosidade, a ler um texto do New York Times "traduzido" pela Folha, me divirto, tentando recompor o texto em inglês, já que o português não faz muito sentido. Daà vou na fonte e confirmo quase todas as minhas especulações. É uma vergonha que um jornal desse porte tenha perdido a vergonha a ponto de se comportar com um aluno da quinta série, que pega um texto em inglês, joga no tradutor do Google e entrega o monstrinho resultante para o professor, na maior cara de pau!
Coitado de mim que não consigo verificar o original porque sou monoglota. Mesmo assim, às vezes, pelo "conjunto da obra", consigo melhorar um pouco a tradução.
Num futuro previsÃvel ler deixará de ser algo recomendável, pelo menos os jornais.
Sou tradutora com mais de 20 anos de experiência e há muito tempo já comentava e previa esse tipo de ocorrência. Exemplo: um profissional se recusou a pagar o valor de uma versão p/ inglês de um artigo cientÃfico e passou o texto em um aplicativo de tradução, que traduziu "O papel dos aminoácidos..." em "The paper of the..." no lugar de "role of the amino acids", que seria o correto. Refaço aqui a pergunta que fiz então: o que acontecerá quando for um importante artigo cientÃfico?
Marcia, também faço tradução/versão de artigos cientÃficos há alguns anos, depois que me retirei da vida acadêmica, e percebo que as pessoas não valorizam este serviço, querem sempre um desconto. E acionam os tradutores de aplicativos. Mas boas revistas não aceitam tais trabalhos e pedem a revisão por um especialista para que o artigo seja publicado.
Lembro do artigo, atroz. E tem acontecido muito em toda a imprensa. A educação escolar está péssima e estranhamente esquecida pela Folha. O governo estadual fechou mais de trezentas escolas e não se fala nosso. Fez os três turnos para estudantes em vez de horário integral. Um horrendo secretário de educação. E a Folha caladinha, caladinha. Salvam-se alguns colunistas(como este) mas aos poucos vai substituindo os mais combativos.
Desculpa, mas isso vai muito além da qualidade da educação de idiomas no Brasil.
A riqueza (ou pobreza) ortográfica, sintática ou semântica de uma lÃngua é reflexo da nÃvel cultural dos seus usuários, que as melhoram (ou pioram). A nossa indigência cultural está refletida na lÃngua.
Ótimo texto. Quanto a necessidade de tradutores/revisores nas redações, vale a máxima da automação dos aviões: ainda se admite pilotos nas cabines por exigência dos sindicatos.
Aqui é o cliente (tem mais poder que o sindicato), que simplesmente não compra mais o noticiário quando este passa a ser ininteligÃvel...
Sérgio, sou seu leitor e admirador há muito tempo. Tenho um de seus livros, que consulto sempre. Psrabéns pelo seu trabalho de esclarecimento e educação sobre o nosso belo português brasileiro!
Adorei o texto. Otimista, quero acreditar que os revisores (humanos) serão mais valorizados.
Demitirão a IA?
Falando sério, pode fazer parte do processo de transformação de nosso idioma. Os lusitanos deviam tentar falar em sua lÃngua o que era dito pelos romanos. Deu no português.
Gostei do último parágrafo. Acho que foi feito com o tradutor do Google. Boa sacada!!!
Expressões como mutado, em vez de mudo; performance em vez de desempenho etc etc não agrega nada e apenas significa perda da nossa própria lÃngua.
Não é de agora mas há algumas décadas. É o famoso samba do crioulo doido. Reflete o desrespeito cada vez maior das grandes mÃdias bilionárias com relação ao seu público leitor.
E da avareza de quem prefere se expor ao erro no lugar de pagar um profissional competente.
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