João Pereira Coutinho > Hipócritas gentis infantilizam minorias porque elas são um bom negócio Voltar
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Muito obrigado, Coutinho!
Muito bom. Cada vez mais cirúrgico e ao mesmo tempo ponderado, o colunista sem se dobrar a modismos ou se propondo a dar pitos ideológicos, apresenta sempre ótimas reflexões. Interessante que eu no começo, tendo em vista minhas convicções à esquerda, implicava com ele, mas tá ai um liberal inteligente, afiado e muito bom de ler, mesmo nem sempre concordando com ele.
Fantástico! Não sei como os "defensores de minorias" , tão ativos nós comentários da Folha, ainda não começaram a xingar o autor.
Acho que você não entendeu o texto.
Por que xingar Coutinho? Ele não nega a existência das minorias ou a legitimidade de suas lutas emancipatórias. O mecanismo que ele desvela graciosamente só ajuda à causa e atende tecnicamente pelo nome de racismo estrutural, que opera inclusive na representação literária das minorias. O que Coutinho, querendo ou não, denuncia é a hipocrisia do sistema capitalista e não a legitimidade da lutas das minorias.
O racismo estrutural influencia as expectativas em torno das vozes e temas que são considerados autênticos para autores de determinados backgrounds. Isso leva a uma valorização menor de trabalhos que não se encaixam nesses estereótipos. Editoras, muitas vezes, operam com base no que acreditam que venderá. Se há uma percepção de que o mercado espera certos tipos de histórias de autores negros, isso influencia as decisões sobre o que publicar. Machado de Assis, atualmente, seria cancelado.
O filme Green Book também trata desse tema. Um músico talentoso e bem sucedido que parece fora de lugar apenas pela cor da pele.
De fato. Da mesma safra foi o Infiltrado na Klan, do Spike Lee. Aliás Green Book ganhou o Oscar de melhor filme, o que rendeu várias crÃticas de SpÃke por ser um filme feito por brancos. Só um pitaco pra passar o tempo...
Essa questão dos clássicos é pura verdade. Se você se interessa por um Platão ou Schopenhauer, já te olham torto. Sua obrigação é ler bell hooks (tem que escrever em minúsculo), Judith Butler e Michel Foucault.
E, pela primeira vez, concordo inteiramente com um texto do Coutinho
(cont.) não podem estar sintonizados com o que se faz de mais contemprâneo na música dos Estados Unidos? Acho que meu amigo queria ver os "bons negros" sorrindo felizes e tocando num "Mardi Gras" , ou solenes, num funeral, na década de vinte do século passado, , em New Orleans...
Há muitos anos, um grupo americano (ou estadunidense , como se diz hoje em dia) de jazz, formado inteiramente por músicos negros, apresentou-se no Teatro Amazonas, em Manaus. Era um jazz sofisticadÃssimo e a plateia, evidentemente totalmente despreprarada para aquela música, apladiu sem qualquer entusiasmo, por pura polidez. Na saÃda , um amigo comentou que os músicos tinham sido bem domesticados pelos brancos. Fiquei pensando: ora, só porque eles são negros não podem estar (cont.)
Que mentira escandalosa.
Muito bom. Sempre um artigo bem escrito. Obrigada
O negócio é voltar então para a época das leis Jim Crow, a que era considerada perfeita pelo Coutinho.
Leia de novo, Fernando. Se continuar sem entender, leia uma terceira vez.
Perfeito, existe o Nós e os Outros, e esse conceito vende, emociona. Assim as pessoas se dividem e acreditam que nada podem ter em comum com aquele outro grupo, o dos Outros. Existe um abismo que impede que a e b possam encontrar suas semelhantes. Não busca-se o ponto de intersecção e sim das caracterÃsticas que não possuem em comum. E assim criam-se estereótipos e cartilhas raciais, étnicas, de gênero, de ala polÃticas, de classe social, etc. Era assim que o Marketing categorizava um mercado.
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