Becky S. Korich > Palavras importam Voltar
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Curiosamente, a autora deixou escapar um uso incorreto da lÃngua no penúltimo parágrafo. Quando diz que, para Sócrates, algo não deve ser dito "se não for verdadeiro, bom OU útil", leia-se "se não for verdadeiro, bom E útil". As três condições são necessárias, não basta uma delas.
A autora teria dito que faltaram palavras em toda a Europa, que só surgiram quando seus paÃses foram invadidos, caso considerássemos a primeira metade do século passado, mas aà já era tarde. Hoje, do lado oposto, queixam se de manifestações que outrora cobraram.
Entendo que a autora esteja se referindo às palavras de Hannah Arendt em 1963, que escreveu sobre a banalidade do mal, em seu livro Eichmann em Jerusalém. Foi muito criticada na época e hoje está mais do que atual.
Em outro momento histórico, em 1939, a autora teria dito que faltaram palavras em toda a Europa, que só surgiram quando seus paÃses foram invadidos, mas aà já era tarde. Hoje, do lado oposto, na condição de opressor, queixam se de manifestações que outrora cobraram.
A lÃngua é o músculo mais forte do corpo e o mais subestimado... Imagina se as pessoas se preocupassem com a lÃngua da mesma maneira que se preocupam com o bÃceps e o glúteo?! Ótimas palavras, Becky.
A fala surge das cordas vocais e não da lÃngua. Pode ser a maneira de se expressar.
Becky, estude mais Haberman, que já disse “a verdade é um fato linguÃstico.” Esse pensamento vem buscando explicar como determinadas ideologias levam pessoas que parecem boas e descentes apoiar extermÃnio de outros. O seu exemplo de Ruanda esqueceu de colocar a disputa colonial no centro do genocÃdio.
Voce fala do autor David Haberman, ou foi erro de digitação e se trata do filósofo Habermas?
O signo linguÃstico em que a verdade é um fato linguÃstico é uma corrente do estruturalismo, em que não se esta valorizando o momento da enunciação, meios de produção e o sentido do que está sendo dito. Os signos linguÃsticos utilizados por alguns oradores são por vezes dêiticos que remetem a uma situação atual em que sugerem um certo ufanismo a uma causa, sem mesmo ter a necessidade de explanar qualquer ideia do que esta sendo falado. Somente o efeito manada com selvagerias está à flor da pele.
Leandro, a colonista chega a ser ingênua no inÃcio do texto, depois se revela. O exemplo de Ruanda é primário, mostra uma grande desconhecimento. Eu visitei Ruanda e o memorial do genocÃdio, conversei com sobreviventes. Espero um conteúdo melhor da Folha, mas infelizmente são poucos os que conseguem escrever textos interessantes e contribuir para reflexão. Grande parte faz esse discursinho cheio de bla bla bla sem conteúdo, frases soltas, cheias de empáfia e vazias.
Como queria demonstrar a colunista, a escolha das palavras e o tom imperativo desta fala só reforçam a digressão que ela fez: quanta agressividade e soberba nesta frase!
A linguagem sincrônica tange aos fatos e acontecimentos naquela ocasião em que foi mencionada, isolando-a da linguagem diacrônica que remete a fatos anteriores que possam a vir interagir e alterando o sentido e a corrente de pensamento optativo que se formou durante a linguagem sincrônica.
Temo um caso muito notório no Brasil, de um ex-presidente e futuro presidiário, que passará a sua vida toda e nem assim usará de sabedoria e coerência em suas palavras.
A verdade é aquela que corresponde aos fatos ou à realidade. Uma afirmação é verdadeira se descrever as coisas como realmente são. A verdade é determinada pela consistência e coerência dentro de um sistema de crenças ou afirmações. Uma afirmação é verdadeira se harmoniza sem contradições dentro de um conjunto de conhecimentos. A verdade é baseada na utilidade, eficácia e resultados práticos. Uma afirmação é considerada verdadeira se funciona e resolve problemas na prática. A verdade é construÃda
Palavras importam mesmo. Tanto é que, semana sim e semana também, a colunista usa palavras para tentar transformar quem apoia a eliminação da população civil de um território em vÃtima.
Disse tudo, Fernando, a articulista deveria citar, caso fosse imparcial, além de referência judaicas, também os escritos de Arlene Clemesha e Breno Altmann que, diferente dela, enxergam o outro lado. A história costuma ser contada pelos tais "vencedores".
Muito bom e vem de encontro a carta de Sao Tiago sobre a lingua como leme.
Sim.
Não seria ao encontro?
Interessante. O potencial criativo da linguagem nos faz defender a liberdade de expressão. O medo de sua efeito destrutivo nos faz defender a censura. Platão, discÃpulo de Sócrates, a defendia abertamente na República. Esse dilema está vivo ainda hoje, principalmente quanto à internet.
'O que ele defendeu é considerado crime no Brasil'. Exatamente o meu ponto. Há o consenso de que certos temas não devem ser ditos em público pelo potencial de dano à sociedade. Era o argumento de Platão para defender que certos trechos de Homero não deviam ser acessÃveis aos cidadãos de uma cidade bem administrada.
O poder da internet está relacionado ao número de seguidores. O que ele defendeu é considerado crime no Brasil, corresponderia a ele ter publicizado o sÃmbolo que todos conhecemos e que muitos são presos por isso. Não há problema ele debater em ambiente restrito sobre qualquer assunto, mas não pode publicizar, que no caso dele, ainda lhe garante retorno financeiro. Combater o crime, não é censura.
Isso existe é claro, é o lado publicidade da coisa. Mas opiniões espontâneas como aquela m.. do Monark também. O STF considerou significativa a possibilidade de ocorrer aqui algo como na Alemanha dos anos 30 e 40, se ele continuasse a falar coisas do tipo. Particularmente, não acho que ele tenha tanto poder assim.
No que se relaciona à internet, que também se aplica a grande mÃdia televisiva, não se trata exclusivamente da linguagem, mas de algoritmos que entregam as mensagens com muita precisão de conteúdo, local e momento. Querer fazer parecer uma reles mensagem lançada aleatoriamente é o argumento de quem fatura muito com algo sofisticadamente preparado e com resultados previsÃveis.
O ensinamento de Sócrates deveria ser uma oração matinal. Agora, do jeito que as coisas estão, se é bom; é útil.
Saussure aponta dois eixos através dos quais a lÃngua efetuaria suas relações visando o sentido: o eixo das relações sintagmáticas e o eixo das relações associativas. As relações sintagmáticas seriam as responsáveis por todos os aspectos lineares, desde o sequenciamento dos fonemas até os aspectos sintáticos de ordenação das frases. Já as relações paradigmáticas operam, a partir das associações, as escolhas possÃveis para compor o enunciado, determinando aspectos, os mais diversos.
Se a crÃtica da articulista deu-se em virtude da fala de Lula, comparando a ação israelense em Gaza ao Holocausto, ela tem razão, o silêncio à s crÃticas ajuda e muito ao genocÃdio de povo.
Gastar o latin exige, antes, olhar acurado. Ótimo texto.
Usar as três peneiras de Sócrates.
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