Dia 18 eu bebi e hoje vou beber de novo pra comemorar o dia do combate ao alcoolismo. Desconfio seriamente de quem não bebe. Acho que é gente que tem medo de perder o auto-pseudo-controle, nem deve ser escrito assim, mas vá lá. Como diria Chico: "E a gente vai tomando que, também, sem a cachaça. Ninguém segura esse rojão".

O alcoolismo é um grande argumento contra o livre arbítrio. Do ponto de vista psicológico, nós somos esse pedaço de massa cinzenta em nosso crânio.

Olha, Ruy, certamente esse sistema de comentários não é pior do que a biritância, mas é ruim pacarái, Jogou fora meu comentário, que saco. Enfim, em frente: bebo todo dia, não muito, sem cair no chão, bater carro ou na minha Amada. Mas pra ficar sem birita, só com esforço e/ou um remedim. Alcoólatra é o nome disso, ao que me conste. E, tal como o cigarro, cuja indústria já arrumou equivalente modernette, o "vape", posso apostar que a de birita já tem planos. O peçoau vai inventar birita seca.

O cultuado Dr Sócrates, tido como sofisticado e socialmente engajado, ídolo de parte militante da imprensa esportiva, pretensamente privilegiado intelectualmente, morreu em insuficiência hepática decorrente de cirrose alcoólica. Mas o lembrado é sempre o Garrincha

Parabéns pela coluna. Com um alcoólatra em recuperação (pra toda a vida que me resta), estou sempre apreensivo com o descuido e o desinteresse com que a sociedade trata esse assunto,

Parafraseando o grande (bebedor) Tom Jobim: Beber é bom mas é uma m*; não beber é uma m* mas é bom. Eu faço que nem o Millor: eu bebo grandes quantidades com moderação.

O lobby das bebidas alcoólicas é fortíssimo. É muito raro assistir a filmes, mini-series ou séries sem a presença dela nas cenas. Qualquer época e qualquer bebida. Atacam em conjunto. Se todos os locais que vendem bebidas fossem fechados às 21 horas, a violência doméstica e, em geral, cairia muito. Ouçam os chefes dos serviços de emergência e entenderão.

A fotografia escolhida é bem representativa. A apagada passagem de Garrincha pelo Corinthians, certamente afetada pelo alcoolismo, e amparado pelo carinho da Elza Soares, que sempre o amou.

Fabricantes de bebidas alcoólicas são grandes anunciantes (existe imprensa livre que combaterá o consumo?), financiadores de festas populares e contratação de personagens de grande impacto na mídia incentivando e se vangloriando pelo consumo, resta para toda a sociedade pagar o custo das doenças.

Valeu, Ruy! Acho que foi você também que escreveu aqui na Folha uma coluna com o lema ´Só por hoje` do AA.

Sou dependente química em recuperação e acho uma propaganda do álcool um verdadeiro escárnio.

Boa, leitura mais que necessária !

É a famosa hipocrisia seletiva de alguns por aí. E ainda ouvimos "usou drogas e álcool". A droga que realmente mais mata é vendida até na padaria.

Só tenho a agradecer. ao autor de tão precioso artigo. Depois de várias internações, luto diariamente contra a adicção. As ponderações do Ruy sempre fizeram parte das minhas reflexões e têm me ajudado bastante.

"por que whisky sim?" (Rita Lee, "Obrigado Não")

Brilhante e comovente a coluna de hoje. Necessária, leitura obrigatória.

Bebo, fumei. E digo: os oportunistas políticos proibiram a propaganda do cigarro e deixam da inocente cerveja. O cigarro, sou ex-fumante, faz mal para quem fuma. Já o álcool faz mal para quem bebe, família, sociedade. Quantos prejuízos não causam por aí o álcool? Mas, os oportunistas políticos deixam as propagandas da bebida .Bebo, dentro da razoabilidade, e neste ano fará dez anos que não fumo. E o vício mais bessta no universo é o cigarro.

Grato pelo artigo, Ruy. O álcool trouxe-me alguns problemas sociais, já sanados. Ainda não vieram os corporais. Faz 10 anos que deixei de fumar mas o álcool é uma dificuldade.

fomos e somos enganados com esse engodo de que beber relaxa e faz bem.

Um só miserável que perambula pelas ruas, sem teto, sem família, sem rumo já justificaria esse artigo. São milhões por esse Brasil afora com lares destruidos pelas bebidas alcoólica. Fabricantes dessa desgraça são os maiores patrocinadores e anunciantes da mídia nacional. E ainda tem miseráveis (de cérebro) cantando: bebo sim e vou vivendo. Triste!

Crítica pela esquerda: a fonte do Ruy secou?

Nossa, que falta de assunto do RUY!

CRÍTICA PELA ESQUERDA. Garrincha, a estrela solitária. Li. Ótimo. Mas isso mostra a falta de assunto do Ruy. Tenho tudo do Ruy. Ele é o melhor. MAS TÁ FALTANDO ASSUNTO, NOSSA ... TÁ PARECENDO A TURMA DA TV.

Cumprimento Ruy Castro que, tendo passado também pelo "vale da sombra da morte" como eu e tantos milhões de alcoólatras, nunca perde a oportunidade de chacoalhar o poder público e a sociedade sobre essa droga lícita e estimulada que é o álcool na vida daqueles tantos que não podem beber sem desenvolver alcoolismo.

Vícios, vícios, vícios? Quem não os têm? açúcar, chocolates, compras, pornografia, sexo, jogos, academia...até mesmo o sedentarismo pode ser viciante... todos em maior ou menor grau trazem prejuízos aos viciados, aos familiares e à sociedade. Restringir as propagandas pode surtir algum efeito, mas e o equivalente às principais mensagens subliminares ou diretas que estão nos filmes, na mídia, etc ? Somente a informação exaustiva sobre os danos pode ajudar. A censura apenas atiça a curiosidade

E o pior, há uma empresa do ramo etilista que contratou famosa figura religios@ para pregar a moderação no consumo...

Poetas já disseram que um bom vinho é "poesia engarrafada" e um bom bom uísque é "cachorro engarrafado". Há quem passe pela vida sem ter lido um verso decassílabo? Sem algum apreço pelo 'canis lupus familiaris'? Talvez! O poeta botafoguense, que só ia ao Maracanã para ver o anjo das pernas tortas despertar a alegria do povo, diria: "Passou por esta vida e não viveu".

A estupidez desses comerciais de bebidas está nos milhões gastos com a divulgação de um produto que sugerem consumir com moderação, só um pouquinho.

O alcoolismo causa muitos problemas. Na infância, fui com minha irmã visitar um parente propínquo. A casa era decrépita e em ruinas. Fiquei do lado de fora, minha irmã, corajosa entrou e me relatou os horrores do vício. Anos mais tarde um ébrio eufórico estava numa feira livre atacada por enxame de abelhas; com desibinição e gritos, lutava contra as abelhas. Meu pai pegou um cobertor, correu até a feira e enrolou o embriagado na manta e o trouxe para o terraço de casa. O bêbedo foi salvo.

Difícil falar de um hábito arraigado em grande parte da população. Bebe-se, porque todo mundo bebe ... Se vc é abstêmio ou ex-alcoólico, e vai numa festa, todos olharão atravessado para você, como se fosse um E.T. Não tem festa sem bebedeira. Aliás, festa não combina com refri ou água com gás, gelo e limão.

O nosso maior Senhor do vício é o Lemann, homem mais rico do Brasil, aquele da fraude nas americanas, da fraude da eletrobras, do patrocínio de políticos e grupos golpistas, de fraudes fiscais. Exemplo genuíno da elite do atraso. Fim do anúncio de álcool na tv, Internet e jornais.

É preciso desinstitucionalizar os estigmas sobre saúde mental. Enquanto a luta antimanicomial obteve reconhecidos avanços como os dispositivos de acolhimento da rede CAPS, o inelegível e sua trupe circense geraram violências, exclusão e o sucateamento das redes públicas.

Resta saber se o cronista bebe ou já bebeu e parou por algum motivo.

Resta saber se o cronista bebe ou já bebeu e parou por algum motivo.

Trazer Garrincha pra esse papo não leva a nada. Mesmo pq quase mais ninguém sabe quem foi. Por que não falarmos do discurso de b êbado feito pelo senador em cima da caçamba, como o Sr mesmo disse.

O desconcertante driblador não conseguia aplicar o mesmo swingado quando se tratava de ¨tomar um negocinho¨. Esquecia, certamente, de ¨combinar com os russos¨.

Eu bebo sim, estou vivendo

Coluna necessária. O alcoolismo é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil.