Bruno Gualano > Qual é a causa da degeneração da pele preta? Voltar
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Sim, são os cientistas que constroem a ciência, mas eles têm uma regra rÃgida, uma juÃza, a mãe natureza.
A ciência é indiferente à s questões humanas um equÃvoco falar que a ciência é a responsável, responsáveis são os cientistas que têm esse comportamento. A ciência só não é responsável como será por ela que se chegará a uma resposta definitiva e isenta de qualquer viés racista.
É um equÃvoco falar que a ciência é a responsável, responsáveis são os cientistas que têm esse comportamento. A ciência só não é responsável como será por ela que se chegará a uma resposta definitiva e isenta de qualquer viés racista.
Sei não, Seu Gualano, mas que foi uma dedada e tanto no'zóio da ciência, foi. Nem todos os cientistas têm essa responsa tão aguda, mas que hay brujas, Las hay, podicrê. Muito grato do texto!
Excelente artigo. Primoroso, assertivo, irrefutável! A ciência foi e, infelizmente, ainda é um lugar especial de reprodução do racismo. Identificar esta condição inegável é essencial para alteração efetiva das situações indesejáveis de racismo e discriminação racial.
A questão levantada pelo artigo, "qual é a causa da degeneração da ciência?", pode ser respondida pela epistemologia social, novo ramo que trata do conhecimento social, que é o conhecimento coletivo produzido através de relacionamentos e conecções dentro de um grupo particular, por exemplo, a comunidade cientÃfica. As práticas sociais podem trazer contribuÃções tanto positivas quanto negativas. O livro de Alvin Goldman, "Knowledge in a Social World", traz bons exemplos.
1.3. O conceito de ciência (como em Popper e Kuhn) não guarda qualquer relação com a disparidade/desigualdades de subgrupos populacionais em instituições de pesquisa e ensino. Dizer que a ciência é intrinsicamente racista é uma falácia. É justamente ela que explica que raças não existem e sua instrumentalização para fins eugênicos não tem bases em sua episteme.
2.3. Da mesma maneira, utilizar de dados da USP para um diagnóstico estapafúrdio a respeito da ciência a partir de sub-representações de subgrupos/coortes é pura desonestidade intelectual. Cerca de 63% dos servidores da UFBA são pretos e pardos. Com base em um dado desses é possÃvel se dizer que a ciência, enquanto tal, é menos racista??
3.3. Como o autor tem formação acadêmica, deveria formular um teste de hipóteses (ou resenha de) mais robusto (a) para algum modelo: como por exemplo, quais são as variáveis explicativas que fazem com que pretos/pardos/brancos/amarelos tenham taxas de aprovação/reprovação (diferentes, d )/premiações/presenças em pós-graduações/invenções (d) ? A sua tese (sic) soa determinismo metodológico puro com base em essencialismos radicais falaciosos. A Ciência e a USP agradeceriam muito sua contribuição.
Além disso, uma postura fatalista caracterizada por frases do tipo "a ciência é intrinsecamente racista" afugenta os mesmos jovens talentos negros que poderiam mudar o quadro. Precisamos muito de exemplos de pessoas negras mostrando que é sim possÃvel, em qualquer área do conhecimento. Espero que não leiam este artigo que tira qualquer vontade de entrar na academia, ou se o fazem, que leiam isto também: procure informações sobre ações afirmativas na universidade da sua preferência.
Então o que fazemos? Cancelamos a ciência? A subrepresentação de negros na ciência é absurda, mas não se pode usar referências de centenas e dezenas de anos atrás como se fossem representativas para a ciência de hoje. Tuskegee e HeLA são exemplos que constam em qualquer livro de bioética, analisados de todos os ângulos, e não são ignorados, pelo contrário, foram a base para orientações para análise ética de estudos cientÃficos feitos hoje em dia com pessoas pertencentes a minorias ou vulneráveis
Pessoal, não entendi a expressão "degeneração de ambas" se referindo a pele e cabelo negros . Fui ao dicionário, piorou: não foi no sentido de declÃnio, visto que o envelhecimento da pele clara é bem mais rápido. Se alguém puder vir em socorro da minha compreensão
Daqui a pouco chegam joelzito ou Magnoli da vida pra dizer que não é bem assim. A folha é desse jeito: nos brinda com bons textos como este e abre espaço pros mais sofisticados negacionismos.
Ou seja, depende do goto de quem lê
Há 70 anos, eu tinha 9 e estava na 4o ano do Grupo Escolar Paulo Setúbal, ouvi da professora que o Brasil era ótimo porque havia miscigenação. Ela explicou a palavra difÃcil: quanto mais pessoas brancas e pretas se casassem e tivessem filhos, com o tempo iriam ficar com a pele mais clara até branquearem. Minha colega de carteira, Idalina, preta, me olhou significativamente. Sempre lembro do episódio quando leio matérias como esta e a do rapaz rejeitado pela USP. Será que Idalina foi feliz?
Poderia ser o inverso - degeneração da cor branca ou amarela (como dói escrever isso) - não fosse o fato que nações europeias e asiáticas criaram sociedades dominantes. Os europeus quase foram dominados, pelos árabes e pelos mongóis, mas persistiram por meio de vitórias militares e outros fatos. As nações africanas nunca se estruturam a ponto de conseguir autoproteção para os seus cidadãos. Mas a história, para a matéria, começou no século dezessete. Fica difÃcil buscar ensináveis reais.
O racismo se expressa em todas as áreas, porque estas são exercidas por pessoas e, claro, majoritariamente brancas. Esses racistas brancos, maus seres humanos, será que nunca se imaginaram negros para perceber o que significa ser discriminado?
A ciência não é neutra. Interesses econômicos, sociais, podem incentivar algumas pesquisas e outras não. Hitler nomeou Heisenberg, o melhor estudioso do átomo na Alemanha para criar uma bomba nuclear, felizmente o projeto não foi concluÃdo. A questão moral de utilizar a bomba nuclear em Hiroshima e Nagasaki, onde mais de duzentas mil vidas foram ceifadas em fracção de um segundo, homens, mulheres e crianças, também é espinhosa.
Um dos melhores artigos publicados pela Folha nos últimos tempos. Afinal, se uma sociedade é racista, o fazer acadêmico e cientÃfico, de uma forma ou outra, também vai reproduzir essa sociedade.
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