A partenogênese é um desejo que as fêmeas narcisistas da espécie humana acalentam. Tudo isso no afã de se declararem autossuficientes e independentes do sexo oposto. Esqueceram de combinar com a natureza, ou a Lei da Evolução, já que não acreditam em Deus. E o Criador só observando, lá de cima, onde isso vai dar.

É verdade que homens não têm útero. Também não é menos verdadeiro que mulheres tenham espermatozoides. Nenhum ser humano é gerado sem a participação de um homem. Logo, não obstante não ter útero, tem todo o direito de opinar. Cada célula do nosso corpo reproduz todo o material genético do zigoto. São 46 cromossomos, onde cada um dos parceiros fornece, equitativamente, 23 cromossomos. O que a mulher abriga no seu útero não pertence exclusivamente a ela: é meio a meio.

Se não houvesse como evitar uma gestação indesejada, aí se poderia discutir a validade do aborto. Mas hoje, com os incontáveis e variados métodos de prevenção, desde preservativos até os implantes de pele, passando por injeções trimestrais e DIUs, todos de distribuição gratuita pelo SUS, até pílulas do dia seguinte, é desarrazoado querer aprovar um método tão invasivo, caro, antiquado e cheio de riscos para solucionar um problema que ocorre por mero descuido. Sem falar na doação da criança.

Dia desses, fui no Posto de Saúde aqui do bairro pra panhar minha insulina e vi umas caixas com preservativos masculinos e camisinhas femininas. Perguntei à moça como fazia pra pegar. Ao que ela respondeu: Só é pegar aí. Não tem burocracia nenhuma (não peguei, claro. Não sou adepto do sexo casual). É muita cara de pau batalhar pela descriminalização do aborto sob a desculpa de que são desassistidas pelo Poder Público.

Não é inteligente apostar no insucesso de todos os métodos seguros apenas para deixar uma brecha para o feticídio. A emenda pode sair pior que o soneto: a mulher morrer durante a matança do feto. Desprezar os métodos seguros é acreditar na Lei de Murphy, que todos sabemos que é falsa. Nesse caminhar, ninguém mais faria cirurgias, ou viajaria de carro, pois os riscos de acidente são bem maiores que os de avião, que também não tem risco zero. Sei não, viu. Seguem uma lógica perversa.

Puxasaquismo da Folha. Não tem nada de equilibrado ai. Usam a opiniao do leitor para referendo da conveniência!