Opinião > Cotas sociais, não raciais Voltar
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Eu sou um branco pobre que fez todo o estudo regular em escolas públicas. Em 1980 passei em medicina na UFPR. Nunca compreendi que um negro ou um pardo, nas mesmas condições sociais ou até melhores que as minhas, pudesse ficar com a minha vaga só por critérios raciais.
Primeiramente, compreenda uma coisa: da forma como está na legislação, as cotas raciais estão compreendidas nas cotas sociais, logo, um negro pobre poderia ficar com “sua vaga”, mas jamais um negro que não fosse pobre poderia ficar com a vaga pelas cotas. Sendo pobre na infância, você pode ter passado por inúmeras dificuldades, mas certamente não passou por episódios de discriminação e racismo, como todo negro no Brasil já passou diversas vezes.
Mexeu com a elitista USP, mexeu com a FSP.
Há certas tendências elitistas na USP. Mas a universidade é muito plural, tanto que hoje temos as cotas e os alunos lutam muito por isso - como lutamos na greve ano passado contra a precarização da universidade - e te digo mais: a Folha não gosta de universidade pública, vive atacando a USP.
Os editorialistas deveriam consultar cientistas comportamentais e psicológos especializados no efeito de preconceitos sobre indivÃduos e grupos. Alternativamente, podem ler o colunista Michael França. Negros pobres tem muito mais dificuldade para obter emprego do q brancos pobres, e ainda sofrem mais violência psicológica e fÃsica. É vergonhoso q o ùltimo paÃs a abolir a escravidão rejeite medidas afirmativas. O q a Folha pensa sobre isso é o mesmo q a extrema direita fascistóide.
Uma rara oportunidade em comentar um editorial de bom senso. Perfeito.
O Judiciário comete erros, por vezes condenam inocentes ou inocentam culpados. Por mais q seja aprimorado, os erros se repetirão. Pela lógica da Folha, devemos extinguir o Judiciário, pois nunca será perfeito, desconsiderando q, na maioria dos casos, justiça é feita. Também no caso das cotas o sistema é falho, mas na maioria dos casos, justiça é feita.
Ou, dizendo de uma forma que até o tico e o teco do editor possam compreender: “Querem jogar a criança fora junto com a água do banho.”
Dedo no'zóio! E paciência: eu até fui educadinho, mas não tenho tanta pra expor todos os argumentos, como você fez. Agradecido!
Não, dona Folha. Não é. Você não entendeu ainda do que se trata. Se trata de racismo que bloqueia oportunidades. Como diz a música do Caetano Veloso: você não entendeu nada. E o pior, não entende porque não quer entender.
E como também disse Caetano: “Como você é burrrro!”. O editor, não o João, que fique claro.
Gente, não é que o arju-mento não tenha *nenhum sentido*. Ele tem algum, indicado ao fim. Mas prefiro a posição do reitor: será revisto e aprimorado. Se querem "dados objetivos", peçam fotos de famÃlia, a certidão de nascimento do progenitor negro, do avô, façam-na presencial, sei lá. Mas a questão social não repara o atraso de vida pela pretidão. E, dá licença, todo mundo aà é grandinho: a raça é humana, fala-se aqui de etnia. Raça ruim, essa de editorialista...
O Eleito se insurgiu contra o editorial da FSP! Vou printar e pendurar na cabeceira da cama.
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