Ruy Castro > Tesouro da música brasileira quase perdido Voltar
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Nós tempos da Antiguidade, quando a tv ainda era em preto e branco, quem narrava Carnaval dizia; É uma pena que a tv não seja a cores. Nas colunas do Ruy, só posso dizer, é uma pena que a Folha não seja em áudio. Isabella Faria nos deve, não uma, mas muitas e revistas documentais com Ruy
Certa vez, no Morro, Elton tava mostrando numa Roda de Samba, a primeira parte de uma música nova, ainda sem segunda. Leva um recado, a quem me trouxe tanto desamor, diz que eu era um sofredor, e agora já não sou, o quê passou, passou. Paulinho, que vinha chegando, de pronto emendou a segunda: Vai dizer à minha ex amada, que ainda é seu meu coração, e que nas minhas madrugadas, não esqueço dela não!
Juta Lerda, que deleite! Essas histórias também não podem se perder, né? É memória cultural e de um tempo...
Ruy do céu! Jesus da Goiabeira! Viva o amigo sÃndico (que não é o Tim, queria saber seu nome...) o Chico Alves e o Ims! Cara, que horror pensar que um legado desses passou raspando pelo lixão: justo o Elton Medeiros? PelamordeZeus e de Lênin! Que bom que foi parar numa instituição mais do que decente, que vai digitalizar essa maravilha e botar no ar pra nóis, os curiosos, pros music@s desse mundão. Essa foi na trave, o Sete-Peles quase fez um gol: inda bem que essa luz ainda vai brilhar.
Um paÃs que permitiu que fosse incinerado o imenso patrimônio acumulado num antigo palácio imperial - falo, é claro, do Museu Nacional! - não faria o mesmo com algumas belas canções? O Brasil odeia sua própria cultura!
Ruy, não sei se estou movida por David Lachapelle. Heaven to hell. Estou convencida de uma co-autoria com você e as brilhantes autoras feministas. Não sei se é loucura ou os processos de desterritorialização, Ruy. Não sei.
Abençoado sÃndico.
Tô contigo e não abro: Jesus, daà da Goiabeira, pelaà pelo cabra. (Opa, cuidado, não é pelo Cabral)
O melhor do Brasil, não poucas vezes, está nas lixeiras.
Admiro muito as canções desse craque do samba, e a minha preferida também é Pressentimento, uma verdadeira joia do nosso cancioneiro.
Elton Medeiros, apesar de não ser uma figura tão amplamente reconhecida quanto outros Ãcones da música brasileira, teve uma influência considerável no samba e na cultura musical do Brasil. Ele dedicou-se profundamente ao samba, um gênero musical rico e complexo, mas que, em certas épocas, não teve a visibilidade ou apelo comercial de outros gêneros. Ele era conhecido por seu perfil mais discreto e humilde. A música sempre vinha em primeiro e a imagem em segundo. Faltou marketing pessoal.
Excelente lembrete, meu quase xará, também, Marcos Benassi. Infelizmente, devido a problemas econômicos, a Discos Marcus Pereira fechou e o seu valioso acervo de cento e quarenta e quatro álbuns, incluindo o primeiro do Cartola, hoje pertence à multinacional EMI, sendo atualmente parte do catálogo da Universal Music Group, que adquiriu a EMI, em dois mil e doze. Marcus Pereira foi uma figura marcante na cultura brasileira, atuando como publicitário, pesquisador e fundador da gravadora. Um abraço
Não faltou é nada não. Se você diz que faltou marketing pessoal, problema é do marketing pessoal, o marquetinge pessoal que lute. O gênio vai continuar imortal.
Ôôô Alexandre, aproveitando seu nome, lembrei-me do acervo do Marcus Pereira: Ruy, com quem está a posse dos fonogramas gravados pelo Marcus? Vou até olhar se caÃram no explodefai. Também são d uma riqueza de louco!
O telefone tocou novamente, Alexandre.
O incêndio no museu nacional e os tesouros culturais e ancestrais se unem às memórias perdidas, Ruy.
Hoje podemos ler o primeiro livro que foi escrito em tijolos de barro no meio digital, é o mesmo livro, só mudou o meio. É o mesmo, com as plataformas existentes podemos escutar facilmente músicas de várias tipos e culturas, mas quando busquei o jongo o que apareceu foi muito limitado, porque alguém estabelece um critério de apresentação de tÃtulos conforme o objetivo da plataforma. Quando as manifestações culturais populares brasileiras serão disponibilizadas digitalmente? E por quem?
cara se eu fosse religioso já mandava canonizar o Elton Medeiros. O acaso ou não, gratidão a quem recuperou as fitas valiosas da lixeira, parabéns! Qto ao Brasil, já dizia uma canção, não se merece.
Essa geração de nativos digitais está anos-luz distante do que ainda ontem foi a base da indústria cultural, analógica. Não veem arte em objetos plásticos com fitas magnéticas, não concebendo que esses objetos reúnem riquezas únicas, recuperáveis a partir a técnica. Tenho dezenas de vinis aqui comigo, recuperados de lixeiras já sem capas. Certamente, que os jogou não atentou para os conteúdos, pois viu apenas objetos.
Que tipo de paÃs joga sua cultura fora?!
Um paÃs que permite que um presidente da República feche o ministério da cultura.
Mais uma barbárie em nossa conta.
Viva o acaso vigilante!
Ruy: essa notÃcia foi a que chegou até você. Pergunto, terrificado: quantas mais aconteceram e que não são de seu conhecimento e que você nem pode dividi-las conosco?
Putz, Budu, mindeu até um arrepio...
Enquanto a cultura no Brasil for instrumento de disputa ideológica será isso aÃ.
De fato, há disputas ideológicas na cultura no Brasil, mas o fato narrado nada tem a ver com isso. Trata-se de algo muito pior, mais longevo, mais daninho, um nem-te-ligo geral quanto à nossa cultura, nada preservado, pois considera-se que só o que importa é "o momento" . Fitas cassete de um negro velho? Joga logo fora e vamos ouvir o último sucesso (funk ou sertanejo) no Spotify!
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