No Haiti e seus gatilhos de vulnerabilidade há muito a aprender para evitar que tragédias semelhantes de abatam sobre nações onde falta consideração aos seres humanos que precisam de trabalho, moradia, alimentação e bom preparo para a vida. A coisa é assim simples, mas a humanidade quer complicações onde possa ocultar suas cobiças e egoísmo.

5. E ainda, entre as iniciativas aptas a criar um ciclo econômico virtuoso no Haiti, poder-se-ia incluir 5. A criação de uma "Disneylândia", vale dizer um parque temático, em torno da lendária pirataria do Caribe, na ilha de Tortuga, que serviu historicamente como base para essas operações e que situa-se, vejam só, nos marcos do território haitiano. 6. A situação geográfica do Haiti, em posição central na bacia caribenha, dele faz uma espécie de vitrina para o conjunto de nações da área. Etc et

5. Iniciativas clássicas de desenvolvimento, capazes de desatar um ciclo econômico virtuoso, centrado na criação de empregos e na geração de renda, incluíram: 1. Instalação de um estaleiro de reparos navais na península meridional. 2. Construção de centrais hidrelétricas de média capacidade, aproveitando o curso veloz e impetuoso dos curtos rios do Haiti. 3. Construção de um aeroporto internacional a meio caminho entre Brasil e EEUU. 4. Produção de etanol com a reintrodução dos canaviais.(segue)

A autora quer "decolonizar" o Haiti (um termo abstrato, mas bastante visível nas universidades), mas o Haiti necessita construir um país com desenvolvimento e distribuição social dos frutos do trabalho.

4. O artigo da professora Renata ilumina uma série de condicionantes para a compreensão da atual crise e merece nossa atenta leitura, tanto mais que se trata de reflexão informada por experiência pessoal. O enigma político haitiano não será decifrado com respostas fáceis, como bem se deduz dessa leitura. Mas talvez, assegurado um mínimo de ordenamento legal e de vigência do estado de direito, possamos exercitar a imaginação política no sentido de iniciativas clássicas de desenvolvimento.

3. O "desânimo" americano para com o Haiti se traduziria, talvez, na fácil aceitação, beirando a indiferença, das fórmulas de segurança "terceirizadas", como a Minustah, força de paz das Nações Unidas sob comando brasileiro. Ou a mobilização de policiais congoleses, cogitada nos últimos meses pelo premiê ora demissionário. Não é implausivel que se chegue a um entendimento "hobbesiano" com a federação de gangues de Cerizier, caso mostre um mínimo de disposição de alcançar ama ordem.

2. Da localização do Haiti no interior do perímetro defensivo dos Estados Unidos podem-se deduzir os cenários mais dÍspares, num espectro que vai da aberta intervenção à simples abstenção e tolerância com a situação que o livre jogo das forças políticas do país venha a produzir. A possibilidade mais chocante seria concluir que os EEUU cansaram de tentar achar uma saída. Vale dizer, que desistiram do Haiti.

Quem tenta compreender o autêntico enigma oferecido pela experiência política haitiana talvez deva começar o estudo pelo contexto geopolítico, condicionado por um fato geográfico extraordinário. O Passo dos Ventos, a garganta formada por Guantanamo e do outro lado pelos braços da península haitiana, é a principal rota marítima entre o Canal do Panamá e a Costa Leste dos Estados Unidos. Vale dizer que a república do Haiti situa-se em ponto central do perímetro defensivo da superpotência.

A reportagem não fala nada sobre produção de alimentos no Haiti, sendo que a fome é um grande desestabilizador de qualquer estado.