Juliana de Albuquerque > O que é um romance negro ou judaico? Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Esse tema da identidade é muito interessante, ele é libertador por um lado, na medida em que faz emergir politicamente movimentos que requerem uma visibilidade e reparações para grupos que, no passado e no presente, sofreram e sofrem perseguição, violações, discriminação. Desde que saiam do vitimismo e proponham polÃticas de preservação de memórias e de reparação, acho perfeito. Algo que não concordo é defender criminosos, como eu vejo em algumas mentes (não vou pactuar com isso).
O mundo da literatura, por outro lado, é muito mais livre, criativo e cheio de nuanças, pelo qual se pode ir para um outro mundo, com algum grau de verossimilhança com o nosso. Talvez tenha até mais verdades sendo ditas na ficção (na representação) do que na realidade, que costuma ser mais dura, não muito aberta a sutilezas, tem-se que nela suprir necessidades, e alguém que escreve ficção geralmente não precisa se preocupar com o reino da necessidade.
O mais divertido é que o escritor se faz passar por um assassino fugido do sistema prisional, e a editora com a qual fala ao telefone acha isso o máximo. É perceptÃvel como alguns aplicam o progressismo até ao mundo criminal/penal, como se pessoas condenadas tivessem uma "verdade" que não conseguimos ver, ou gente que fala desse universo como se ele não lhe afetasse, fosse alguma coisa muito distante, que observam de cima, geralmente de forma romanceada, com cores de vitimismo.
A última que li foi a gritaria em torno da chamada "saidinha", como se fosse uma pauta dos conservadores e blábláblá, como se o sistema não permitisse saÃdas para estudar e trabalhar, de acordo com o regime de progressão, pelo qual o condenado tem de provar à sociedade que ele pode retornar para o convÃvio social. Colunistas se achando "progressistas" nesse tema. A maioria dos condenados é feita de gente barra pesadÃssima (ladrões, estelionatários, estupradores, sequestradores, assassinos).
A Juliana de Albuquerque nos surpreende muito positivamente a cada coluna aqui na Folha pubicada. Providencial a recuperação daquilo que o Philip Roth já denunciava. Parabéns
Ao dar as costas às pautas universalistas, sobram as trilhas da fragmentação, a pergunta é: a quem interessa a multiplicação de corporações "culturais" para além das próprias corporações? Não se responde essa pergunta nos limites estreitos da pós modernidade !
Isso ocorre aqui também, basta vermos o que a midia considera relevante, pessoas negras, nordestinas, pobres, só tem suas obras relevantes quando fala para um público especÃfico um drama para um nicho. Vc não literatura ou outro tipo de expressão cultural ganhar visibilidade....sem antes falarem ele é pobre e fala do seu meio, revelando verdades!!! como se não pudessem falar de mais nada.
Vc poderia comentar evitando contar a história da adaptação do livro em filme.
De fato, a cultura americana e' altamente compartimentalizada. Negros só podem falar que assuntos negros. Latinos só podem falar de assuntos Latinos, etc. Somente os homens brancos tem autonomia para tratarem do que quiserem. As únicas exceções são a musica e o esporte...
Excelente, Juliana!
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Juliana de Albuquerque > O que é um romance negro ou judaico? Voltar
Comente este texto