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  1. DIRCE BUZATO

    Capacidade deveria ser o critério. Em tudo!!!!!

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  2. Lucas Travassos

    Concordo com o colunista. Matematicamente, o número de falhas nas bancas é muito baixo se comparado ao total de discentes. Superdimensionar o problema é algo que vai contra o racional. A FSP faz exatamente isso nos seus argumentos contra as cotas.

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  3. Anderson Ribeiro

    Excelentes considerações e excelentes argumentos. Em particular o ponto feito sobre identificação racial depender de fatores sociais, biológicos e até geográficos. Apenas acho, ao chegar ao final do texto, que o título é equivocado. As questões são ainda mais complicadas do que parecem.

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    1. Alvaro Machado Dias

      Olá Anderson, muito obrigado pelo seu comentário. Concordo, elas ainda são complicadas. O ponto do título é que elas não são tão complicadas quanto dito por aqueles que problematizam o conceito de raça para argumentar que as cotas raciais não fazem sentido. Cada um tem direito à opinião que quiser, mas este argumento não funciona. Bom final de semana!

  4. Paloma Fonseca

    Cem mil dólares anuais recebem médicos cirurgiões, ou então médicos de hospitais de elite que assumem funções de direção de hospital ou de coordenação de centro cirúrgico ou de unidade intensiva, ou não? É por essas e outras que eu prefiro prevenir do que remediar: evitar fumo, bebida alcóolica, açúcar, gordura localizada, do que entrar na faca pra enriquecer médico (gente que só trata de doença e medicamentos). E gente que trata de formação, de educação, como é que fica?

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  5. Paloma Fonseca

    O senhor parece não viver no Brasil. Renda anual de cem mil dólares? Quem recebe essa quantia? Só a elite da elite. A grande maioria dos alunos da educação básica estão no ensino público, cujos certificados seriam suficientes para ingresso em universidade públicas mediante participação em exames vestibulares (convencionais, estaduais, enem etc.). Quanto à super-representação carcerária de negros, não acho que seja tão distinta da representação na sociedade brasileira.

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    1. Alvaro Machado Dias

      Olá Paloma, essa estimativa veio de um levantamento feito com médicos em topo de carreira assim perfilados. Na realidade, o valor está mais para U$130k/ano (R$54k/mês, bruto) do que U$100k/ano (R$41.6k/mês, bruto). Veja, uma consulta com um médico com este perfil custa, em São Paulo, pelo menos R$800,00. Considerando que o profissional só atenda 5 pacientes por dia (além de alguns retornos) e não trabalhe no final de semana, fará 20 atendimentos/semana, 80/mês, gerando R$64k/mês, ou U$153k/ano.

  6. José Cardoso

    Para mim, se há boa correlação entre a autodeclaração e ancestralidade, deve-se usar testes de DNA na seleção para as cotas. Uma vez que o percentual mínimo de ancestralidade esteja no edital da prova, o risco de judicialização cai praticamente a zero. O que adianta um comitê que pode ser desautorizado por um juiz?

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    1. Alvaro Machado Dias

      Olá José Cardoso, as evidências não suportam este raciocínio. Como colocado no artigo, há enorme variação interindividual. O que ocorre é que, em amostras grandes, localmente selecionadas, observa-se correlação entre genômica e autodeclaração. Isto significa que a banca é capaz de determinar quem é PPI por entrevista, em âmbito local, enquanto a autodeclaração deve continuar sendo o fator determinante.

  7. Alexandre Pereira

    Um belo malabarismo, especialmente ao desconsiderar, logo de cara, que a conta de toda essa parafernália cai no colo do pobre, com um argumento que não se sustenta moralmente, a ascensão de um pobre em relação a outro (pós faculdade?). Mais do que qualquer viés, classismo é institucionalizado no país dos seu dotô. E, agora, criamos pobres tipo A, B e C, para conforto espiritual da burguesia. Sinto, é desumano, e nem os eugênicos fariam pior.

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    1. Alexandre Pereira

      Olá Álvaro. Acho difícil, em uma mesma classe social, estudantes da mesma escola pública no mesmo bairro (quando tem), se diferenciem nesse aspecto. Preto pobre, pardo pobre, branco pobre, jogando bola no mesmo pátio, com a mesma falta de recursos, sujeitos a limitações semelhantes, devem ser diferenciados ao tentar acesso à faculdade? É transferir o peso de um pobre para outro, um inocente. Melhor rever as condições do estudo.

    2. Alvaro Machado Dias

      Olá Alexandre, as evidências mostram aquilo que está exposto no início do artigo: há fatores estatisticamente independentes da escola em que se estudou e da renda declarada que impactam diferentemente as chances de ascensão de brancos e PPIs. Assimetrias de oportunidades profissionais, ocupação do espaço e taxa de encarceramento são alguns deles. A lista é longa. Ignorar isso é que se mostra enviesado e não o contrário. Eu torço para que as cotas raciais se tornem dispensáveis o quanto antes.

  8. Alexandre Dias

    “O cérebro é um superprocessador de padrões, com particular sensibilidade para os que envolvem a nossa própria espécie. Não é difícil treiná-lo para multiplicar sua precisão no reconhecimento das variáveis estatisticamente relacionadas ao aumento na probabilidade de se declarar PPI e, assim, às declarações de boa-fé, que são majoritárias, conforme indicado pelo baixo índice de casos espúrios.”

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  9. Márcio Queiroz

    Como sabemos, biologicamente humanos são iguais, na questão espécie humana, quando se fala em raça, aumentamos uma diferença que não existe, pois raça somente para espécie animal, pássaros, cachorros etc. Infelizmente, dizer que há raça é falar de um construção social histórico que faz distinção entre as pessoas

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    1. Alvaro Machado Dias

      Olá Márcio, tudo bem? Conforme o artigo mostra, há provas inequívocas de que, populacionalmente, existe correlação entre ancestralidade e autodeclaração. Esta é bem menos imponderável do que dizem os críticos das cotas raciais que, justamente, levantam que 'raça não existe' para dizer que as bancas são arbitrárias. Em contraste, elas têm totais condições de avaliar os perfis dos candidatos quando provocadas pelo simples fato de que estes não são, localmente, imponderáveis. Obrigado.

  10. Pedro Luis S C Rodrigues

    Independente das dificuldades práticas, as cotas raciais são um erro enorme. Vão contra todo humanismo universalista e, ao invés de apagar, solidificam diferenças. São sectárias por definição. É uma ideia estupida importada de uma realidade completamente diferente, os EUA. São um filhote do identitarismo. Há racismo no Brasil, sem dúvida, mas, em país altamente miscigenado, as cotas socias são muito mais eficientes, sem o efeito colateral de acirrar as tensões raciais.

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    1. Alvaro Machado Dias

      Boa tarde, Pedro, tudo bem? Eu me aproximei da questão em busca do balanço das evidências científicas publicadas. A questão que salta aos olhos ao se proceder deste modo, durante meses de pesquisa, é que há provas de que existem assimetrias que são independentes da renda familiar e da escola em que se estudou e que impactam oportunidades. Este é o ponto! Ao eliminarmos as cotas raciais antes de equipararmos estas variáveis, aumentamos a 'variância da sociedade' ou desigualdade.

  11. Odalci José Pustai

    Parabéns Prof. Álvaro Machado Dias. Reflexões desse quilate acadêmico eleva o padrão de discussão na Folha. Boa parte do debate sobre cotas no Brasil escorregou para uma perspectiva "woke", um conjunto de platitudes e senso comum que sustenta querelas identitárias disruptivas, que pouco contribuem para o avanço democrático da sociedade brasileira.

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    1. Alvaro Machado Dias

      Obrigado, Odalci. Eu faço de tudo para tirar do caminho qualquer desvio conceitual de natureza ideológica que porventura se manifeste em meu texto (e, justamente por isso, não abordo questões que me mobilizem ideologicamente de maneira intensa). O ponto de vista apresentado é o que se alinha de maneira mais consistente ao balanço das evidências publicadas nas revistas de maior impacto da ciência mundial.

  12. Arius Kade

    Os pontos controversos incluem a natureza da raça (social versus biológica), a eficácia das políticas de cotas raciais, o uso da autodeclaração e questões éticas nas bancas de heteroidentificação.

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  13. Arius Kade

    A solução para as cotas raciais envolve uma abordagem abrangente, revisão constante das políticas, diálogo entre todas as partes interessadas e um foco em políticas universais de acesso à educação de qualidade.

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  14. Vanderlei Nogueira

    Se o racismo existe no Brasil, por que serviços organizados e prestados por brancos são oferecidos aos negros e vice-versa ? Paradoxo

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    1. Alvaro Machado Dias

      Serviços são oferecidos porque (1) a lei proíbe a discriminação na esfera comercial, como em outras e (2) porque está no melhor interesse dos empresários ampliar seu público consumidor. A questão é que isso não significa que inexistam assimetrias de oportunidades e tratamento institucionalizado. Obrigado, ótimo final de semana.

    2. Vanderlei Nogueira

      Dando a cota acaba o racismo? a outra "raça" aceitaria o seu fim?

    3. Vanderlei Nogueira

      Por que negros "nas mãos de brancos" e principalmente, brancos "nas mãos de negros" ?

  15. Paulo César de Oliveira

    O autor faz malabarismo para não reconhecer que raça eh um conceito biológico, que pode ser perfeitamente identificado por testes de DNA de ancestralidade. Raça eh sinônimo de subspecie(populações fenotipicamente distintas que habitam uma área definida). Ex. Aborígenes australianos são fenotipicamente distintos e habitam Austrália e ilhas adjacentes. Imaginar o mundo antes de 1492 facilita as coisas.

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    1. Alvaro Machado Dias

      Olá Paulo, tudo bem? Não há malabarismo algum. As evidências são unânimes: a taxa de ancestralidade africana (ou europeia), em face da qual um sujeito se considera negro em Salvador é diferente da taxa em Fortaleza, que é diferente da taxa no Rio e em Porto Alegre. Do mais, há enorme variação interindividual. A questão é que, em todas estas localidades, o aumento da ancestralidade africana aumenta linearmente a chance do sujeito se considerar negro. E o mesmo para as outras.