Ana Cristina Rosa > Um país doente de realidade Voltar
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A afinidade com as ideias de um capitão de milÃcia eleito e quase reeleito a presidente pelo Sul\Sudeste, já diz quase tudo sobre a nossa sociedade. Mesmo assim, a maioria prefere negar a realidade. Enquanto isso, dois governadores bolsonaristas, que apoiam escancaradamente a truculência e morticÃnio das PMs, viajam para pedir a bênção a um chefe de Estado genocida.
Ninguém fala uma palavra sobre o raper, filho de bandido, que prega a liberdade do pai E ficam com esta ladainha que não acaba nunca de racismo e outras que não melhoram em nada a vida dos pobres e oprimidos pelo crime, mas dão votos e cargos no governo
Ana, a hipocrisia corre solta neste nosso paÃs. Este texto é um baita soco no estômago e torna imperioso uma autocrÃtica enquanto sociedade dita civilizada.
Transformações sociais levam tempo, as vezes muitos séculos. Há um relato de um diplomata árabe na Europa medieval, observando que quanto mais para o norte (e portanto quanto mais branca a pele) menos civilizado era o paÃs. A pobreza dos descendentes de africanos nas Américas não vai acabar numa geração. É só ver a situação do Haiti por exemplo, mesmo após mais de 2 séculos de abolição e de autogoverno.
No século XX vimos mudanças sociais tremendas (até mesmo antes, no séculos XVIII e XIX). Você naturaliza isso. Mas quando você para pra pensar que um negro ou pardo que entra na USP por cotas em Engenharia, Medicina, Economia, Direito, etc. e pode ser um profissional de elite que poderá colocar o filho num colégio de elite, aà você é contra. Você mesmo argumentou que o Nordeste pobre votou no PT. Mas o que mais tem é gente no sudeste, sul, etc. que votou em Bolsonaro, é pobre e nunca sairá disso
1.4 A escravatura na Ãfrica histórica foi praticada de muitas formas diferentes antes do comércio transatlântico a partir da Europa: a escravatura por dÃvida, a escravatura de cativos de guerra, a escravatura militar, a escravatura para a prostituição e a escravatura de criminosos foram todas praticadas em várias partes de Ãfrica. A escravatura para fins domésticos e judiciais era generalizada em toda a Ãfrica.
2.4 . Por isso que na Nigéria, e.g, mais de 50% chegaram a ser de escravos, mesmo depois da abolição da escravidão no Brasil. Agora, vamos ao livro de Furtado (FEB), páginas 35-36, sobre a vinda de pessoas branca às América: “A pessoa interessada assinava um contrato (...) se comprometia a trabalhar para outra por um prazo de cinco a sete anos, recebendo em compensação o pagamento da passagem, manutenção e, ao final do contrato, um pedaço de terra ou uma indenização em dinheiro.
3.4. Tudo indica que essa gente recebia um tratamento igual ou pior ao dado aos escravos africanos”. Agora mais interessante ainda: The most significant feature of this question of treatment is the general agreement among contemporary writers, that the European servant was in a less favoured position than the negro slave. V. T. Harlow, op. cit., p. 302.
4.4 À guisa de conclusão: não existe minha cara autora, qualquer estudo de decomposição de rendimentos para o Brasil que apresente como causa de desigualdade discriminação por preferência com base na cor/raça com o fator dominante/preponderante (dados da PNAD). O ombudsman desse jornal é uma piada, a claque tribalista identitária aqui só milita e regurgita ressentimento e bÃlis no jornal, ao invés de informar. Precisam de muito mais leitura.
Leis de cunho racistas, que impediam os negros de conquistarem espaço na sociedade, deixaram de existir há muitas décadas. E a muito tempo, o problema é social (educação, moradia, saúde de qualidade, e não somente para os negros e pardos, mas para a maioria da população pobre, independente de raça. Reservar vagas em universidades, concursos, e empregos, é discriminação as avessas, e serve para acirrar os ânimos. A extrema direita agradece.
Correto é um paÃs doente de privilégio. A desigualdade social é amplificada com o privilégio das cotas étnicas. Vocês não querem diminuir a desigualdade social. Querem um grupo de privilegiados.
olha o naipe do cara.
Ana, carÃssima, é um causo dos mais sérios, este. Tenho a impressão de que, em parte, a perspectiva intuitiva de perder "seu lugar no mundo" - evidentemente privilegiado - atemoriza a muitos. Outra parte, creio que se refira à quilo que ontem foi publicado nesta folha, sobre os "males do identitarismo", numa ótima entrevista de seu colega Boghossian com uma importante intelectual estadunidense. Parece que a encheção de saco linguÃstica contaminou negativamente a discussão. A coisa ficou preta.
Parabéns! Como sempre digo, há um princÃpio implÃcito na Constituição Nacional: o Brasil existe apenas para sustentar polÃticos e poderosos. na hora de se beneficiar não existe esquerda, direita, situação, oposição. Todos se unem e dão as mãos para Jamais construir uma Nação. Basta ver a união de todos para a aprovação do fundão eleitoral e partidários...! Parece que esse princÃpio é um resquÃcio do século dezenove, ninguém quer construir uma Nação.
Nem chegarei ao mérito de discutir racismo institucional até porque o assunto "educação" não tem absolutamente nada a ver com racismo até porque escola pública não privilegia e nem seleciona pessoas por cor (não que eu saiba), é fato que os pretos e pardos em sua maioria são de baixa renda e acabam colocando seus filhos em escolas públicas, essa é a realidade, ao invés de ter uma polÃtica pública pra melhorar a educação pública, que é de todos, preferem deixar tudo como está e colocar cotas.
Só pra deixar bem claro, universidade é educação e profissionalização, concurso público é emprego, outra coisa...
Adenor, eu entendo o objetivo urgente e histórico das cotas, o problema é que isso existe há quinze anos e até agora a educação pública só piorou, deveria ter algum tipo de polÃtica pública com metas e objetivos para que a educação pública melhorasse a ponto de todas as pessoas terem chances iguais de concorrer vaga em universidade. Concurso público eu até concordo com as cotas porque hoje em dia só consegue passar pagando cursinho e quem tem grana e maior preparo são pessoas brancas.
Cotas na universidade e no emprego público, privilegiando uma minoria, em detrimento da igualdade. De oportunidade. Setenta por cento das crianças até três anos não têm vagas em creches.
Meu caro, as cotas se tornou necessária; não é a solução, mas é a única esperança de filhos de pobres estudar! Estudar é uma coisa ardilosa, e ninguém se submete a estudar sem perspectiva de futuro!
Escola pública de qualidade é a solução!
Excelente artigo. Concordo que precisamos de um choque de realidade para progredir.
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