João Pereira Coutinho > Fazer da política um prolongamento da religião é ambição iliberal e anticristã Voltar
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excelente texto!
Jesus como Sócrates é retratado como questionador das leis e da crença popular. Acho que o significado do reino não ser desse mundo é a existência desse campo de infinita liberdade de consciência, a partir da qual tudo pode ser avaliado. Não que as leis objetivas desapareçam, mas elas coexistem com sua própria crÃtica, e podem mudar com o tempo.
Se Coutinho estiver certo, então Martin Luther King e Cardeal Arns estão errados. Não. Meu reino não é deste século apenas quer dizer que o Reinado de Deus é incompatÃvel com o status que é deve substitui-lo. Venha a nós o vosso Reino, agora, aqui, não depois da mo.rte. Afinal, judeus não tinham o conceito de vida após a mo.rte, mas sim a ressurreição de corpos materiais, quem sabe melhorados, mas ainda nesta Terra. Cristianismo não é o dualismo espÃri.ta do Coutinho...
Uma outra interpretação, se me permite, Osame, seria dizer que qualquer ordem temporal é incompatÃvel com o Reino de Deus. O Reino de Deus viria "no final dos tempos", ou seja, é algo que só pode acontecer fora do tempo. Luther King e o cardeal Arns foram bons homens, como muitos outros também foram. Cristãos e não cristãos. As ações cotidianas têm que ser julgadas, mas por padrões humanos. O que importa, na religião, é minha relação com Deus e minha relação com o outro mediada por Deus.
O passo realmente libertador seria desvincular a religião da ética tradicional, do dia a dia, que proÃbe roubar, matar e cobiçar a mulher do próximo. Pala via da ética, a religião acaba instrumentalizada pela polÃtica. A única ética religiosa consiste em ter uma medida absoluta de vontade dirigida ("amar a Deus") e conseguir ver no outro uma dor como a minha e em mim uma fraqueza como a do outro. A religião nada diz sobre o aborto ou sobre a maconha. É possÃvel matar amando a Deus (Abraão).
Qdo a gente se depara com supostos padres e pastores ativistas, tanto os politicamente corretos qto os conservadores, percebe qto, talvez por pura ignorância , egocentrismo ou mesmo má fé, praticam algo que relação nenhuma tem com a cristandade.
Poderia ser um belo sermão de domingo. Gostei.
Kierkegaard já dizia que ser cristão é uma tarefa muito difÃcil. Mas muitos que se dizem cristãos agem na esperança ou na ignorância de que seu Deus, em sua onisciência, pode ser passado pra trás.
Se Moisés tivesse caÃdo nessa conversa fiada de que polÃtica nada tem a ver com religião, não teria libertado um povo inteiro da escravidão e da opressão do Faraó do Egito, a saber, o povo hebreu. E quem mandou Jesus para a cruz foi a elite do Templo de Jerusalém. Os romanos entraram de bobos nessa história.
Um outro modo de interpretar a caminhada do povo judeu até Cristo, Jesser, talvez seja olhar para a BÃblia como uma narrativa mitológica (o que é muito diferente de uma narrativa falsa!!!). Ler a BÃblia é contemplar o mito e usá-lo como ponto de apoio para "olhar na direção correta", digamos assim. Na direção do Deus único, que entrou na história com os judeus e, depois se fez homem em Cristo. Cristo veio ao mundo quer dizer apenas "Deus penetra no tempo". Deus viu como eu vejo. Deus me escuta.
Moisés? Aquele que, diz a lenda, abriu o mar Vermelho para a fuga do seu povo? Algo, aliás, difÃcil de entender em função da Geografia da época, quando existia uma bela ligação por terra entre o Egito e a Israel de hoje, pois o canal de Suez, que cortou essa ligação, foi construÃdo mais de dois mil anos depois. Que falta fez um GPS para Moisés, não é?
Moisés nunca existiu e nunca existiu escravidão hebraica no Egito. Estude um pouquinho!
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