Eu achava que não tinha nenhum trauma da pandemia, apesar de ter feito um isolamento rigoroso etc., não parecia mais ser uma questão pra mim. Até que assisti à "Estação Onze" e chorei, chorei, chorei sem parar durante toda a série. No fim, há uma mensagem de esperança. Não com aquele otimismo ingênuo que algumas pessoas tinham, mas com a ideia de que sobrevivemos e sobreviveremos, sobretudo se nos lembrarmos do que nos constitui enquanto humanos (spoiler: a arte é parte essencial disso).

Lembre-se que a Pandemia teve diferentes perspectivas. Ricos e pobres com sofrimentos distintos, negros e brancos nem se fala. Para quem tem filho neuroatipico foi um divisor de águas. Na Pandemia o meu regrediu, perdeu autonomia, surtou, até hoje tentamos que recupere a saúde mental que tinha antes. Assim aconteceu com outras famílias

Ela produziu algumas mudanças. Por exemplo: é bem possível que Trump nos EUA, Bolsonaro no Brasil e o peronismo na Argentina continuassem no poder, se não fosse o desgaste trazido pela pandemia.

Pode ser que seja uma espécie de negação coletiva pós-trauma; e pode ser sintoma disso, mas chamou minha atenção que um artigo que a FSP publicou dias atrás, de lembrança e denúncia séria dos crimes cometidos pelo desgoverno na pandemia, que podem ter levado centenas de milhares à morte evitável, tenha mobilizado pouquíssima reação em número de comentários pelos leitores...

De fato, Prata, deveríamos refletir um pouco mais sobre esse Passado recente. Lendo o seu "Por quem as panelas batem", parece tudo tão atual. Parece que não saímos do lugar...

Difícil falar sobre os traumas. Eu mesma, não consigo mais falar sobre este período, pelo luto que passei, mas gostaria que houvesse mais produção sobre a pandemia, especialmente em homenagem aos mortos.

Se epidemias melhorasse a humanidade há séculos já estaríamos mudados.

Nos piores anos , vinte e vinte e um, atendi umas duas mil pessoas q me juraram amor eterno….

Esse texyo pratinha vai pra minha coleçao. Merecia estar numa coletanea. Magistral.

O novo normal virou o velho normal piorado e haja saco pra aguentar tanto vírus...

Um vírus não resolve nosso problema. Nós somos nosso problema. Só nós podemos mudar isso, mas...

Não voltamos, avançamos para ima fase bem piorada. A situação só se agrava, o sofrimento aumenta e tentamos resistir. É isso.

Enquanto tivermos propagandas que diz "Você tem que ser o número um!". Enquanto pais e professores tiverem falando para os jovens estudarem para "ganharem mais dinheiro" e não para ter conhecimentos. Enquanto o ideal capitalista do "ter" for enaltecido pelos meios de comunicação. Enquanto aqules (as) que lutam pela justiça social forem chamados de "loucos e/ou comunista", nunca sairemos desta situação de injustiças.