Vera Iaconelli > Os casais e as questões de gênero Voltar
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Tem que valer o mote do frevo "Cala a boca, menino", de Capiba: "Já se acabou o tempo/Que a mulher só dizia então:/Xô, galinha, cala a boca, menino!/Ai, ai, não me dê mais não!"
muito bom
A equanimidade é um exercÃcio de momento a momento, pois através da imparcialidade conseguimos lidar com o belo/feio em nós e a nossa volta com alguma isenção. Quem lida com a equanimidade continuamente sabe como falhamos regularmente, tanto em questões mais simples como nas mais complexas, que muitas vezes geram certos tipos de violência. (1/2)
Para piorar, a Neurociência diz que não temos consciência de tudo que ocorre no nosso mundo interior, daà surgirem reações e vieses irracionais em muitas situações. Como não chegamos "zerados" nesta vida, incorremos em alguns comportamentos que já foram programados ao longo da evolução da nossa espécie (medo, luta, fuga, empatia etc.), apesar de toda a nossa isenção. (2/2)
'Dentro do capitalismo, no qual a exploração e não a cooperação, é a base do funcionamento social, custará muito para destrincharmos os meandros nos quais gênero e subalternidade se confundem.' Um conceito bastante repetido, mas é uma meia verdade. O sociólogo Florestan Fernandes escreve em seu livro 'A organização social dos Tupinambás' que as mulheres voltavam à roça de mandioca no dia seguinte ao parto. O pai ficava uma semana na rede, descansando do 'esforço' e recebendo visitas...
Excelente, Vera! Muito obrigada!
"O amor é insolúvel! O homem e a mulher são dois ressentidos contra o ex-amor". (Nelson Rodrigues)
As mulheres desejam? Durante séculos a elas bastavam um casamento, a maternidade e uma casa para cuidar. Permaneciam apartadas do mundo, da realidade, do prazer. Algumas ousaram romper com certos limites. Pagaram um preço alto pela ousadia. Aos poucos, umas e outras foram abrindo caminhos. Conquistamos o direito de aprender a ler, de seguir com os estudos, de ter uma profissão, de votar, de sair da casa dos pais, de efetuar escolhas. Transformações conquistadas com lutas e muitas contradições.
Por muito tempo o machismo passou batido. Encontrava-se normatizado, arraigado na sociedade. Mesmo causando incômodo em algumas mulheres, demorou um tempo para que tal situação fosse questionada, debatida e acolhida. Foi um inÃcio difÃcil. Como começar a falar de algo que se encontrava corporificado, em diferentes nÃveis, em ambos os sexos? Como pensar em uma transformação? Os homens sem querer abrir mão dos seus privilégios e as mulheres sem se perguntarem pelo seu desejo.
“Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”. O anseio por mudanças com as marcas inconscientes que carregamos. As ideias não acompanham o lento movimento das camadas tectônicas do inconsciente. É essa a via que Vera trafega para dizer do processo de cada um em particular no que se refere às transformações .
Retificando: *Reificação*
Suas observações são verÃdicas, Anete. Visto os processos de dominação, a questão da retificação que aparece na obra da Vera está presente, oculto ou não, a jurista Catharine MacKinnon onde seus estudos crÃticos se situam na questão feminista-capitalista. Para ela, o que nos pertence mais nos é mais alienado. A retificação segundo a jurista é o processo primário, a sexualidade é para o feminino assim como o trabalho é para o marxismo. O ritual da Vera Iaconelli rompe com estruturas ortodoxas.
Obrigada, Vera! Mais um texto fundamental para a compreensão desse fosso em que nos metemos.
Há quase um ano, Djamila Ribeiro tratou em sua coluna das benzedeiras, em geral mulheres que praticam rezas em favor de alguma pessoa que lhes procura para que se sintam acolhidas em seu regaço afetivo. À parte a crença de cada um, retransmito a você, Vera, uma corrente de benfazejos fluidos de "espanta-maldizer". Voltando ao texto: afora os contextos e personalidades envolvidas num relacionamento de casal, tomar consciência do fator gênero (marcador sociocultural) é um parto.
A excelência nos impressiona, Vera. Os instrumentos utilizados, nos parece, perturbar as estruturas e posições hierárquicas das relações humanas. Vera Iaconelli e Catherine Mackinonn aliam o ato à palavra, a construção à expressão. Sensacional.
“Posições hierárquicas das relações humanas”. O que se traduz nos seguintes termos, em time que está vencendo não se mexe. Hierarquia é confortável para homens brancos, os herdeiros das capitanias hereditárias, os escravocratas. Trata-se de uma norma básica e imprescindÃvel nos quartéis, uns mandam e outros obedecem. Onde não há pensamento, questionamentos, dúvidas e divergências. Onde reina a truculência, o retrocesso, a violência, os privilégios e a sede de poder.
Verdade Marcelo. O texto trabalha até com gênero número e grau
Perturbam, não perturbar... as vÃrgulas estão no lugar certo...
nos parece, sem vÃrgulas
Melhor a autora considerar na sua análise o último censo do IBGE, que aponta a explosão do número de divórcios e a queda de casamentos nos últimos dez anos. Esse será o futuro, homens e mulheres que viverão suas vidas sem relacionamentos duradouros.
Algumas décadas de vida, estudo e observação, me levam a crer que os enfrentamentos de gênero são menos frequentes entre as pessoas com patamares superiores de educação. No meio que frequento, são casos raros e, quando ocorrem, não tão graves. Mas Ãndices de feminicÃdio e agressões por questões de gênero aumentaram. Concluo a militância e pauta identitária são ineficazes e pioraram o quadro. Retomemos o processo educacional de base universal, com ênfase na infância. Quem sabe.
Excelente análise da psicanalista e escritora Vera Iaconelli. Infelizmente, nem todos os leitores têm conhecimento do tema e, pior, não querem ouvir falar do assunto. A escritora é realista ao admitir que tão cedo não alcançaremos a equanimidade de gênero. A ainda um longo processo a percorrer.
Há, ainda, um longo processo ...
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Impressionante mesmo é a falta de espelho do comentarista. Deve ser o top 1 de alguma coisa. Grosseria talvez? Ou será só misoginia mesmo?
Toda essa reação raivosa evidencia sua grosseria e total falta de argumentos para debater, questionar e apresentar suas razões. A agressão é a arma mais utilizada pelos desprovidos de capacidade. Talvez nem tenha altura suficiente para ler esse texto.
Rindo.muito aqui do comentário porqye nem ficam dúvidas em relação ao quanto Vela Iaconelli acerto em cheio para provocar tamanha fúria retratada no comentário do moço, não acham ??
Seu comentário está acima dessa classificação "top 10" em matéria de indelicadeza, desrespeito, e desarticulação intelectual. Volte e explique o ponto de discordância e exponha seus argumentos com clareza e lógica.
Nos impressiona o resultado do texto da escritora.
Não é possÃvel, este sr. leu outro texto e de outro autor para se manifestar desta forma. Não creio que seja "rapaz" não, pelo estilo é alguém com ignorância consolidada.
Sua máe deve ter uma vergonha danada de vc . Curuzes
IncrÃvel! O leitor escolheu atacar a colunista justamente naquilo em que ela é mais brilhante e consistente - a inteligência e o conhecimento, qualidades amplamente reconhecidas. E nem preciso falar muito sobre o estilo do texto, direto, coerente, claro. Pegou mal, Pedro, só revelou a sua ignorância.
Que feio como você trata a opinião diferente da sua Pedro. Se cuida rapaz.
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