A experiência trágica vivida pela poetisa ainda ecoa nas minhas meditações diárias e recentemente me trouxe a seguinte reflexão: ela é um exemplo vivo de que quando vivenciamos abertamente a nossa dor, ela põe fim a todas as outras dores.

Estou simplesmente viciado nos seus textos, Mirian! Um mais sensível e emocionante que o outro. Obrigado.

O urubu na janela remete a necessidade de ter onde pousar num lugar seguro para recuperar a energia consumida ao explorar os céus, já que o voo permitiu que essa ave se aventurasse naquela infinitude celestial como bem quisesse. Ainda que invejada por muitos de nós por poder realizar voos planados em correntes térmicas a grandes alturas, mas em algum momento ela vai precisar de um chão firme e tranquilo. De certo modo, voar demanda não só ar para planar, bem como um solo para pousar.

No processo de crescimento idealizado pelo psicólogo Lev Vygotsky há o círculo interno da "zona de conforto". Em torno dele fica a "zona de aprendizado" ou "desafio". O círculo externo chama-se "zona de risco excessivo". A zona de conforto é a que mais nos atrai. É onde preferimos ficar. A zona de aprendizado é onde expandimos para além do nosso conforto. E a zona de "risco excessivo" costuma ser uma área desafiadora demais para haver crescimento. (1/3)

Nos momentos mais desafiadores, alguns de nós conseguem colocar sua atenção naquele hiato interior que não pode ser tocado/poluído/destruído por qualquer dor, qualquer história, qualquer conceito mental. E é daí que surgem a liberdade, a beleza e o amor lídimos que cativa alguns de nós. Suspeito que é exatamente desse hiato interior que jorra a expressividade da poetisa Roseana Murray...

Nunca poderemos antecipar como alguém vai reagir quando é desafiada pela dor física e o sofrimento emocional. Cada pessoa é única, um universo desconhecido...

Muito obrigado Mirian e Roseana ao nos oferecer beleza frutificada da dor . Às palavras são balões a que nos agarramos para emergir e flutuar sobre a dor . OscarWilde em seu conto : O Rouxinol é a rosa , em narra o rouxinol com se belo canto , doa seu sangue ao espinho da roseira no inverno , para receber de volta a. rosa mais bela

Maravilhoso texto! Sensível e humano. Somos um poço cheio de contradições: dor, tristeza, amor, alegria, vaidade, medo mas principalmente esperança que tudo passa, passa e se transforma. Viva Roseana Murray! Viva Mirian Goldenberg! Viver e esperançar é preciso, sempre.

Maravilhoso texto! Sensível e humano. Somos um poço cheio d

Cara Mirian, ótimo texto,sensível e emocionante.parabens.

É muito difícil (d)escrever o que sinto quando as pessoas que escrevem nos emocionam muito, do modo que as escritoras Mirian Goldenberg e Roseana Murray compõem as palavras.

"Mora na filosofia pra que querer rimar amor e dor " .Música de Monsueto de Menezes .

Exato, Elvira. Os textos de Mirian, e aposto que os de Roseana também, são ar puro em meio à mesquinhez. Bálsamos.

Profundo e inspirador.

Muitos escritores usam a dor como combustível para a escrita tomar forma. Ela impulsiona, move e empurra para a libertação. Escrever com lágrimas e sangue deve mais produtivo e nos alça a uma dimensão que não atingiríamos “sóbrios”.

Seus textos são essenciais, nunca mundo tão duro e difícil como o nosso vem se tornando. Poesia é empatia são tudo!

Seria importante reconhecer que a sociedade precisa tomar alguma providência em relação à criação e manejo dessas feras. Tudo muito bonito e comovente e lamentável e triste e etc. Mas na prática vai ficar por isso mesmo? Aí pode deixar a crônica já pronta para o próximo caso.

Seria importante reconhecer que a sociedade precisa tomar alguma providência em relação à criação e manejo dessas feras. Tudo muito bonito e comovente e lamentável e triste e etc. Mas na prática vai ficar por isso mesmo? Aí pode deixar a crônica já pronta para o próximo caso.

Texto bonito, como costumam ser os de Mirian. Quanto à possível pieguice na ideia de tornar a dor poesia, há que observar o contexto. E o contexto aqui enobrece a ideia. Assim como há lugares-comuns que nem por sê-lo deixam de ser verdadeiros, existe a pieguice bela. Como essa. Um abraço aqui também a Roseana Murray.

A vida é uma luta feroz. Vencê-la é uma aventura algoz. Minha mãe morreu de câncer do pulmão. Jonathan Haidt diz que jovens estão morrendo com a infância do smartphone. Da minha janela vejo três urubus voando; um fez ninho no telhado do vizinho. Hoje soube da morte do Newton da Costa, lógico da Unicamp. Roseana escreve poesias para superar a dor, nós escrevemos para avançarmos no jogo da vida, a cada casa conquistada nesse jogo de xadrez um grito de alegria: Estou vivo, muito obrigado por tudo

Texto primorosamente poético. Obrigado, Mirian.

Ai ai ai... Prezo muito o texto da Miriam, que tem momentos notáveis. Já "ensinar a transformar dor em poesia"... é piegas, senão redundante. Caía de maduro, mas nem por isso.

Em um dia que parecia se desdobrar como qualquer outro, o inesperado visitou Roseana Murray de uma maneira que somente os versos de um Homero ousariam ao narrar um mito. Seus protagonistas, no entanto, não emergiram da imaginação poética, mas da realidade visceral que por vezes se mostra tão crua quanto as lendas que juramos serem apenas invenções da mente humana. As comoventes palavras de Roseana nos transportam para além das fronteiras do imaginário: o Reino do Inesperado.

Filosofias a parte, que Roseana consiga se manter com coragem. Que a justiça seja feita. Esse caso, não pode ficar impune.

Mirian Goldenberg, a poesia está em você como as cores estão na água: basta o raio de sol para transformá-la em arco-íris. A essência do seu texto visita o âmago da nossa alma durante a leitura. Não me canso de dizer que fico à espera de um texto seu. Seria um texto mesmo ou é um roçar de asas brindando a aurora e suas lágrimas sobre pétalas de flores plebeias? Por favor, escreva mais amiúde. Nosso pendor para o belo carece de cada uma das suas palavras.

Demais. Me embalou. Sigamos.

Mirian querida , ao ler seu texto vi passagens da minha vida....Escrevi minha tese no hospital, acompanhando minha mãe em estado terminal. Entendi que a escritura manteve minha sanidade, de outra forma seria muito mais difícil enfrentar aquela realidade, e que nada acontece por acaso. Desejo força para terminar seu trabalho, tão importante e útil para nós mulheres nesta fase da vida. E que Roseana se recupere, físico e emocionalmente, para continuar sua missão de nos encantar com tanta beleza!