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Depois dá canalização incompetentemente dos rios e córregos, da transformação da pça Roosevelt em placa de concreto, da destruição de bairros como Campos ElÃseos e Barra Funda e da construção criminosa do Minhocão, é ilusão esperar qualquer ação civilizatória dirigida á cidade.
Verdade. E não dá para perdoar o Serra quando acabou de vez com qualquer possibilidade de salvar o Rio Tietê ao construir mais pistas da marginalidade e acabar com o canteiro que já estava com várias árvores. Agora, só fumaça de caminhão ao lado do rio.
Olha aà o nimby. Em sÃntese, numa cidade com déficit habitacional, o cara que "anda pela metrópole" prefere que não se construa mais moradia em sp. Primeiro o gosto dele por prédios velhos, decrépitos e ineficientes, e depois (ou nunca, pelo visto) moradia para quem precisa.
Só nações com bom percentual de população endinheirada ou opostamente bem pobre retém as edificações antigas. O Brasil é meio termo, daà a classe média investe em empreendimentos novos. Além dos prefeitos favorecerem as construtoras.
Não podemos descartar a hipótese de muitas construções serem financiadas com dinheiro de origem ilÃcita. A setor de construção civil é um dos mais fáceis para lavagem de dinheiro, como acontece em várias partes do mundo. Há uns 20 anos atrás, a Espanha teve um boom imobiliário, cujos recursos eram provenientes de ocultação de patrimônio. Até hoje há gigantesca sobra de imóveis vazios.
Resta observar que essa destruição voraz ocorre com a cumplicidade das legislações urbanas que deveriam preservar a qualidade de vida, a memória e a paisagem. De fato, os nossos vereadores são despreparados, mal intencionados e primitivos.
O censo identificou 580 mil imóveis vagos em SP. Apartamento de 29 mxm não se presta a moradia para a classe D e C que precisa morar mais próximo do Centro e do Metrô. Quem compra esses estúdios o faz para investimento (São os fundos imobiliários?). Ficam lá, vazios... Vai sobrar ainda mais imóvel em SP, até pq a curva demográfica está posta.
Quem financia as campanhas municipais são as empreiteiras, as construtoras, e são elas que depois mandam na cidade. O dinheiro investido é pago pelos prefeitos através de leis frouxas e zoneamentos criados para facilitar demolições e a verticalização, esse processo em SP começou na gestão Haddad e foi executado pelo desurbanista Nabil Bonduk, o resultado é a morte de bairros como Pinheiros, Perdizes e Vila Madalena, abarrotados de predios com nomes cafonas e estudios de 20m2 para o Airbnb.
Só para constar: em 2014, Haddad, cumprindo promessa de impedir verticalização em bairros estritamente residenciais, encaminhou alterações ao projeto do plano diretor que visava vetar o adensamento populacional em parte dos eixos de transporte.
O comprador não tem o mesmo gosto ou bolso para algo mais estético. Com nossos juros nas alturas do universo, não é muito exigir mais do consumidor para o direito básico de moradia?
A pergunta é: por que as pessoas querem todas morar em São Paulo, de qualquer jeito que seja? Será que não existe trabalho e lazer no interior? Já dizia o prefeito Figueiredo Ferraz 50 anos atrás: "São Paulo precisa parar" (de crescer). Frase que lhe custou o cargo.
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