Becky S. Korich > Nem monogamia, nem poligamia Voltar
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Poligamia é bom para os outros.
Guardar o coração, a sete chaves, na caixa torácica é abdicar da coisa mais sublime da nossa existência, a capacidade de amar. Ainda que quebremos a cara inúmeras vezes, vivendo amores eternos enquanto duraram, amar será sempre a escolha a ser feita por aqueles que buscam viver a vida em plenitude.
Somos biológicos e racionais, animais e culturais, gregários e solitários e ainda há as interações com os outros, conosco mesmos atravessados por estados de espÃrito, perspectivas, momentos de vida. E agora aparece mais um rótulo por parte de gente com muita sede de controleÂ… tô com a Becky, humana demasiada humana aà reconhecendo essas contradições da nossa condição
Agamia. No meu tempo era a velha e boa galinhagem...
Movimentos como o da agamia demonstram que vivemos numa geração de pessoas fracas, sem objetivos na vida que seu único propósito na vida é encontrar alguém que lhe traga felicidade. Querem alguém perfeito, mas não enxergam suas próprias imperfeições, querem mudar o outro, mas não querem evoluir. Vivemos numa geração de adultos infantis. As pessoas que nos relacionamos são um espelho de quem somos.
Ou seja, não podemos negar a nossa condição animal. Claro, não somos selvagens, temos o cérebro mais desenvolvido e somos capazes de exerceralgum controle sobre nossas vidas. Mas não sejamos arrogantes a ponto de não reconhecer a influência dessa condição no nosso comportamento.
O que me parece mais importante é que a agamia pressupõe controle total da razão sobre todo o resto. Isso pode ser possÃvel em termos. Mas, de forma absoluta, é irreal, não é humano. Apaixonar-se ou não não é uma atitude racional, é instintiva, faz parte da psique humana. Inclusive, na minha opinião, é uma questão que se mistura com outra.
O fundamental é superarmos, aos poucos, o modelo romântico associado à criação dos filhos. Não tem problema nenhum nos apaixonarmos, desde que a escolha da mãe ou pai de nossos filhos e a divisão de bens não estejam vinculadom a esse sentimento. Para casar, não tem que amar. Tem que admirar e confiar. Tem que pensar. Paixão é coisa para a happy hour. A pÃlula masculina precisa entrar em cena. Seria libertador para os homens. [Comentário submetido ao comitê de censura da FSP.]
A palavra "agamia" é nova para mim, mas a coisa em si é mais velha que o rascunho da BÃblia.
Imaginem um ser humano que apenas lê os articulistas da Folha, e que se impressiona com eles, alguém parecido com o Raymond de Rain Main. Hoje, após ler este, tentaria definir para si mesmo se é monogâmico, como uma arara, ou polÃgamo, como uma galinha. E, ainda mais complexo, o teste pragmático se torna impossÃvel, porque uma opção anula a outra.
Agora toda hora tem uma palavra nova pra algo lá no fundo bem antigo. Tá parecendo o bom e velho sem compromisso.
Lá em Piracicaba isso tinha outro nome. Tenho uma opinião, mas não tenho um advogado.
O amor romântico é uma bobagem, que encobre escolhas motivadas por razões menos nobres do que gostarÃamos. Mas não é uma bobagem imposta pela sociedade, pela cultura. É uma bobagem com raÃzes mais profundas, biológicas. Portanto querer substituÃ-lo por uma racionalidade explÃcita, consciente, é outra bobagem, que encobre um interesse fácil de entender, mas muito pouco nobre, de querer fugir aos compromissos. Aposto que são mais homens que mulheres nessa modinha.
A agamia não precisa ser vista necessariamente como uma fonte de desesperança. Para algumas pessoas, a agamia pode ser uma escolha consciente que reflete um desejo de independência, liberdade pessoal ou um foco em outros tipos de desenvolvimento pessoal, social ou espiritual. Nesses casos, a agamia pode ser vista não como uma fonte de desesperança, mas como uma expressão de autonomia e um caminho para a realização pessoal. Por outro lado, às vezes, a agamia não é escolha, mas imposição.
Amém!
Em meus tempos dizia-se tirar o próprio da reta.
As matérias da FSP já há alguns tempos são monotemáticas. Vamos eliminar a famÃlia e baixar a taxa de natalidade nem que seja a marretadas.
Nossa existência sempre caminha para o melhor. Viva o fim das tradições e viva a vida liberdade conquistadas pela sociedade , após séculos de regras e costumes. Que procuremos a felicidade do nosso umbigo , seja ela como for , e nunca critiquemos a felicidade do vizinho , por mais estranha que nos pareça. Não existe certo ou errado , mas sim o que funciona.
As coisas não são tão simples assim. O que não funciona também existe, e muitas vezes se impõe. E por razões que não conseguimos, ou mesmo não queremos, ver.
Algumas vezes os encontros são felizes, diria o Spinoza. Nem todas as paixões são doenças, mas sem dúvida, grande parte delas são mesmo.
Não há regras para um relacionamento afetivo ou mesmo para os sentimentos. Ditá-las é como tentar aprisionar vento. Cada pessoa deve saber (e sentir) o que é melhor para ela. O restante é puro preconceito e discriminação.
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