Hélio Schwartsman > Abusos de consciência Voltar
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os abor-tos deveriam ser decisões das mulheres e não de cacha-ços fabricantes de rodas de expostos desde 1500.
esses abortos mal sucedidos, nem das amantes eles fazem abortos?
Eu consigo aceitar objecção de consciência para um aborto. Mas para uma laqueadura? No primeiro caso, o profissional até pode alegar estar fazendo mal a um terceiro, mas na laqueadura apenas a vontade da mulher está envolvida. Então se não há questão de consciêcia, e ainda assim se negar, que arque com as consequências de sua escolha e que seja demitido por justa causa. Afinal, esse não é um paÃs livre ou só quando arde nos outros?
A mulher que decide pela esterilização não tem seu desejo satisfeito de imediato. Após avaliação inicial ela passa por um processo educativo de planejamento familiar, tem que ter anuência documentada do companheiro ou de uma testemunha, e lhe é dado um periodo de reflexão. Ainda assim, segundo a Fiocruz, a taxa de arrependimento posterior beira os 10%
Poi Zé, meu caro, "simples assim". O que não é simples é que as negativas ao aborto e à laqueadura são contraditórias entre si - usualmente, a ausência de prevenção à gravidez é "prova de desleixo" pra recusa à realização da interrupção de gravidez - e provêm do mesmo modelo mental; mulher é pra procriar. Não dá pé, Século21, terceiro milênio, sacumé? Muito cambeta essa objeção de consciência.
Estamos lidando com os efeitos de 4 anos de Bolsonaro. Foram tempos de reacionarismos, truculências, deboches e descaso com as questões femininas, e uma tentativa de instalar no paÃs uma teocracia.
O Bozo é um grande cientista, Anete, descobriu a máquina do tempo: "Como voltar 2OO anos em 4?" No segundo mandato, ia retomar a indústria naval no Brasil: caravelas! Hahahahah!
Vc contrataria um ginecologista selecionado por aquilo q pensa acerca de direitos reprodutivos e não apenas por critérios meritocraticos a distinguir os melhores? Não, eu não faria uma pergunta dessas. Até pq ginecologistas não pilotam aviões, né? Meu vizinho idealista sugeriu q se investisse na educação dos novos ginecologistas (urgência? Ele é macho) preservando princÃpios liberais sagrados e recusar reserva de mercado baseada na opinião dos selecionados. Meu vizinho escreve na Folha.
Paulo, meu caro, maiomêno: não se contrata um piloto ambientalista pra jogar agrotóxico na soja, certo? Ou um pacifista pra jogar bombinhas de avião.
Vejam como é equivocada a acusação de q o articulista seria incapaz de enfrentar uma questão de conciliação entre direito de livre consciência e direitos sociais especÃficos, inclusive realocando o principio meritocratico ao propor inteligentemente critérios estratégicos como corte na regulamentação de prestatores de serviços ginecologicos. Mas não esperem tamanha clareza quando se tratar de elefantes, de salas e cristais.
Ao medico cabe respeitar e cumprir a lei. Acatar o direito e o desejo das mulheres. Não é correto colocar sua consciência evangelizada acima de seus deveres de médico.
"O SUS e as organizações sociais, por exemplo, precisam colocar como requisito, para ginecologistas que pretendam trabalhar na rede pública, que não façam restrições a esses procedimentos." Simples e perfeito. Quer trabalhar no Serviço Público? Então aceita as regras!
Kkkkkkkkkk
Brettas, Prezado, as "regras" eles aceitam bem, não se engravida enquanto menstruadas. O que eles não aceitam é a atividade sexual fora do perÃodo "das regras"! Hahahah!
Prezado Hélio, bom cutucar esses pontos onde os direitos se conflitam: os do cidadão comum e os dos prestadores de serviços. De certo há uma ambiguidade, um paradoxo que não pode ser superado por decreto. A reserva de Consciência Moral deve ser respeitada por todos, não deve ser sobrepujada à força, somente pela própria Consciência. Neste ponto, só o bom senso faz avançar. Neste ponto os algoritmos de AI estancam, paralisam.
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