Sérgio Rodrigues > Por que 'crônica' e 'crônico', tão parecidos, são tão diferentes? Voltar

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  1. João Carlos Faria

    Saboreie o tempo lendo a crônica e os comentários sem nenhuma pressa. Gosto de ler e escrever, e apreciei vagarosamente estes comentários.

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  2. Fabrício Schweitzer

    Sobre o tempo, gosto da definição de Antônio Candido: "tempo não é dinheiro. Isso é uma monstruosidade do capitalismo. Tempo é o tecido de nossas vidas". A crônica, embora simples, breve e corriqueira, é um gênero textual que pode abordar questões sociais crônicas. Clarice Lispector nos presenteu com crônicas existenciais de tirar o fôlego.

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    1. Fabrício Schweitzer

      presenteou*

  3. Raymundo de Lima Lima

    A Folha precisa urgente d crônicas como esta d Sérgio Rodrigues, para educar alguns leitores mui apressados na leitura, ou q ignoram a cultura, a filosofia, as origens d palavras e ideias. Nesse sentido, a Folha já teve o Cadernos Mais! o caderno Idéias. Se não é possivel reeditar estes Cadernos, pelo menos deve chamar atenão do leitor na Primeira página. Agradeço ao crônista.

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  4. Vito Algirdas Sukys

    A crônica parece ser uma complexa coleção de estruturas e camadas da temporalidade. Um mundo estranho, mas nosso; aproximações às criaturas desjeitosas que somos; fala de aspectos da nossa perspectiva, diz mais respeito ao que somos do que ao mundo ao nosso redor.

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  5. Vito Algirdas Sukys

    Por quê, numa crônica, não nos lembramos do futuro? Na crônica, somos nós que existimos no tempo ou é o tempo que existe em nós que nos torna escravos do kronos? O que realmente significa dizer que o tempo "passa" numa crônica? O que percebo, quando percebo o passar do tempo numa crônica? A crônica é um floco de neve que derrete por entre os dedos ao estudá-la.

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  6. Vito Algirdas Sukys

    A realidade não costuma ser o que parece: a Terra parece plana, mas é esférica. Da mesma forma, a estrutura do tempo não é o que parece: é diferente do curso uniforme universal. A gramática inglesa fala em dezesseis tempos verbais que envolvem a noção absoluta de "passado-presente-futuro". Se a gramática é inadequada nossa semântica também.

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  7. Vito Algirdas Sukys

    A nossa gramática é inadequada para falar do tempo; ela formou-se a partir da nossa experiência limitada, antes de darmos conta de sua imprecisão em apreender a rica estrutura do mundo. Nossa gramática é estruturada em uma distinção absoluta "passado-presente-futuro", que faz sentido em parte enquanto está perto de nós. A estrutura da realidade não é aquela que nossa gramática pressupõe.

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  8. Vito Algirdas Sukys

    A física mostra a desaceleração do tempo, o tempo passa mais rápido na montanha e mais devagar no vale. Um relógio preciso mede a diferença. Uma crônica feita na montanha seria assim diferente de uma feita ao rés do chão? Os acontecimentos acontecem segundo a ordem do tempo? Há mil Shivas dançantes e mil crônicas registrando o tempo passado?

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  9. Vito Algirdas Sukys

    A natureza do tempo talvez seja o maior mistério de todos. O fascínio é o que alimenta nosso desejo de conhecer. (Aristóteles, Metafísica). Kronos quantifica, kairós qualifica. Não penso em nada, ouço o tempo passar. Na mitologia hindu, a dança de Shiva é a passagem do tempo. Kronos é o carrasco limitador de atividades; kairós a exultação da meta cumprida, de momento oportuno, sorte e fortuna, do tempo desconectado. Nossas vidas são como uma viagem, tentando equilibrar kronos e kairós.

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    1. Maria Lopes

      Belo comentário.

  10. Carlos Augusto Rosa da Conceição

    Parabéns pelas excelentes reflexões.

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  11. Tadeu Humberto Scarparo Cunha

    Caro Sérgio muito boa a sua crônica sobre a bifurcação entre Kronos e Kairo.

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