Vera Iaconelli > Quando barulho de chuva dá medo Voltar
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Um trauma coletivo imensurável e duradouro que se agrava quando não há responsabilização dos culpados. Sucessão de omissões, descuidos e falta de manutenção; excesso de flexibilizações de regras ambientais e urbanas em favor de um capital voraz, abusivo e alienado. São muitas culpas, imensas irresponsabilidades dentro do poder público que tem o dever de zelar pelo bem estar dos seus cidadãos e do espaço que habitam e não o fazem! Quando serão investigados e responderão por este crime?
Sem chegar a esses extremos como no RS, já tive experiências de perda com chuvas fortes. O medo associado ao barulho da água caindo nunca desaparece totalmente. Imagino a tensão pós-traumática que ficará por um bom tempo na cabeça dos gaúchos.
Ao homem, pela vida afora, foi dada oportunidade de reconhecer sua pequenez, sua insignificância e, com isso, exercitar a humildade. Os cinco estágios do luto são negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Muito provavelmente essa senhora citada no artigo ainda está presa na raiva. Por isso não quer negociar (ou barganhar) com a vontade Divina. É natural. Nada de novo debaixo do Sol.
Anete, querida, você, como psicóloga, deveria saber que as etapas do luto não fui eu quem criou. Isso é consenso nas ciências da mente e do comportamento. O estágio da raiva é um deles. Não vou ficar chovendo no molhado o tempo inteiro. Contra fatos não há argumentos. Tchau tchau
Sem desculpas, sem medo. Essa conta é dela, não é de mais ninguém. Já a raiva, que entrou nessa história pela porta dos fundos, fica por conta do Joel.
Trata-se de não vivenciar esse sobrenatural ou vontade divina, mas de querer saber da minha vontade, do meu desejo. De fazer essa passagem pelo luto em outro lugar, que não seja pela via da crença ou da medicalização do sofrimento. Luto é luta!
Ela não completou o processo de luto. Ela não só rejeitou a barganha com Deus, mas com os próprios médicos, como a senhora deixou claro. Só se, no seu entender, a dinâmica do luto mudou e parou na raiva, suprimindo e eliminando as etapas seguintes. É só isso que tenho a dizer.
Não, Joel, trata-se da dignidade de encarar o luto sem colocar na conta de Deus. Apenas o reconhecimento da perda e do sofrimento. Sem desculpas e sem medos.
O barulho de chuva, que nesse momento nos estremece, nos remete a uma tragédia que interrompeu o dia-a-dia de cada um, jogando-os no vazio, no nada, no desconforto, no desespero. Lá se foram vidas, lembranças, memórias perdidas. Uma devastação provocada pelo descaso dos que são eleitos para operar em todas as frentes, nas urgências, nas ameaças tantas vezes anunciadas. Há que se visar a natureza, os que mais necessitam, e não somente os que tem a força da grana que ergue e destrói coisas belas.
Lembremos, também, do racismo ambiental que vulnerabiliza gerando ainda mais precariedade à s comunidades que sofrem com o abandono de polÃticas públicas. Somos e estamos todas e todos potencialmente vulneráveis aos resultados da destruição do meio ambiente.
Cara prof. Vera Iaconelli, ótimo texto sobre o mega desastre que se abateu sobre o RS,deveria,mas não será uma luz para varrer tds os negacionistas do cenário polÃtico nacional.
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