Mirian Goldenberg > Nunca é tarde para brincar Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Para muitas pessoas pode parecer estranho, mas relaxar ou meditar para mim são brincadeiras. Por isso, eu costumava dizer nas minhas aulas de meditação: "não relaxe, ao relaxar; não medite, ao meditar". Então, também diria: "não brinque, ao brincar". Na prática, agindo assim evitamos a ansiedade da busca do resultado, deixando que haja leveza ao relaxar, meditar ou brincar. Na maneira zenbudista dirÃamos: "ao relaxar, apenas relaxe; ao meditar, apenas medite; ao brincar, apenas brinque".
Ao acordar pratico kinhin por 15 minutos, a meditação andando do zenbudismo. Esta brincadeira se dá assim. De pé, descanso as 2 mãos sobrepostas na direção do peito e olho a frente. Com plena atenção: a cada inspiração, dou um passo curto; a cada expiração, dou outro passo curto e assim vai. Aà vale o que disse acima: "No kinhin, apenas kinhin". Portanto, a meditação em movimento pode, então, ser uma alternativa, uma outra forma de brincar.
Como criaturas sociais necessitamos de conexão humana tanto quanto de alimentação, sono etc., mas muitas vezes estaremos sós. É aà que podemos nos beneficiar ao incluir a brincadeira em nossas vidas usando tecnologia. Celulares podem ser empregados para brincar, seja sozinhos ou com outras pessoas. Foi o que vimos na pandemia, quando cresceu bastante o uso de jogos, adivinhações entre outras diversões por adultos e crianças no modo individual ou coletivo.
Hoje em dia milhares de pessoas trazem seus joguinhos preferidos nos celulares, tablets e laptops para se divertirem nas horas de lazer, quando se deslocam de um lugar a outro na cidade etc. Eu mesmo tenho cruzadas e caça-palavras tanto impressas como no meu celular aos quais costumo recorrer quando não estou lendo. Aliás, toda semana jogo, presencial ou remotamente, partidas de xadrez com conhecidos e com estranhos. Muitas deles estão a quilômetros de distância.
É muito terapêutico ler os textos da Mirian.
Fico muito feliz Carlos
Sim, Mirian. Nunca é tarde para rir, so-rrir, brincar e até mesmo poetizar como salientou Roseana Murray...
Verdade, ela é um belo exemplo
Rir é tudo na vida.
DifÃcil em momentos tão tristes
Não consigo rir com os adultos. Mas rio muito com as crianças.
Aprendamos com as crianças, porque elas são genuinamente brincantes.
Aprendamos com as crianças, com os idosos, com a Mirian e com o Alexandre.
Caro Filipe, seu comentário reflete a essência da vida. Ele captura a pureza e a autenticidade da infância. A coluna da Mirian e seu comentário se complementam, lembrando-nos da importância de manter o espÃrito lúdico em nossos corações mesmo na vida adulta e maturidade avançada. As crianças com sua alegria descomplicada e curiosidade incessante, são mestres em viver no presente, transformando o cotidiano em uma série de descobertas e maravilhas. Parabéns!
E com os mais velhos também Filipe
O monge zenbudista Thich Nhat Hahn dizia frequentemente que "à s vezes a sua alegria é a fonte do seu sorriso, mas à s vezes o seu sorriso pode ser a fonte da sua alegria". É justamente o que pesquisas cientÃficas mostraram recentemente, pois o simples ato de sorrir pode melhorar o seu humor, diminuir o estresse, estimular o sistema imunológico e possivelmente até prolongar a sua vida. (1/3)
Lembro do monge zenbudista ensinar que se você quiser relaxar os músculos de seu rosto, tensos, contraÃdos pelas preocupações, medo e tristeza, deixe um leve sorriso aflorar em sua face. Basta que surja um leve sorriso para que todos os músculos faciais comecem a relaxar. É o mesmo sorriso que você vê na face de Buda. (3/3)
A maioria das pessoas parece ter uma ideia bastante diferente, fixadas à ideia de que a felicidade é o que as faz sorrir; mas o inverso também pode ser verdadeiro. Em outras palavras, sorrir pode fazer com que seu cérebro acredite que você está feliz, o que pode estimular sentimentos reais de felicidade. Logo, por que não rir, so-rrir e brincar para/com a tristeza, obstáculo ou revés que te desafia para então gerar leveza, alegria, felicidade? (2/3)
Verdade
A maioria das pessoas parece ter uma ideia bastante diferente, fixada à noção de que a felicidade é o que as faz sorrir; mas o inverso também pode ser verdadeiro. Em outras palavras, sorrir pode fazer com que seu cérebro acredite que você está feliz, o que pode estimular sentimentos reais de felicidade. O monge zenbudista ensinava que se você quiser relaxar os músculos de seu rosto, contraÃdos pelas preocupações, medo e tristeza, devia deixar um leve sorriso aflorar em sua face. (2/3)
Miriam Doudadaberg, sempre um presente! Brincar, rir, divertir, parece banal, porém essencial!!! Parabéns novamente!
Parece, mas é essencial
estou relacionando o texto com um filme sobre uma famÃlia de macacos. Fiz uma relação de atividades daquele grupo: a) estão sempre em usca de alimentos; b) buscam acasalamento; c) estão sempre brincando ou dormindo. Temos algum parentesco ?
Em seu excelente livro Eu, Primata, Frans de Waal relata como primatas não humanos brincam, riem (fazem cócegas uns nos outros), dão gargalhadas, inventam brincadeiras e demonstram outros comportamentos interessantes como empatia e respeito.
Será?
Rir é um ato de resistência. Prometeu bem poderia ter dito ao final: eu rio. Resistência ainda maior em tempos tão mal-humorados , corretos e moralistas.
Tempos tristes
Recentemente, acompanhei os últimos momentos de um familiar querido. No leito do hospital, envolto pelo zumbido constante das máquinas que monitoravam seus sinais vitais, ele olhava o teto, como se buscasse respostas nas rachaduras que o tempo esculpira ali. A luz suave do entardecer filtrava-se pelas cortinas, acariciando-lhe o rosto com uma ternura que ele já não sentia há tempos. Era um homem idoso, seus dias contados, cada respiração uma lembrança da finitude que se aproximava. Triste!
Não estou sendo generoso, Alexandre, mas justo. Gosto de ler bons textos e os seus são ótimos. Obrigado pela atenção.
Alexandre, continue sempre escrevendo: escrever é brincar e chorar com as palavras
Caro Filipe, seu comentário tocou profundamente meu coração. Saber que meu despretensioso comentário ressoou tão fortemente em você e ser comparado ao trecho de um bom livro é uma honra imensa. Seu incentivo é uma verdadeira motivação para continuar colaborando e compartilhando meus singelos comentários com os leitores da Folha. Palavras como as suas são o combustÃvel que alimenta a paixão pela escrita e a vontade de seguir adiante. Agradeço de coração pelo apoio e pela generosidade das palavras
Querida Mirian, receber seu gentil feedback foi uma das maiores honras que já experimentei. Saber que alguém com sua sensibilidade e conhecimento apreciou meu despretensioso comentário tocou profundamente o meu coração. Escrever é, para mim, um ato de compartilhar a alma com os leitores, e suas palavras me mostraram que essa conexão foi alcançada. Suas reflexões, muitas delas calcadas em dolorosas experiências pessoais, sempre foram uma fonte de inspiração para mim. Por isso, muito obrigado.
Fiquei emocionada aqui
Seu comentário é tão forte, que até parece trecho de um bom livro. Escreva mais; escreva sempre.
IncrÃvel como a leveza de humor, a sutileza pra captar nuances, a capacidade de se autoironizar e autodebochar (com o equilÃbrio devido) e o cultivo do saber rir (brincar com) das próprias "mancadas" e imperfeições, bem como da vaidade humana, tudo isso faz com que alguém se destaque tanto que chega ao ponto de incomodar muita gente.
Escapa de muitas pessoas que demonstrar resistência a algo tem como contrapartida a aceitação de outra(s), daà ver o singelo ato de rir como uma oposição mas também como uma abertura. Mas daà surgem 2 questões: "Será que fortalecemos ou damos continuidade ao que resistimos por medo/aversão, pois isso funcionaria como uma mecanismo de defesa? Ou seria diferente quando essa resistência (reação) nasce com um sorriso, com uma certa dose de humor?"...
Acho que o mais importante é a decisão que tomamos de como enfrentar os obstáculos, desafios e adversidades: com ódio ou com amor
Rir é o melhor remédio. Adriano Suassuna disse :Quando estou me levando excessivamente a sério solto o palha ço que há em mim.
Verdade, Amarildo. É preciso soltar o palhaço que existe dentro de nós para podermos rir das “almas sinistras”, como escreveu Marco Aurélio, dos invejosos, dos mesquinhos, dos arrogantes e dos odiadores de plantão
Bem oportuno abordar o ato de brincar numa época em que muitas pessoas escolhem formas negativas de interagir com as outras. Essa prática bem natural não é exclusiva dos humanos, podendo ser encontrada em diferentes espécies. Nem se restringe a uma fase da vida deles, pois tanto os mais jovens como os adultos costumam divertir-se entre si. A ludicidade é tão espontânea nas crianças que elas brincam inclusive quando estão sós. Aliás, muitos adultos têm boas lembranças das suas brincadeiras...
Acredito que todos os animais tem esse atributo lúdico dentro de si, como se fosse uma semente que em alguns pode ser mais fraca e em outros mais forte. Macacos, gatos, cães, aves brincam bastante, mas humanos são estimulados a fazê-lo apenas numa fase da vida talvez por razões culturais. Essa semente não morre, está lá dentro de cada um deles, basta regá-la para que volte a aflorar e se torne mais forte...
Estou pesquisando a importância de brincar na vida adulta e na velhice. Rir com os amigos e amigas e, principalmente, rir de si mesmo tem um efeito terapêutico e curativo, não é mesmo?
"Rir é um ato de resistência". Nos anos 80 diria que a frase tem a profundidade de um comercial de margarina. Hoje, de um post de tik tok. Kkk, só rindo!
Minha netinha, de seis anos, gosta que eu invente estórias absurdas, que ela acha engraçadas. Exemplo: um menino andava pela rua quando viu uma cacatua dançando. Tentou pegá-la, mas ela soltou um pum explosivo que o lançou na Lua, porém essa estória continua. Daà ela assume inventando coisas fora do comum e dá gargalhadas. Outro dia ela me pediu: vô, vamos brincar de contar aquelas estórias loucas? Vamos, sim, você começa:"tinha uma menina passeando no parque,ela escorregou numa casca de banana
É maravilhoso poder brincar, especialmente na velhice
Lindo texto, D. Miriam! Eu sempre advoguei essa maxima: Rir é o melhor remédio!Tenho pena das pessoas sérias, sisudas, que não acham graça em nada! A vida deve ser muito dura e tristes para elas! Seu artigo é um bálsamo de esperança e vontade de encarar a vida pelo lado mais otimista e produtivo! Parabéns!
Fico muito feliz Luiz, estou escrevendo sobre a importância de brincar em vez de brigar, de transformar em vez de destruir e de amar em vez de odiar. Vou escrever mais em breve sobre o que estou aprendendo com meus amigos nonagenários
Frase de Ariano Suassuna:Quando eu vejo que estou me levando excessivamente a sério, deixo o palh aço que tenho dentro de mim dá uma cambalhota “. É sempre um prazer ler sua coluna , Mirian.
Adorei Amarildo, meu palhaço interior precisa urgentemente aprender a dar cambalhotas e não dar valor às “almas sinistras”, como escreveu Marco Aurélio, que só existem para odiar
Que lindo arremate para um texto fundamental. No contexto em que vivemos o que mais se prega é a alta performance e a competitividade e por isso a humanidade está ficando tão desumana. Na altura dos meus 54 estou fazendo doutorado em educação e para desestressar gosto de jogar peteca. E você?
Ler, escrever, estudar, pesquisar, filmes e seriados, caminhar na areia
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Mirian Goldenberg > Nunca é tarde para brincar Voltar
Comente este texto