Juliana de Albuquerque > Ler nos permite entender que somos semelhantes em nossas diferenças Voltar

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  1. MARIA CHRISTINA DE ALMEIDA

    Juliana dialoga com duas autoras, diria díspares. Arendt não é uma autora ficcional, que dialoga com as ambiguidades e contradições do humano demasiadamente humano. Arendt é uma pensadora com outra ambição. Na matéria do tempo histórico transita ela entre o passado e o futuro para nos convocar ao diálogo com uma temporalidade e alteridade radicais. Nesse deslocamento somos levadas(os) a ampliar nossa mentalidade, enquanto sujeitos pensantes, datados e inseridos num mundo plural e comum.

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  2. José Cardoso

    A ficção permite a contradição, e isso paradoxalmente pode torná-la às vezes mais realista que a não ficção. O Camões nos Lusíadas sempre exalta o arrojo dos navegadores. Mas ao mesmo tempo dá espaço a um longo discurso do personagem 'Velho do Restelo' contra elas. Quando lemos, dá uma certa perplexidade, pois os argumentos dele são perfeitamente lógicos, e ficam ali no ar sem uma réplica que os invalide.

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  3. João Vergílio

    É interessante pensar em como isso acontece em outros âmbitos. A literatura sagrada e os ensaios de hermenêutica parecem desempenhar um papel central na formação e manutenção dos espaços intersubjetivos religiosos, p.ex. O canto, o Livro, o rito, a interpretação são fundamentais, ali, na formação de um "nós". Outros contextos interessantes são dados na cultura de massas. A Madonna de Camille Paglia parece exercer uma função semelhante.

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  4. Renato Athias

    Como antropólogo e também como pesquisador no campo disciplinar da Antropologia Visual, posso associar a narrativa de Beauvoir com o filme "Chronique d'un été" de 1960 (Jean Rouch e Edgar Morin) que traz uma narrativa fílmica singular e que inaugura o tempo do "Cinema Verité" em Paris. O termo Cinema Verdade foi uma de Jean Rouch. Não deixa de ser interessante comparar estas duas narrativas.

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  5. Renato Athias

    Obrigado Juliana, com as suas palavras de hoje. Eu viajei até os idos dos inícios dos anos oitenta quando cheguei para morar na França na minha primeira estadia. Eu usei "Les Mandarins" como um livro para me ajudar no meu francês de principiante. A narrativa de Beauvoir na organização dos seus personagens deste romance me ajudou a entender um pouco o meu entorno na universidade onde eu estava.

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  6. maria rita mucci aguiar dos santos

    Muito interessante. Impressões que tinha mas não sabia como explicar ou colocar em palavras. Muito obrigada pelo texto e compartilhar. Grande abraço e bom feriado!

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  7. Enir Antonio Carradore

    O romance não fica ancorado no tempo, como acontece com o ensaio.

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