Vera Iaconelli > Mães da quebrada são o futuro Voltar
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Ser uma mãe zelosa no Brasil significa ter que assumir a persona de "chata". Mesmo para os serviços particulares. Para aquelas mães que só podem contar com os serviços públicos, as humilhações e outros absurdos - contra essa mães e suas crianças- são uma triste realidade, salvo rarÃssimas exceções.
Abandono afetivo e de cuidados deveria virar crime. Não se deveria mais permitir que nenhuma criança fosse registrada no paÃs sem o nome do pai. Teste para comprovar paternidade deveria ser polÃtica pública. Abuso sexual deveria ser tipificado como crime hediondo, inafiançável e imprescritÃvel. Resultando no nascimento, deveria haver reparação financeira a vÃtima com confisco de bens, se necessário. Mas... Uma parte dos crimes no Brasil é praticado pelos legisladores do paÃs. Como confiar neles?
Roberta, entenda: o teste de paternidade já é polÃtica pública pelo simples fato de constar na lei tal exigência. Ausente o pai, a mãe declarará o nome dele e o cartório o intimará a assumir ou negar a paternidade. Quem faz cumprir as leis não são os legisladores (poder legislativo), mas sim os membros do poder executivo.
Joel, por isso que disse que o teste de paternidade deveria ser polÃtica pública. Pois o que mais lindo, no meu cotidiano profissional, são com crianças sem pai na certidão e seem pai na convivência. A mesma legislação que faz a lei deveria ser a mesma que garante o seu cumprimento. Mas...
Já existem leis nesse sentido em quase tudo que você citou, menos abandono afetivo, que é um ilÃcito civil, não criminal. Nenhuma criança pode ser registrada sem o nome do pai. Se ele se negar será feito o teste de paternidade, é óbvio. Os abusos contra menores e vulneráveis já são crimes hediondos e inafiançáveis. A Lei do Crime Hediondo (8.072/90) inseriu no Código Penal as respectivas modificações. Só não a imprescritibilidade em face do PrincÃpio da Segurança JurÃdica (discutÃvel).
Os argumentos em contrário estão deixando de levar em conta a profissão da articulista, cuja finalidade é ouvir pessoas e seus sofrimentos. Não importando a que classe social atende ou atendia, esta lhe dá embasamento para saber do que está falando.
A psicanálise é uma terapia altamente elitista. Isso pelo elevado preço dos honorários do analista. Não obstante os esforços de alguns profissionais dessa especialidade em criar projetos e programas para alcançar os mais desafortunados financeiramente, os que chegam aos seus consultórios não têm representatividade para formar uma amostragem que tenha valor estatÃstico, dentro do método cientÃfico. Demonstra apenas as mazelas da fatia da sociedade que tem acesso a ela. Isso é ciência.
Sem contar as mães de filhos autistas, com sÃndrome de down, com deficiências fÃsicas e visuais... Sou um dos pouquÃssimos homens nestes espaços de recuperação e convivência, o que vejo é uma imensidão de mulheres (mães) que buscam dias menos sofridos para seus filhos, oportunidades de inserção nesta sociedade excludente. Essas mães possuem filhos especiais, que, por felicidade, também possuem mães especiais. Não consigo pensar Deus senão como uma mãe.
Sem dúvida, até porque são elas que se dispõe a ter filhos. As bacanas não querem mais essa aporrinhação. É preciso manter o SUS e a escola pública, além de um bom policiamento, para proteger e facilitar a vida das novas gerações.
Misoginia e preconceito brabos!
"Homens mal ficam em condições ordinárias". Quanta misandria. Os únicos homens que "não ficam" que conheço foram vÃtimas de decisões judiciais injustas e alienação parental. A autora passou longe da realidade.
Adriano, ou tu é cego, ou é mesmo mal caráter. Acesse os dados oficiais de registros de crianças sem o nome do pai, por exemplo. Sem falar nos mãos de 11 milhões de mães que criam sozinhas os seus filhos.
Adriano, gostaria de habitar o mesmo mundo que o seu. Tratar como regra casos especÃficos de uma realidade - branca e de classe média, no mÃnimo, aposto! - é de uma injustiça tremenda. Abra os olhos para uma realidade além da sua, meu caro. Em 2020, 6,31% (das 1.280.514 crianças que nasceram) foram registradas apenas com o nome das mães nas certidões de nascimento.
Então creio que você deva fazer uma pesquisa mais ampla, fora do seu cÃrculo social... Além disso, as estatÃsticas oficiais mostram o quão distante a fala está da misandria.
Quanta generalização e julgamentos morais sexistas, passou longe da análise séria
Parabéns, Vera Iacomelli! Esta é a verdade nua e crua! Excelente texto.
Estava sentindo falta dessa análise na mÃdia. Num tempo em que alguns setores pregam o retrocesso sobre o lugar da mulher no mundo era preciso lembrar que em pleno terceiro milênio, apesar de todos os avanços na educação, no trabalho e no campo dos direitos em geral, o lugar da mulher perante a prole continua o mesmo. Os avanços abriram à s mulheres novas demandas e oportunidades que se sobrepõem e quase sempre sobrecarregam o papel tradicional como responsável pela prole. É um fato.
Joel, não pense que usando estes vocábulos em texto confuso como resposta vai confundir. Isto é uma tática de pessoas com TPN - transtorno de personalidade narcisista, que vêm na vÃtima - mulher - aquilo que são. Um misógino verá uma misandrista. Se desconhece o sentido de "em geral" , precisa conhecer para não passar vergonha: geralmente, via de regra, normalmente, e por aà vai.
Joel e Paulo, leiam o texto varias vezes, ou peçam a alguém para traduzir.
Apenas um esclarecimento: estou me referindo à resposta de Joel no comentário da Anete.
O comentário do Joel foi perfeito e clarÃssimo. Confuso foi o texto da autora.
Excelente coluna.
A mulher, após gerar um filho, logo percebe que o filho é seu. É ela que estará com ele em todos os momentos, na doença, tropeços, adversidades, momentos difÃceis e felizes. É responsável pelo sustento e por tudo que vier acontecer. Já os homens, em geral, não se ocupam com essas ocupações. Nem por isso são julgados e condenados. São os mesmos que se alvoram contra a interrupção de uma gravidez. São os moralistas da causa alheia.
Usando meu senso de oportunidade, um paralelo: a coleção da FSP lançada para crianças nos confirma muita coisa, embora se esteja falando de outra classe social relacionada à mulher. Não precisa nem pesquisar se o fulano ficou ou abandonou a prole. A prova: homens tinham tempo ocioso para serem filósofos enquanto suas esposas cuidavam "do resto". Também cientistas, compositores clássicos, escritores. Nesta coleção de "pensadores", em um total de 25 lançamentos apenas 5 são de mulheres.
Pois é, Anete, lembro-me sempre disso ao ler cada comentário de homens 'sensibilizados' nas matérias referentes a aborto. Conheço alguns poucos homens que são pais com P maiúsculo, mas a grande maioria não o é.
Anete, a expressão "em geral" não retira do seu comentário o caráter de julgamento ali embutido. Mesmo uma conclusão por inferência há de ser embasada e respaldada por pesquisas e estatÃsticas em trabalho de campo. Nunca por observações obtidas via senso comum. O seu dedo, e o da articulista, apontados para os homens não tem nenhum valor como trabalho cientÃfico.
Já os homens, em geral. Em geral se traduz, nem todos, muitos. Não generaliza. Mas o comum são as mulheres arcando com tudo.
Anete, não se julga homens por atacado. Na verdade, não se julga ninguém aos lotes: todo julgamento é individual. É assim desde que o mundo é mundo. Mesmo nos crimes de motim (art. 150, CPM) e de rixa (art. 137, CP) há que se identificar os acusados a fim de individuar a pena. É o que aconteceu no 8 de janeiro. Você não esteve presente 24 horas na vida de todos os homens da face da Terra. Julgamento por ilação ou inferência não existe.
Sim, nas mãos das mulheres negras, trans, periféricas e sofridas. O Estado não pode se ausentar de suas responsabilidades, portanto, não pode ser mÃnimo. Mas é interessante observar o pronome 'ele' usado para substituir o nome 'Estado'.
A articulista tem uma profunda aversão aos homens: quer sejam pais ou não. Nem mesmo utiliza o termo pai, mas genitor. Ressentimento. Também em relação à famÃlia. Freud explica. Flaubert já vaticinara: "Todo romance é autobiográfico de algum modo." As visões de mundo, idem. Na verdade, o discurso da articulista se trata de crenças psicológicas e/ou filosóficas vestidas de uma roupagem chique de uma pseudorrazão. (continua)
Maria Lopes, a sua menção à condição de analista experiente da articulista não confere aos seus escritos o status de verdade absoluta, acima de qualquer crÃtica. A isto se chama falácia ou argumento de autoridade. A popular carteirada. não vale. Fica até feio apelar pra isso.
Leia o texto mais vezes (antes de agredir), quem sabe você consegue compreender.
Vc está usando Freud com uma psicanalista experiente? Interpretando o cristalino texto da articulista com suas projeções preconceituosas? Como diIa mina avó, pretensão e água benta….
(continuação) Falei crenças filosóficas porque o próprio Nietzsche enxerga a filosofia desse modo. É o chamado "perspectivismo nietzscheano". Há até uma citação famosa em "Além do Bem e do Mal" onde ele diz que, apesar das afirmações dos filósofos sobre argumentar racionalmente e almejar encontrar a verdade objetiva, toda filosofia tem sido realmente uma forma de autobiografia inconsciente e involuntária.
Anete, inicialmente, devo deixar claro que o tema não se resume apenas à questão de atração ou repulsa. Não sou dos que querem viver na bolha: o pensamento e ideias contrárias e divergentes, à s vezes, constroem e nos ensinam a argumentar melhor e com mais profundidade. A vida é feita de desafios. Não é um mar de rosas para ficar "deitado eternamente em berço esplêndido". O paraÃso e o descanso virão após a passagem para o além. Pode ter certeza.
É verdade, Anete, não os aprecio. Mas o que é deletério tem que ser combatido e extirpado. Há muitos coveiros que não têm prazer no seu mister. Mas alguém tem que fazer esse trabalho.
Não aprecia os textos da Vera, mas eles o atraem, tanto que não deixa de lê-los. Pena não os alcança, fica se debatendo depois, sem argumentos, sem rumo, sem lenço e sem documento.
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