João Pereira Coutinho > A indignação com a hipótese de não haver segundas oportunidades Voltar
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Sou assinante penitente da Folha, sempre essa chatice de “senha” para lê-la deem um jeito nisso, assino o Le Monde e entro direto sem essas exigências. Coisas cartoriais deste Brasil incorrigÃvel. Reclamo, mas sei que nada adianta, aliás como tudo.
Sempre nos brindando com excelentes textos. Valeu!
Há uma tese, se não me engano do Louis Dumont, de que nosso individualismo moderno é fruto do cristianismo. A salvação é um assunto individual, e essa ideia acabou secularizada na busca de cada um pela sua realização plena nesse mundo.
Uma outra hipótese para essa indignação está na escatologia do Porvir: há, sempre o impulso para a skotosis e a crença na vida noutro plano... Quem modela sua mentalidade a partir dessa crença, dada pelo Divino, como aceitar que o mundo meramente humano não nos ofereça segundas chances?
Na vastidão da existência humana, onde cada momento é uma pincelada no quadro da vida, emerge uma verdade: não há segundas chances. Esta constatação, um eco sombrio nos corredores do tempo, é o que confere à vida sua natureza única e extraordinária. Não é apenas uma constatação filosófica, mas uma realidade concreta, que molda nossas ações e decisões diárias. A filosofia nos convida, desde Heráclito, a refletir sobre a irreversibilidade do tempo. Não se pode entrar no mesmo rio duas vezes.
Muito bom. A vantagem é que a cada nova primeira oportunidade perdida há uma nova primeira oportunidade à frente.
Resumindo: sexo adiado é sexo perdido
O problema na cultura latina do hemisfério sul é que seus fracassos (escolhas) são suas condenações, enquanto na cultura oriental e no hemisfério norte, seus fracassos são sua aprendizagens. Quando nao há segunda terceira quarta chances não há progresso, não há evoluçao, porque a aprendizagem não poderá ser aproveitada. Condena-se quem falha ao tentar e errar, uma conveniencia da elite no poder, porque os mais pobres e desfavorecidos sempre estão neste ciclo de tentar e retentar.
A nossa vida é o que fazemos dela.
Como diz o ditado "cavalo arriado, só passa uma vez"!
Boa reflexão. O desafio reside em assumir inteiramente a responsabilidade pelas próprias escolhas, ainda que, ao menos em aparência, irreversÃveis e desastrosas, sem o vão lamento por escolha alternativa que deixou de ser feita...
Tenho dúvidas se haverá uma segunda chance em Marte. E tenho certeza de que nos destruiremos tentando realizar o sonho de ir pra lá. Também estou certo da necessidade de rever a direção das coisas, embora o timoneiro pareça ter enlouquecido .
O colunista se esqueceu que os heróis de Casablanca já haviam tido Paris no passado, e sempre a terão, em seus pensamentos. E sonhos, como reza a lenda, são melhores que a realidade.
BonÃssima crônica/artigo. Mas há algo a acrescentar! Ao lado dessa ilusão de possibilidades indeterminadas abertas à nossa liberdade, existe a constatação - mencionada no texto - de que somos animais sociais, dependemos dos outros e eles de nós. Portanto, qualquer avanço significativo terá de ser coletivo. A crença de que somos fruto apenas das escolhas pessoais é uma crença alienante, no entanto estimulada pelo capitalismo nascido no século XVI. Confere?
Seu texto foi removido porque infringe as regras de uso do site.
A fantasia tomou conta, até sexo virou objeto de escolha multipla. E, quando a realidade não corresponde ao sonho, basta colocar a culpa em “alguma coisa” estrutural
Perfeito como as time goes by. Grande João Pereira Coutinho!
Lembro, que na maioria das vezes de casos de femincÃdios aqui no Brasil, o que culmina o crime é a busca incessantemente do algoz da vÃtima para uma segunda chance na relação rompida.
Tem o outro lado da moeda. Na Idade Média, eu sempre podia me arrepender no final da vida. Tem um monte gente assim na "sala de espera" do Purgatório de Dante. Morrem de vontade de ir para a sala de torturas, mas têm que esperar, pois se arrependeram na última hora. Depois, sem Deus, ficou mais difÃcil. Os outros são tão deuses quanto eu e, ao contrário do AltÃssimo, raramente me perdoam.
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