Mirian Goldenberg > A violência contra os mais velhos mora dentro das nossas casas Voltar
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70% dos idosos sofrem acidentes dentro de casa e entre as principais causas estão: diminuição da acuidade visual e queda na massa e força muscular. Mas, em vez de penalizar o idoso por causa de tais acidentes, sua famÃlia pode fazer adaptações ambientais (reconfigurar o ambiente), realocar utensÃlios (evitar quebras) e garantir mais equilÃbrio e estabilidade na sua mobilidade cotidiana.
A discriminação contra os idosos devido a estereótipos negativos e imprecisos está tão enraizada na nossa cultura que passa despercebida. Pessoas de todas as idades não só discriminam os idosos, mas também a forma como expressam isso muda ao longo da vida, podendo resultar em diferentes tipos de violência. Na prática, são atitudes cotidianas baseadas em estereótipos desumanizantes e ultrapassados que acabam levando ao isolamento e à marginalização da população idosa.
A forma como o envelhecimento é retratado nos meios de comunicação — doença, catástrofe, declÃnio de valor pessoal — é muitas vezes desdenhosa e discriminatória. Afinal de contas, em certas sociedades ainda prevalece o padrão cultural (mito) de que os idosos são todos rabugentos, teimosos ou ultrapassados, embora muitos sejam ativos, engajados e tenham muito a oferecer em termos de sabedoria e experiência de vida, aptos a dar contribuições em todos os aspectos da sociedade.
Diferentes avanços parecem dar uma resposta otimista a pergunta: "O envelhecimento pode ser curado?", mas mesmo que cada vez mais pessoas atinjam e até ultrapassem o que se acredita ser o tempo máximo natural de vida humano, de 120 a 125 anos, como impedir que elas continuem a ser alvo da negligência (familiar) entre outras violências? O Estatuto da Pessoa Idosa, o Disque 100 e a campanha Junho Violeta bastam?
Se fossem respeitados, melhoraria muito a nossa vida
O canal Disque 100 registrou aumento de 14% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo perÃodo do ano anterior. Nos 6 primeiros meses de 2024, foram registradas mais de 74 mil denúncias de violência. No entanto, há ainda muita alienação sobre os direitos desse público e como ele pode se proteger contra golpes e fraudes. Entre as diversas formas de violência, as de origem financeira e patrimonial se destacam como as mais frequentes, causando danos materiais e emocionais significativos.
Neste 15 de junho...
No 15 de junho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, um ação instituÃda pela ONU. Diversas ações são realizadas para sensibilizar a população sobre o tema, incluindo a campanha “Junho Violeta”. No Rio de Janeiro, além da iluminação no Palácio Tiradentes e do Cristo Redentor, haverá mobilização no Largo da Carioca e audiência pública para discutir violações de direitos das pessoas 60+.
Para o historiador israelense Yuval Noah Harari, o avanço cientÃfico está se acelerando de tal modo que no horizonte de duas ou três gerações a espécie humana terá se libertado não só da escassez e da violência, mas extraordinariamente da própria morte, no sentido de que a reprogramação genética e a fusão entre humano e máquina virem a propiciar longevidade indefinida.
Espero viver para acompanhar esses avanços
Mirian, você disse que queria viver para ver tais avanços, mas alguns deles já são realidade...
Uma nova forma de editar o DNA humano pode corrigir até 89% de erros genéticos que causam doenças. A tecnologia, conhecida como "prime editing" ("edição de qualidade"), é capaz de reescrever o DNA com precisão. Os cientistas já usaram tal técnica para corrigir falhas genéticas que provocam anemia falciforme, fibrose cÃstica e doença de Tay-Sachs. Além dessas 3, eles publicaram em outubro/2019 um artigo cientÃfico na revista Nature que indica outras 175 falhas que podem ser corrigidas.
Em junho de 2023, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) testou um exoesqueleto robótico. Tetraplégica há quase 30 anos, o equipamento a fez andar novamente durante visita aos Estados Unidos e foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), em São Paulo. Cada exoesqueleto custa por volta de US$ 176 mil (R$ 871,5 mil reais) no exterior.
Queria viver para isso
Os avanços cientÃficos e tecnológicos permitirão impressão de órgãos em 3D, diagnósticos e medicamentos personalizados, edição genética (CRISPR), reprogramação epigenética, uso de senolÃticos, uso de próteses e exoesqueletos robóticos, cirurgia robótica remotamente assistida, medicina regenerativa entre outras inovações. Iremos conseguir reprogramar os mecanismos genéticos, moleculares e celulares que tornam a idade o fator de risco dominante para certas doenças e condições degenerativas.
Alguns desses avanços já estão disponÃveis mas custam bem caro!!
Queria viver tudo isso
Será que a violência vai diminuir diante de tantas melhorias? Em seu livro, "Os Anjos Bons da Nossa Natureza", o psicólogo evolutivo Steven Pinker demonstrou como a violência vem se reduzindo nos últimos séculos, e despencou na segunda metade do século 20. No ano de 2002, por exemplo, mais pessoas morreram por suicÃdio (873 mil) do que a soma de mortos em conflitos armados, crimes comuns e atentados (741mil).
Inúmeros estudos indicam que os profissionais de saúde passarão a ser, principalmente, validadores das soluções propostas pela Inteligência Artificial (IA), geradas pela coleta e análise de um grande volume de dados globais, empregando algoritmos definidos por especialistas.
A saúde de cada indivÃduo será também constantemente monitorada por intermédio de "wearables" (roupas, relógios, pulseiras, óculos e smartphones), capazes de detectar anomalias antes destas serem sentidas por quem faz uso deles, acionando automaticamente centros médicos, especialistas de saúde além de prescrever soluções antecipadamente.
Todavia, esse aumento da qualidade da saúde e da longevidade populacionais exigirá que a sociedade reveja seus padrões culturais sobre o idoso, as polÃticas de saúde pública e de seguridade social tenham que se adequar a um perfil demográfico com idades centenárias.
A chegada de novas tecnologias à população, alcançando tanto às camadas mais abastadas quanto às mais pobres, causará um grande impacto na longevidade de toda a sociedade. Em vez de termos três ou quatro gerações atuando simultaneamente no mercado de trabalho, passaremos a ter cinco ou seis gerações, exigindo a necessidade de constante formação e aumento considerável dos gastos sociais.
A chegada de novas tecnologias à população, alcançando tanto as camadas mais abastadas quanto as mais pobres, causará um grande impacto na longevidade de toda a sociedade. Em vez de termos três ou quatro gerações atuando simultaneamente no mercado de trabalho, passaremos a ter cinco ou seis gerações, exigindo a necessidade de constante formação e aumento considerável dos gastos sociais.
Os avanços da ciência, tecnologia, saúde, nutrição e estilos de vida mais saudáveis já permitem vislumbrar uma nova fronteira para a longevidade humana, alcançando a vida centenária. No entanto, tudo isso contrasta com a violência doméstica e intrafamiliar contra os idosos que vem aumentando nas últimas décadas.
Sociedades e empresas terão de se adaptar a uma realidade com expectativas de vida tão longevas, deixando de olhar para o envelhecimento da população como uma fonte de problemas. Os avanços tecnológicos já permitem que a medicina deixe de estar centrada na cura e se volte para a prevenção de doenças e o prolongamento da vida humana. Quem nasce hoje poderá viver até aos 150 ou 200 anos, sobressaltando as estruturas sociais e governativas desenhadas desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Embora a visão dominante das consequências do envelhecimento populacional seja bastante pessimista, o cenário atual apresenta tendências emergentes que apontam na direção contrária. O principal equÃvoco daqueles que projetam uma "sociedade do envelhecimento" com amplos contingentes funcionalmente excluÃdos, está em considerar que o aumento da longevidade levará à manutenção da mortalidade per capita e da maneira dominante de lidar com a própria saúde.
Aliás, os anos a mais que são angariados aos idosos, em função dos avanços da medicina e a adoção de hábitos saudáveis garantem uma boa qualidade de vida na terceira idade. Na prática, essa transição da sociedade do envelhecimento para uma sociedade da longevidade denuncia uma cultura de preconceitos e práticas etaristas. O etarismo, também conhecido como ageÃsmo ou idadismo, envolve estereótipos e uma visão discriminatória em relação as pessoas com base na sua idade.
Mirian e todos os cronistas tem direito d escrever qualquer assunto. É o sentido d crônica. Brasileiros hipócritas é isso: não querem ler-escrever-pensar sobre idosos, sobre a condição d mulher, sobre aborto, sobre desigualdade social-econômica, sobre demonios vestidos d bons religiosos, sobre extrema-direita nazifascista, sobre guerras, sobre epidemias, sobre responsabilidade d clima, sobre trabalho escravo, sobre fome, etc. Abaixo a hipocrisia d avestruz.
Bravo Raymundo! Sempre há aqueles que abominam o debate, ávidos em demonstrar seu desinteresse pelo pontos de vista alheios. Querem calar os que teimam em dialogar, pois acreditam que só as suas certezas são as únicas que são corretas, bem como que todo novo aprendizado deve confirmá-las. Na realidade, temem a diversidade de perspectivas, uma vez que ela poderia expor a sua vasta ignorância.
Bravo Raymundo! Sempre há aqueles que abominam o debate, que demonstram seu desinteresse pelo pontos de vista alheios, que qpois acreditam que só as suas certezas são as únicas que são corretas, bem como que todo novo aprendizado deve confirmá-las. Na realidade, temem a diversidade de perspectivas, uma vez que poderia expor a sua vasta ignorância.
Depois de reler os últimos artigos da Mirian empaquei numa dúvida do tamanho do Jotalhão: "A Mirian está mais Mônica ou a Mônica está mais Mirian?".
Acabei de escrever um livro sobre meu amor incondicional pelos meus amigos de 98 anos. Nele, sou totalmente Mirian
Mirian/Mônica, adorei suas respostas...
Acho que um pouquinho mais de Monica, apesar ou justamente por causa da Mirian
A Mirian está buscando ser mais Mônica, mas falta muuuiiiittttoooo
Pra quem não entendeu a brincadeira, ver artigo da Mirian/Mônica de 20/03/24 com o tÃtulo: Como envelhecer com mais autonomia, coragem e propósito...
O potencial de malignidade reside no próprio agressor como veneno e o acompanha onde for. Mas as agressões não surgem do nada, existindo mais causas do que acasos. Daà a violência (contra o idoso) não se restringir as ações de quem golpeia, podendo ser encontrada nos pensamentos e palavras de quem agride. Embora os ataques contra alguém aconteçam em qualquer hora e lugar, não é difÃcil localizar seu verdadeiro agente: a maldade interior.
O prazer sádico de destruir, de se sentir superior, de exercer o poder de dominação. Triste ver que isso acontece dentro das próprias casas e famÃlias
Você é idoso?
Como dizem os franceses: "Vive la différence!!"
Discordo. Você já é idoso?
O Buda disse: algo só sobrevive ser for alimentado, mantido e perpetuado.
A maldade interior - este potencial de desumanidade - precisa ser cultivado, assim como o veneno da cobra tem de ser novamente fabricado depois de cada bote que alcançou uma presa. De modo semelhante, o agressor vai abastecer a sua "bolsa de desumanidade" para que possa atacar suas vÃtimas, em qualquer hora e lugar. Então, como alguém produz esse veneno? Com pensamentos (palavras e imagens)? Com ações vis? Com emoções perturbadoras? Com sentimentos ruins?
Parabéns Miriam, continue escrevendo e denunciando sobre nós idosos, principalmente quando temos alguma deficiência, somos quem fez este paÃs ser o que é, com estradas, portos, moradias, indústrias, somos empregadores , somos quem transmite experiência, somos os que tem poupança, e ainda somos alijados da sociedade.
Sempre Alexandre
Linda Mirian , muito obrigado por escrever sobre velhos e velhice .
Ermelinda, juntas
Prezada Miriam, se quiser ajudar ainda mais os velhinhos e velhinhas, faça um grande barulho para que a Revisão da Vida Toda seja aprovada, ao menos para os 100 mil idosos que já ganharam as ações e foram apunhalados pelo STF (principalmente pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin), novo partido polÃtico que faz parte da base do governo. O STF não respeita nada nem ninguém, incluindo as injustiças do passado que podem ser corrigidas. Eles só esperam que os velhinhos morram e parem de reclamar.
Cara Mirian, não me leve a mal, mas acho que você poderia aproveitar a deixa do leitor e fazer uma enquete humorÃstica, algo paralelo e que anime a turma, sobre o que eles e elas diriam sobre a tal da rebimboca da parafuseta. Uma tia minha já me contou hipóteses hilárias sobre a rebimboca e a parafuseta dela!... E depois dançar um tango comigo, claro! Beijão, Ivan
Cuide-se bem, moça! Você é demais! Abraços, Ivan
Adorei a ideia Ivan. Vou fazer
Cara Mirian mais um ótimo texto sobre a violência contra a velhice no Brasil paÃs este pródigo em quantidade de leis jamais cumpridas,eu lhe agradeço por escrever sobre esse assunto, pois o jovem algoz de hj será o velho vÃtima de amanhã.
Verdade Tadeu
Há uns tempos, no escritório, trabalhando para o bem do Planeta, ouvi a conversa de três estagiárias: eu não quero ficar velha. E a outra nem eu.. Então respondi: que ótimo,não ficarão velhas. Em todos os cemitérios do mundo existem Jovens eternas.E certa época, passando com a Camisa do Santos na Praça da Sé, um moço: só velho torce para o Santos. Respondi de bate pronto: meu time não mata ninguém do coração. E o senhor que morrerá em seis meses!Veio a Pandemia... será que ele ficou com medo?
Será?
Gosto quando você escreve sobre os idosos afinal estou chegando aos 60 e apesar da sociedade considerar essa idade como idoso eu não me sinto um.
Nem os meus amigos nonagenários se sentem, Sinésio. Velho é sempre o outro
Tudo o que você faz exige coragem. Não é fácil entender a coragem. Platão e Aristóteles deram respostas. Qualquer coisa que você faça, você precisa de coragem; sempre há alguém para lhe dizer que você está errado. Há o receio de que seus crÃticos estão certos, mas quem tem coragem traça o mapa das ações a serem feitas até o final, isso exige a coragem de homens e mulheres valentes e corajosas. Defender os mais velhos exige coragem.
Como me ensinou meu melhor amigo de 98 anos: tem que ter coragem, Mirian, coragem.
As vezes achamos que ao ignorar o tema velho, ele desaparece. Agora quero saber onde estão os cumprimentos da lei que dispõe a obrigação da famÃlia, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, principalmente do poder público. Minha mãe teve Alzheimer, a casa dela foi atingida pela enchente de 2021 e nem a fisioterapia do posto médico local nem a ajuda prometida pelo governador as vitimas da enchente chegaram até ela (na bahia). Lei sem fiscalização de nada adianta
Precisamos fazer com que o Estatuto seja respeitado
São palavras ao vento, inúteis. Só um desabafo mesmo, pois essa violência (não só contra idosos, diga-se de passagem), existe, sempre existiu e sempre existirá. O problema na verdade está no conflito de gerações, em que muitos idosos não conseguem evitar pq se fixam no retrovisor do passado (no meu tempo não era assim, etc). Os que evoluem e acompanham as novas gerações, com mais empatia e compreensão, se dão muito melhor
Argumentação absurda apenas para gerar discussão.
Acho que para quem diz serem inúteis a verbosidade da Mirian/Mônica, faltou então tomar o remédio indicado por ele: mais empatia e compreensão.
Paulo, ou a própria colunista, se forem capazes citem números: Quantos casos de violência contra idosos deixaram de ocorrer após as constantes falas dela? Quantos idosos compreensivos e simpáticos com os jovens sofreram abusos comparados com aqueles que só se queixam deles? Vamos lá, estou esperando...
O leitor Tersio, assÃduo nos comentários da Folha, propõe uma reviravolta no argumento da pesquisadora. A lógica dele é: se os idosos pensassem como os jovens, não seriam agredidos. Ou seja, sofrem violência porque se fixam "no retrovisor do passado". E ainda diz que o texto traz somente "palavras inúteis". Mas, como dizia minha avó, "antes ouvir besteira do que ser surdo". Minha velhinha sabia tudo!
Concordo. Pessas idosas e mais esclarecidas evitam discussões e conflitos com familiares mais novos., principalmente sobre assuntos de hoje em dia. Cito, como exemplo, o "politicamente correto", de difÃcil deglutição para os mais velhos. Ademais, conforme pontuou o Tersio em seu comentário, quem evolui e compreende as novas gerações, tem tudo para uma convivência mais agradável com as novas gerações.
Querida Mirian, continue escrevendo sobre velhos, como eu. Você escreve lindamente, até quando o assunto é espinhoso. A famÃlia do senhor de 77 anos lá de Santos precisa de sua pena. Obrigado.
João, muito muito triste com este crime terrÃvel
Que lindo , João. Fico muito feliz
Eita, para qualquer efeito ou interpretação, a "pena" que me refiro é a caneta, o teclado, a escrita.
Li há pouco tempo um texto sobre os 3 estágios de eliminação: aos 60 a empresa te elimina. Aos 70 a sociedade gradualmente te elimina, aos 80 a famÃlia lentamente te elimina. Depois dos 90 a terra quer eliminar você...
Bom texto. Vamos antecipar gradualmente, em dez anos, cada etapa dessa eliminação.
Que triste, muitas vezes começa bem antes
Sim, este é um tema fundamental. Continue a escrever textos educativos em prol da qualidade dos idosos, seres marginalizados pela sociedade individualista e egoÃsta.
Sempre Cida
Olá Miriam, bom dia. Tenho 44 anos e sou leitor assÃduo da sua coluna, onde - graças a você e suas palavras - me lembro e relembro de que ser humano não tem idade, que todos e todas merecem respeito, amor, sonhos enfim: ser humanos. Longa vida a você e seus belos textos!
Que lindo Pedro, fico muito feliz
Sou policial em Santos. O caso do senhor agredido e morto após levar uma voadora de um motorista foi dos crimes mais revoltantes e covardes que já vi em minha carreira.
Não tenho nem palavras para comentar agora Marcus, é cruel demais
Não foi dentro de casa, mas queria comentar para você opinar e elaborar, professora.
Nossa, fiquei chocada. Retrato da cruel realidade que os mais velhos sofrem diariamente
Comigo acontece muito de pessoas bem mais jovens assumirem que não sei usar as novas tecnologias. Trabalhei com muitas delas e as ensinei a vários alunos por décadas, entre eles havia leigos e até profissionais de ponta. No entanto, sempre procuro diferenciar os realmente prestativos e gentis daqueles que querem apenas mostrar-se superiores.
Verdade, meus amigos nonagenários usam o celular melhor do que eu.
Querida Mirian, continue com tua bela escrita que exerce um papel fundamental, o de utilidade pública no campo das complexas relações humanas. Numa fluidez revelas dados importantes que instigam o necessário: refletir sobre realidades da natureza humana. Causar desconforto urge para mudanças de mentalidade.
Beatriz, não vou parar. Afinal, o jovem de hoje é o velho de amanhã
Adorei a arte do Libero...
Que bom
Mirian,continue escrevendo sobre velhos .Quem escreve tem que incomodar com a realidade.
Não vou parar nunca, é o propósito da minha vida, Amarildo
Idosos são vÃtimas de inúmeras práticas desumanizantes que tentam torná-lo insignificante, desimportante e invisÃvel. De fato, o Estatuto da Pessoa Idosa (substitui o antigo Estatuto do Idoso) é desrespeitado diariamente, várias vezes no mesmo dia. Aliás, precisamos considerar o fato de que no universo da pessoa idosa há muito mais do que os direitos e garantias que tal instrumento jurÃdico contempla, podemos citar afeto, atenção, reconhecimento, compreensão entre outras manifestações humanas.
Abuso financeiro, xingamentos, falta de escuta e de respeito, fazer com que eles se sintam inválidos, inúteis, descartáveis e muito mais
A violência contra idosos no Brasil é multifacetada e varia de ataques fÃsicos e psicológicos a negligência financeira...
Que triste ver como eles são tratados nas próprias casas
Eles se sentem invisÃveis e descartáveis
Idosos são vÃtimas de inúmeras práticas desumanizantes que tentam torná-los insignificantes, desimportantes e invisÃveis.
Outro dia, almocei com a minha esposa na praça de alimentação de um shopping carioca, aà notei a dificuldade de um senhor que buscava uma mesa para apoiar seu prato, descansar a muleta e finalmente comer. Toda vez que ele se dirigia para uma mesa vazia, alguém corria para ocupá-la antes dele. Como eu e minha esposa já estávamos sentados, decidi ocupar uma mesa para então oferecer a ele. O legal dessa triste cena foi que fizemos uma nova amizade, conhecemos a famÃlia dele e já fomos ao cinema.
Salve Mestra! Sugerir para não falar sobre a velhice está inserido naqueles que querem esquecer que velhos existem, mas nós existimos e vamos caminhar por essa estrada até a decisão do homem lá de cima. Os homens aqui embaixo tentam nos abolir e infelizmente em muitos casos conseguem. Às leis "falam" bontio, mas quase nada de prático. Continue Mestra, não nos esqueçamos jamais que este paÃs foi contruÃdos com muitas mãos c alejadas e peles enrugadas.
O Estatuto é muito bom, mas não é respeitado, João
Eu estou com 67 anos, caminhando para a velhice, espero que quando perder a lucidez e a capacidade de me locomover sozinho, que eu me vá deste mundo. Não quero depender de ninguém para viver. Eu já não acredito em Deus, mas se ele existir que não deixe eu ser um fardo para meus filhos.
Você nunca será um fardo para quem o ama incondicionalmente
Penso como você, Adenor: não quero ser um fardo para ninguém, não quero ficar com mil doenças que se tornam fardo para mim e para os familiares. Prefiro morrer antes. Quero uma velhice saudável e com autonomia, sem muitas complicações. É muito triste ter doenças graves, quando o corpo (doente) não acompanha a cabeça sã. O senso de humor de seus comentários aqui na Folha me faz pensar que você é um sujeito com uma cabeça mais leve, e isso é bom.
Adenor, você já começou sua carreira de idoso, mas está no inÃcio...
Adenor, a famÃlia, a sociedade e o Estado tem o dever de cuidar com carinho dos mais velhos. Eles não são um fardo
Miriam, continue a escrever sobre e envelhecimento. Há vários motivos para isso. Precisamos viver melhor o presente. Estamos envelhecendo desde que nascemos, o Brasil é despreparado para a curva de longevidade que trará uma enorme desigualdade. Há um culto à juventude que rima velhice com obsolescência. Pessoas idosas sonham, tem desejos e vontades. Pessoas idosas são hubs de conhecimento, não merecem morrer com uma voadora no peito. Acho que a cultura indÃgena tem muito a nos ensinar
Fabiana, acredito que juntos vamos transformar essa triste realidade
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Mirian Goldenberg > A violência contra os mais velhos mora dentro das nossas casas Voltar
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