Em relação à desoneração da folha, em que a renúncia fiscal é de centenas de bilhões, é necessário que haja muita transparência. A sociedade precisa saber quais são as empresas beneficiadas, se de fato são de mão de obra intensiva, se estão mantendo ou aumentando o número de empregos e se precisam ou não deste incentivo.

O estado brasileiro é Robin Hood às avessas, ro uba dos pobres para dar os ricos: a) bolsa empresários, com as desonerações; b) bolsa agronegócio, com os créditos gigantescos subsidiados, mais centenas de orgãos públicos, extensão rual, universidades, embrapa trabalhando de graça para o setor; c) bolsa mercado financeiro, com os juros reais mais altos do planeta, 8 pontos percentuais de julho de 22 até hoje, cerca de 700 bilhões de reais.

O congresso parece ser coerente; continua favorecendo o estupro.

O STF derruba a derrubada do veto, e caem as desonerações. Não sei porque complicam tanto isso.

Quando o governo liberou um setor de pagar por exemplo o PIS/Cofins acredito que estava se referindo aos gerados pelos próprios, mas os patrimonialistas bem treinados contratam bons advogados e transformaram as empresas em credoras dos impostos contidos em todos os insumos. É o mesmo que acontece na Zona Franca de Manaus, onde a AmBev produz o xarope mais caro do planeta e recebe de volta um IPI que não pagou. Essa mágica multiplicadora os advogadas não debatem. O resto é estória da carochinha.

Prezadíssimos seu Roberto e seu Adriano, o final deste artigo, provavelmente, está correto; um ajuste pode torná-lo mais preciso: "contribuintes", somos-lo todos; pagarão pelo desfecho os que podem menos, uns 8O%da malta. Já que nem congresso nem Bacen encaram os graúdos desse país, muito pelo contrário, a naba entrará no fiofó mais desprotegido. Triste, conquanto realidade histórica, já vista e revista. Agora, pior do que o permanente das desonerações, é a permanência desse legislabóstico.

O contribuinte seguirá pagando a conta até quando? Quando a população vai cair na real? Com um Congresso governando, chefiado por Lira, e com uma maioria de parlamentares de extrema direita. Com o BC chefiado por um lacaio do Mercado Financeiro, Lula não tem como implementar suas reformas para que o país se desenvolva, e que tenha a tão urgente e necessária justiça social. Não dá mais para seguir na mesma toada, quem tem menos paga mais, quem tem mais paga menos.

O país vivência um Parlamentarismo Orçamentário. Lira tem mais poderes que Lula. De posse de grande parte de orçamento, os deputados decidem aleatoriamente, sem nenhum parecer técnico, sem nenhum planejamento a nível nacional, as obras que vão tocar em seus redutos eleitorais. Com isso, extrema direita vai eleger prefeitos e vereadores na maioria das prefeituras, dando assim um passo importante para o país volte a ser governado por um candidato de Bolsonaro/Mercado, que seja mais contido.