Mirian Goldenberg > Não se nasce Maysa: torna-se Maysa Voltar
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..."A gente, d repente, se vê só, se sente rejeitada", Maysa. Pode ser p pseudo-escolha, hikikomori, por imposição ou por afastamento d amigos e familiares q não querem dialogar ou conversar conosco, falta perspectiva, desesoerabça, pode levar qualquer um à bebida, drogas lÃcitas ou ilÃcitas, e até ao ato extremo. CertÃssimo Camus: qdo paramos d empurrar nossa pedra p descansar, se tomamos consciência d existência, a tragédia é inevitável.
Toda bebida alcoólica vicia? Sim. Aliás, a pergunta correta não é qual bebida, mas qual a quantidade e a frequência de consumo que pode levar à dependência quÃmica. Estudos mostram que algumas pessoas têm mais enzimas no fÃgado capazes de metabolizar a bebida que tomam, aguentando beber mais. E quanto maior a quantidade ingerida, maior as chances de se tornarem dependentes.
Já outra pesquisa realizada pela Ernest Gallo Clinic e pela Universidade da Califórnia revelou que o álcool vicia, pois está ligado à liberação de endorfinas no cérebro humano, ou seja, dá prazer. Quem se torna dependente já não consome mais porque é gostoso, mas porque na falta de uma bebida ela sente um grande desprazer.
À medida que a diferença entre os gêneros no consumo de álcool diminui, as complicações relacionadas ao álcool em mulheres estão aumentando. De distúrbios do sistema imunológico a câncer de mama. Logo, se o álcool está matando mais mulheres do que nunca, então por que há cada vez mais anúncios mostrando mulheres consumindo bebidas alcoólicas?
Cheguei a esta vida em 1962, fazendo parte de uma famÃlia de tradição portuguesa em que a bebida alcoólica só era usada para acompanhar as refeições nas festas e reuniões. Adepto da meditação mindfulness e de práticas budistas desde a adolescência, poucas foram as situações onde consumi álcool. Então, depois que fui convidado a dar aulas de meditação em 2009, nunca mais ingeri qualquer bebida alcoólica. Curto meditar/correr.
Para a Monja Coen Roshi: "Vida religiosa e álcool não se opõem". Aliás, em 2021 uma grande fabrica de cervejas, vinhos e outras bebidas, a convidou para se tornar "Embaixadora de Moderação" da empresa. E assim falar palavras de motivação sobre a mudança de comportamento em relação ao consumo excessivo de bebidas. Segundo a monja, o caminho correto é o do “equilÃbrio”, sem excesso e sem faltas. Defende que: "O problema é o excesso".
Muitos jovens ouviram adultos cantando a seguinte melodia: "Eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe está morrendo". Assim, por gerações, justificou-se o consumo social de álcool, ensinando que a bebida alcoólica é um aliado infalÃvel e tomar porres é tudo de bom, denotando liberdade, maturidade e certeza de acolhimento e aceitação pelos outros.
Por mais absurdo que pareça, os próximos versos da canção apelam para a insensatez, sugerindo a relação entre morrer e se abster de bebida: "Tem gente que já tá com o pé na cova/Não bebeu e isso prova/Que e bebida não faz mal".
Excelente.
Fico feliz
Recentemente, lembro de ler em algum jornal que um novo estudo concluiu que a combinação de álcool e viajar de avião pode ameaçar a saúde cardÃaca dos passageiros (bastam 2 latas de cerveja), especialmente em voos de longa distância. A associação desses dois reduz a quantidade de oxigênio no sangue e aumenta a frequência cardÃaca por um perÃodo prolongado.
Quanto maior for o consumo de álcool, maiores poderão ser estes efeitos, especialmente entre os passageiros mais velhos e aqueles com condições médicas pré-existentes. Os pesquisadores sugerem que agora pode ser uma boa hora para considerar a restrição do acesso ao álcool a bordo em voos longos.
Ainda hoje, os meios de comunicação continuam a ser "uma máquina de moer vidas". Fazem publicações com tÃtulos que usam adjetivos desumanizantes e cheios de preconceitos. Condenam quem usa álcool, mas têm fabricantes de bebidas alcoólicas como anunciantes. Segundo relatório da OMS de 2024, cerca de 2,6 milhões de pessoas morrem por causa de álcool a cada ano; 90 mil no Brasil.
Si, há almas sinistras que navegam pela Internet, mas boa parte delas sequer respira. São robôs virtuais, também conhecidos como bots, instruções de computador que substituem humanos em conversas que podem ser simples ou complexas. E com a IA podem manipular, ridicularizar e xingar humanos além de aprenderem com as tentativas malsucedidas.
São as almas sinistras saindo do esgoto
Lembro dela quando eu era criança, mas sempre soube bem pouco sobre a vida da Maysa. Vergonha, frio na barriga ou timidez diante de plateias ainda leva muitas pessoas a usarem drogas lÃcitas/ilÃcitas para vencer tais condições. Na Grécia Antiga e Roma Medieval, a massagem já era utilizada como forma de relaxamento, mas na época da Maysa também havia diferentes técnicas de meditação, de relaxamento, os banhos relaxantes etc. Infelizmente, o uso de álcool destruiu e ceifou várias vidas...
E drogas e medicamentos também
Em 2023, lembro de ler uma matéria na Veja alertando que o abuso de álcool estaria matando mais mulheres de todas as idades. Embora consumissem a mesma quantidade de álcool que os homens, os impactos no organismo delas são mais graves. Isso ocorre porque elas têm menos água no organismo e menos enzimas no fÃgado para metabolizar o álcool. Com isso, a substância fica mais concentrada, e as complicações chegam mais cedo. Se exageram na dose, tem de 5 a 9% mais risco de desenvolver câncer de mama.
2027. 50 anos sem Maysa? Não é bem assim! Há 17 anos, a Biscoito Fino lança um clássico. Imagine Ney Matogrosso, Betânia, AlaÃde Costa, Zelia Duncan, Alcione, Zeca Baleiro, Arnaldo Antunes, Cida Moreira, Leila Pinheiro, Beth Carvalho, Cauby, Claudette Soares e Bibi Ferreira no arremate "Suas Mãos". Quem quer ter uma visão mais açucarada da vida não deve ouvir. Afinal, açúcar é diabo na veia, digo, diabete. "Maysa - Esta chama que não vai passar". Outros 'passarão'. A gata-mansa 'passarinho'!
50 anos
Esse artigo é perfeito. Melhor que o que eu li dias atrás sobre a Maysa num certo blog desta Folha chamado "Gelo e Gim".
50 anos sem Maysa
Bravo!!! BelÃssimo texto com final contundente. Pena que Maysa não se tratou do alcoolismo e outras compulsões. Pena que o Brasil adore maltratar seus gênios, principalmente se forem mulheres, pretos e ou pobres e homossexuais.
Muito triste
Você está enganada. Maysa lutou bravamente contra o alcoolismo e até mesmo passou por um procedimento super polêmico de injetar uma pÃlula que a fazia ter fortes dores quando bebia. Não a impedia de beber, mas dava fortes efeitos adversos se ela bebesse. Maysa também entrou várias vezes em clÃnicas e estava limpa de álcool (apesar de sempre dopada de remédios) quando sofreu o fatal acidente na ponte. Vale a pena dar uma lida na linda e pesada biografia dela escrita por Lira Neto.
Todo o grande artista nasce com este dom , não escolhe o dom. Ao longo do tempo, vai, em função do seu amor à arte, com esforço e dedicação, se aperfeiçoando até se transformar em grande astro. Mas esses dons são acompanhados de uma grande sensibilidade, que o mundo não percebe,nem aceita , e no seu raciocÃnio até rejeita. Como rejeitou Maysa. Saibamos encorajar e até mesmo ajudar numa couraça as Maysas que encontramos pelo mundo. A começar por à quelas que moram dentro dentro de nós.
Adorei
BelÃssimo texto, fez uma homenagem a Maysa! Ela merece sempre ser lembrada, sou grande fã! Ouço sempre e etc, as pessoas precisavam descobrir a musicalidade de Maysa...
Concordo com você. Maysa foi e continuará sendo Maysa. Inigualável.
Verdade Thais
O alcoolismo é uma doença. Alguns superam, mas é muito difÃcil.
Verdade
Ótimo texto pronto para o livro. Desde muito jovem eu sempre gostei muito dela e sempre soube do seus sobrenomes de peso mas para mim sempre foi só Maysa.
Simplesmente Maysa
Pronto, já escreveu, e o texto foi muito bom.
Fico feliz de saber que você gostou
Em minha cidade tem uma rua homenageando Maysa ,começa na rua Dolores Duran e vai até a rua Carmen Miranda . Três justas homenagens .
Linda homenagem
Sou admiradora de Maysa por toda uma vida e cheia de traços identitarios para com os dela. Hoje aos 83, vejo meu mundo de pé, apesar dos vacilos que me impus. Maravilhoso e justo texto. Sou admiradora e seguidora contumaz de Mirian Goldenberg que como Maysa não tem medo de expressar sentimentos e sensibilidades. É uma pessoa real, forte em si. Parabéns! Gostei muito do artigo.
Me vi na sua resposta, aqui dos meus 34. Espero chegar aos oitenta com essa sua firmeza.
Que lindo Marcia, fiquei muito emocionada com seu comentário carinhoso
Estou le do a biografia da Maysa, Lira Neto; é angustiante, o que a mÃdia fez com o ser humano Maysa, não tem perdão. Mirian, maravilhoso texto.
Arrepiei!!! Maysa eterna.
InesquecÃvel
Mirian, fiquei feliz com essa homenagem à 'eterna Maysa'.
É uma cantora e mulher inesquecÃvel
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