Txai Surui > A volta do manto tupinambá Voltar
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Gosto muito dos artigos de Txai. No caso do manto , contudo há algumas coisas a serem observadas. A transferência para um museu é importante para a conservação da peça, por mais sagrada e representativa que seja aos Tupinambás, afinal, não fosse essa conservação museológica europeia, possivelmente o manto já não existisse mais. Lembrar que o Museu nacional queimou é importante, mas ainda assim é melhor que esteja lá, com os protocolos de segurança, ainda que impossibilitando rituais sagrados
Txai, querida, mas que comida de bola do Museu, hein? O nosso, já que o dinamarquês teve uma dignidade - nesse ato especÃfico - exemplar. É interessante que quando nos maravilhamos com um British Museum da vida, encantamo-nos com uma infinidade de violências, já que metade daquele acervo foi roubado, com maior ou menor brutalidade fÃsica, de seus produtores originais. Tá na hora de começarmos a ter mais crÃtica em nossas admirações, não? E bastante segurança no Museu Nacional.
Que bom que este povo, que foi forçado a esquecer suas tradições por conta da centenária dominação colonial, pode agora relembrá-las na materialidade deste manto ancestral. Que redescubram sua força!
Txai SuruÃ, a realidade é dura, não dá moleza, é desagradável e assustadora, com o agravante de nunca ser removÃvel. Esse manto chegou até nós porque outro povo assumiu o compromisso de preservá-lo. Têm razão todos os que advertem com a precariedade de nossas instituições museológicas. Por que o arquiteto Paulo Mendes da Rocha mandou seu arquivo para Portugal? Adivinhe! Cópias fiéis substituem os originais para efeito de conhecimento e educação. Pense nisso. Respeito sua luta.
Em se tratando do Museu Nacional, talvez mais seguro o manto tupinambá ter ficado na Dinamarca
Se não tivesse ido para fora nem existiria mais, agora aqui tb tem poucas chances de durar. Até parece que a cultura indÃgena tem como tradição a manutenção de artefatos por centenas de anos...
Bem, Luiz, ele tem que servir a seu povo de origem e aos seus propósitos. Se acabar em um ano, em justo serviço, tá bem feito. Pra servir a dinamarquês ou a turista endinheirado, basta uma boa cópia ou uma grande foto, escala 1x1, com um texto etnográfico.
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