Aliás, seu Luís, muito grato pelo cuidado com as referências presentes em seu texto. Vão dar excelente leitura obrigado!

Seu Luiz, prezado, sem ter sequer miligramas de estofo teórico, tenho idêntica sensação: expressões como "identitarismo" e "woke" marcam, no meu entender, uma reação absolutamente desproporcional às lutas estabelecidas por grupos historicamente diminuídos/oprimidos/ violentados. Vi, de raspão, que um colega leitor lembrou-se do Antônio Risério: não me recordo dos argumentos desse autor, mas não os creio avançados ou diferenciados em relação aquilo que o senhor cita no texto. Defesa do privilégio

Não existe em lugar nenhum do ser humano vontade de igualdade e inclusão tudo que é obtido deve ser com luta , igualdade só no reino de Deus , então lutem ou morram tentando mais não fiquem com cara de criança chorosa da qual tomaram um doce , se assuma , ignore os preconceitos , mostre seu valor e devolva tudo que lhe fizeram.

Antonio Risério, também acha isso?

A questão se parece com aquela: quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Eis a questão: quem nasceu primeiro - o preconceito (racial, de gênero, religioso ou de origem) ou a exploração? Como vai se definindo que grupo deve ser explorado, e qual deve ser privilegiado? Não seria o preconceito, a não aceitação do diferente, que vai gerando a classe? Não seria os mecanismos de exclusão, todos calcados em algum tipo de preconceito, que ao longo da história foi definindo as classes, as castas?

Identitarismo, entre esquerda e direita, continuamos pretos da quebrada, ocupantes da favela dentre outras pluriversalidades do corpo e de seus usos: lugar, fala, subordinação, subalternidade. Mas, sobretudo, resistência. Quem tem medo do identitarismo crítico e propositivo?

A propaganda gay e o racismo contra brancos são pautas da direita, financiada pelo Banco Mundial e Fundações bilionarias, como a do Soros. A mídia dos bilionarios, como a Globo, apoia essa barbárie. Esquerda de verdade luta por melhores salários, não pelo aumento da perversão sexual.

O próprio autor dá as chaves para a crítica ao identitarismo no BR: o forte vínculo com a realidade das minorias estadunidenses, bastante diversa da nossa, mais uma versão das ideias fora do lugar. O desprezo do prof. pelas implicações econômicas, a fácil captura pelo capitalismo das lutas de identitárias e o fracasso destas táticas frente ao cenário de extermínio negro, de mulheres e lgbts já apontam o particularismo das identidades como ciladas pós modernas.

A falha do identitarismo está em colocar acima da desigualdade suas questões. Os grupos excluídos são um subgrupo da desigualdade, agravada pelas questões conhecidas. O erro está em querer colocar a questão identitária no plano acima da desigualdade. Os interesses da mulher trabalhadora, do negro trabalhador, do LGBT não serão os mesmos de seus patrões. E existe essa tentativa anódina de achar que essas identidades estão acima das de classe.

Infelizmente os movimentos sociais, as universidades públicas e até a grande imprensa estão infestados com as sectárias, insensatas, altamente agressisvas, anti-ciência e racistas (racismo invertido) teses identitárias, da cultuta woke, teoria crítica da raça, ideologia de gênero e afins.