Vera Iaconelli > Férias do desejo Voltar
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O desejo não tira férias, e a aposentadoria é a morte :) Mas trabalhar é apenas fazer algo que alguém afinal tem que fazer. Como desentupir um sifão ou impermeabilizar uma laje. Representar uma peça ou escrever uma coluna num jornal são atividades interessantes, mas não são trabalho.
Até mesmo nas atividades mais simples, como na troca de um sifão, os deuses estão presentes.
Que visão limitada encontro em seu comentário
Trocar um sifão não é propriamente sobrevivência, mas pia entupida é chato. Acabei de trocar um. Foi um trabalho produtivo.
Como assim? Só é considerado trabalho aquele braçal, que se faz por depender dele para a sobrevivência?
Limpar vômito também é trabalho.
Sr., quanta ignorância em tão poucas frases vomitadas.
Vera Iaconelli está entre a meia dúzia de colunistas que jogam o nÃvel deste jornal para um nÃvel muito alto. Temos ainda uma dúzia de bom nÃvel, mas sem todo o brilho desta coluna. De resto, no frigir dos ovos, a média está cada vez pior. Obrigado Vera, Tostão, Drauzio ...
"Com Montenegro, cuja idade justificaria um merecido descanso," Discordo que a idade dela justifica um descanso. Pelo contrário, creio que ela está no auge da sua criatividade. Os textos que ela publica no jornal estão entre os melhores. Espero que ela continue trabalhando e encantando o seu público por muito tempo ainda.
Não vejo a Fernanda Montenegro como uma boa referência para certas vicissitudes da vida. Minha suspeita reside na dificuldade que ela tem de lidar com a velhice - a fase dos desapegos que a vida impõe a todos nós. Sim, é difÃcil lidar com as perdas causadas pela velhice, ainda mais numa sociedade em que o "velho" é tratado como invisÃvel e descartável. (1/2)
Mas aquele que sofre a velhice é forçado a descobrir o impacto: de desapegar-se dos desejos, de lidar com a perda cognitiva e dos 5 sentidos, de manter-se presente apesar das lembranças, de suportar os lamentos e sofrimentos dos outros, de tolerar as imposturas cotidianas da nossa sociedade, de lidar com a avalanche de novidades e informações deste mundo, enfim, descobrir que às vezes a ignorância pode ser uma bênção.  (2/2)
Maria Rita Kehl nos ensina: os escravos não tinham dúvidas de suas condições; nós consideramos viver em plena liberdade capitalista/neoliberal. Há mais amarras que possamos imaginar. Nossos desejos, vontades e gostos foram todos cooptados pelo sistema. Somos quase "fake".
Sim, FabrÃcio. Raros são os desejos genuÃnos ou puros. Há quem viva toda uma vida sem ter sequer um único desejo que não tenha sido contaminado nem imposto.
É mera ilusão acreditar que a maquinação do novo dá-se no mirabolar de novos desafios, na criação de novas formas de desejo, pois ambos nascem de um arbÃtrio contaminado pelos modismos, pelas conformidades aos costumes entre outras influências. Veja o que aconteceu com o tempo livre, o lazer e as férias, note como foi permitido que essas noções fossem apropriadas pela tecnologia digital. (1/2)
Há bem poucos entre nós que ainda sabem qual é o real valor de algo que virou um fóssil: a privacidade. Preservam-na de toda interrupção e o fazem coconjugando imparcialidade e prudência. Neste Mundo Digital, estar realmente só virou uma prática extremamente rara! (2/2)
Viver sem tirar férias é tecnicamente possÃvel, mas tem várias implicações significativas e a qualidade de vida. A ausência de férias leva ao aumento do estresse crônico, que está associado a diversas condições de saúde, incluindo doenças cardÃacas, hipertensão e problemas digestivos. O burnout é uma consequência comum da falta de descanso adequado, manifestando-se através de exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal.
É um grande prroblema em nossas vidas esse: mesmo de férias, redes sociais, como whatsapp, não nos permite descansar plenamente.
Fernanda Montenegro, por méritos incontestáveis, alcançou, há tempos, a autonomia que lhe permite fazer de seus desejos e ideias o móvel de seu trabalho. Situação rara, como seu talento, mesmo entre artistas. A maioria se vê obrigado a sobreexplorar inclusive seu desejo, multiplicando projetos, para que algum emplaque, e aÃo mesmo tempo correndo atrás de "jobs" que garantam o pão. Nada é , hoje, mais precioso e raro, pra criação, do um ruminar lento e silencioso do desejo de criação.
Fernanda Montenegro e a maneira como ela satisfaz seu desejo é como poucos.. A maioria de nós, como diz na musica de Chico Buarque, se cala com a boca de feijão.
Um ofÃcio realizado pela difÃcil e apaixonante via do desejo. Um desejo sempre renovado, surpreendente, envolvente, onde o passar do tempo não conta, fazendo-a seguir em frente. Frente a frente com sua interpretação. Arte que a move e, em contrapartida, nos interpela, nos conduz a formular questões, reflexões e possÃveis transformações.
Excelente, como sempre. Talvez não seja apenas sob a rotina e o trabalho que escondamos nossos desejos e administremos as frustrações...
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