Ilustríssima > Intelectuais ainda têm influência nos debates públicos? Voltar
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artigo esclarecedor obirgada
Em um paÃs onde a cultura cientÃfica sempre sofreu com o abandono e com crÃticas idiotas, a queda das influências dos intelectuais concorre para a propagação de ideias absurdas e mentirosas. Tem muita gente dando palpites onde não tem conhecimento profundo. Com isso, a sociedade fica à mercê de boatos infundados, com sérios prejuÃzos polÃticos e culturais.
Me parece que no Brasil os intelectuais são uma raça em extinção. Isso porque a quantidade avassaladora de ignorantes polÃticos e sociais tem dominado as ruas Brasil afora. Isso é muito triste, me faz pensar no que disse Lima Barreto ao colocar que "O Brasil não tem povo, apenas público. Povo luta por seus direitos, públicos só assiste de camarote." Se a educação fosse realmente levada a sério, terÃamos uma nação bem mais consciente e um Congresso bem menos inapto.
É muito Foucault pra pouco Thomas Sowell
Governos autoritários não se relacionam com produções e avanços culturais/sociais. Predominam o incentivo às armas, a impossibilitam o debate, uma moralidade imposta ao outro, uma religiosidade de fachada, à manutenção do patriarcado etc.
Mas como fazem falta nesses tempos lÃquidos um Cândido Mendes, um Florestan Fernandes, um Claude Levy Strauss... tempos bem medÃocres de pensadores
Já não se produz mais intelectuais como antigamente. Falta consistência nos debates. A erudição, na modernidade lÃquida, virou erupção.
Lembro do tempo da universidade quando muitos professores ditos de esquerda queriam em seus programas de pós graduação, bolsas, programas de formação continuada apenas alunos que comungassem de suas ideias ou que os idolatrassem. Um mar de mediocridade e bajulação que impede pensar os novos tempos, os caras viviam nos tempos da guerra fria e até os buracos da rua do bairro era culpa do imperialistas americanos. Essa bobagem empurrou muita gente para um conservadorismo tosco.
Talvez essa tradição esteja mais ligada ao mundo latino e católico, daà a importância da França que se vê no texto. Num tempo em que pensadores católicos (pense-se no Tristão de Athaide no Brasil por exemplo), tinham bastante público, essa noção de "representar a verdade" também era disputada por escritores ateus como Sartre. O declÃnio do catolicismo paradoxalmente representou também o declÃnio desse tipo de intelectual "universal".
Óia, Senhores, texto interessantÃssimo. Esse histórico do "polemista", o intelectual universalista, foi uma delÃcia, bem como a transição (rápida, não?) do intelectual da academia pr'aquele "colaborativo", em que nos encontramos. Esse último sujeito, também um fazedor, tantas vezes um ator social, creio ser fundamental ao discurso público, nesse contexto de redes digitais, onde grassa uma toupeirice qualificada, repleta de auto-satisfa, alimentada a granel por uma máquina azeitada de bobagens.
Resumiu a ópera, Marcos. Parabéns!
Achei o texto bem bacana, obrigado pela reflexão compartilhada. Talvez, um novo renascentismo seja, de fato, uma necessidade nestes tempos tão confusos. Seja como for, 'metaforizando' Nietzsche, 'só acredito em intelectual que saiba dançar' e praticar o que teoriza.
Ops, "no sarrafo".
Estevan, eu sou até menos rigoroso nomsrrafo: nem precisa dançar, bastante a prática congruente - e que nem é regra, constate-se.
Os intelectuais são a eminência parda dos cenários polÃticos, preparam os discursos e treinam os candidatos em seu discurso ideológicos, os polÃticos nunca sequer consumiram informações e cultura, já que usam o seu tempo para matar e se apropriar do erário público.
Segundo Gramsci, todo indivÃduo não é intelectual? Talvez, pudéssemos alterar um pouco a frase para: "todo indivÃduo não poderia ser intelectual?"
O problema é a definição de intelectual. No Brasil por exemplo ator de novela e cantora de funk são considerados intelectuais. Influencer no Brasil é considerado intelectual. Jogador de futebol é considerado intelectual. Aqueles caras que dedicaram a vida a pesquisa e aos estudos não são considerados intelectuais. São Nerds. Então, sinceramente ao que me parece o futuro do ocidente, porque o fenômeno ocorre também nos EUA e na Europa, é a decadência. O Oriente já nos suplantou.
Existe ainda o fenômeno das redes sociais que abriram espaço para intelectuais, ou não, exercerem atuação intelectual. Nesse quesito a universidade não procurou meios de intervenção pública.
As pessoas acreditam que a Terra é plana, que a cloroquina e a ivermectina (remédio para vermes) evitam a COVID, que o Bolsonaro é inocente, cantam hino pra pneu, pedem ajuda pra ET's com celular na cabeça, fora outras barbaridades. Acho que o tempo dos "intelectuais" já se foi, mas voltará.
No próximo perÃodo renascentista, se houver um, eles voltam a ter alguma influência.....kkkk
afiado o caba Araújo
Falou como um bolsonarista.
O verdadeiro intelectual, rarÃssimo num mundo de blogueiros que dizem menas, é aquele com o braço ligado ao cérebro. César, Marco Aurélio, Churchill ( Nobel de Literatura) foram todos autores e grandes realizadores. Napoleão nos legou o Código Civil e a base da União Europeia. Todos tiverem uma educação esmerada e uma coragem Ãmpar. Não nos esqueçamos de Camus. Este não mudou de opinião, como Sartre. No Brasil? Talvez Euclides.
Leitura indispensável. Texto admirável por sua argumentação e diálogo com vários intelectuais e seus modos de intervir na cena pública.
Né não, prezada Iza? Bem escrito e divertido, coisa que não é menor (não é de menas).
Excelente texto. Faltou citar o livro Where Have All the Intelectuals Gone, de Frank Furedi.
A designação de intelectual pressupõe acima de tudo, autonomia de pensamento absolutamente incompatÃvel com engajamento polÃtico-partidário, quando a defesa de interesses se sobrepõe a das ideias. Que Deus nos ilumine a todos e abraços fraternos em agnósticos e ateus! Namastê!
Nelson, sou forçado a discordar: pode-se perfeitamente ter autonomia de pensamento com tal engajamento. Ao lutar por uma coisa, partidarizando-se politicamente, o intelectual não tem que abdicar de sua congruência pessoal e pensamento autônomo. Tá cheio de gente pelaà que se mantém de espinha perfeitamente ereta e célebro muito funcional.
O intelectual é algum ser acima do bem e do mal, que está além deste mundo? Eu enxergo intelectual como alguém capaz de influenciar o debate público, mas com amplo conhecimento, formação e informação (por isso Olavo de Carvalho jamais seria um). Isso não quer dizer ver monstruosidades como o Bolsonarismo ou Naz ismo e se abster. Outra coisa: você fica dizendo Namastê mas não pratica nenhuma tradição oriental que usa essa palavra, parece muito vazio e sem sentido, com todo o respeito, não soa bem
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