Juliana de Albuquerque > Amós Oz apontou papel do questionamento de verdades no judaísmo Voltar
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Comentário muito oportuno diante dos impasses diálogicos nesse mundo com fake news e governo s que funcionam mais pelo estômago do que pela razão e bom senso. Juliana, o Amós de “Judas” também traz perspectivas sobre qual paz (ou o preço dela) deve ser preservada. Queria te ouvir sobre isso.
Adorei o texto. Lembrei automaticamente do livro o Guia dos Perplexos de Maimonedes .
Maimonides e os ensinamentos de Avicena, tempos outros e luminosos com o melhor do dito oriente . Sábios com culturas diversas cujas obras dialogavam.
Já conhecia essa história dos rabinos, mas ela ganha com um certo suspense. Quando Deus intervém, a princÃpio há uma estupefação geral, e só depois de algum tempo um dos rabinos se arrisca a questioná-Lo timidamente. Deus retruca, outro rabino lembra outra passagem da Lei, e a discussão prossegue como antes, só que agora com Deus sendo mais um debatedor... É um delicioso exemplo de humor judaico.
Observar a diferença das colunas: esta, de Juliana, filosófico-literaria e aquela outra, de hoje, que diz “A bunda quer ser apenas bunda e quer que a queiram enquanto bunda” (vejam bem, também gosto muito delas). Estou só dizendo. Viva a folhinha!
Vejam só, ele só está dizendo que existe uma diferença enorme em termos conteudÃsticos (para ficar no contexto desta coluna), de profundidade, de conhecimento do assunto. Soberba pouca é bobagem.
Lendo a coluna, foi inevitável a lembrança de outro filósofo que escreve nessa Folha. Que diferença no trato com o leitor e com a própria filosofia! Parabéns pelo texto e pela referência apresentada.
Um problema grave das novas gerações em geral é que tudo contribui para aumentar a cegueira em relação ao significado e finalidade da vida. Os seres humanos acabam não sendo o que deveriam ser.
A discordância surge, e a maioria dos rabinos decide contra a opinião de Rabi Eliezer, que defende a pureza da fornalha. Mesmo com milagres e vozes celestiais apoiando seu ponto de vista, os outros rabinos insistem que a decisão deve ser tomada pela comunidade humana, não por intervenções divinas. A história culmina com a famosa declaração: A Torá não está mais nos céus, enfatizando que a autoridade religiosa se baseia na interpretação coletiva e humana dos textos sagrados.
A sério, a postura dos rabis não é muito diferente do q se viu em outras religiões, em que sacerdotes trazem para si a exclusividade na interpretação dos textos sagrados. A igreja católica fez o mesmo. O otimismo de Oz o faz trazer essa interpretação para a inteligência humana. Outra interpretação é de que a autoridade passa de lÃderes mÃsticos para funcionários de carreira, os "sábios", q seriam os sacerdotes, mas não o homem comum, não ungido como "sábio".
Pô, me engaram. Desde criança me disseram q Deus era onipotente e onisciente. Ou seja, todo poderoso e sabedor de tudo. AÃ, na estória Ele é derrotado por um par de humanos, q ainda desdenharam dele, chamando-o de "uma voz q vem do céu"! Reduziram Deus a locutor de rádio celestial. E Deus, o onisciente, se surpreendeu, não esperava por essa. Essa estória é antes ou depois do dilúvio?(desculpe-me a ignorância). Se foi antes do dilúvio, explica muita coisa.
Interessante. Vou ler o livro.
Que texto mais elucidativo! A maioria das pessoas ditas inteligentes identifica a as religiões com o obscurantismo e desconsidera o rico aporte ético, tecido no imaginário literário dos textos sagrados. A autora traz esses elementos para o seu ofÃcio e para a vida. Como budista, me identifiquei e aprendi muito hoje. Vou também ler esse livro de Ós. Obrigada
Muito importante sua colocação “como budista”. A autora traz sempre análises literarias e filosoficas, pautadas pela sua tradição judaica (ou uma delas). Os protestantes/crentes/evangélicos já tem 2 espaços na Folha: a coluna de Spyer e o blog Evangelicos de Melina Cardoso. Bem que a FSP poderia ter uma coluna de Religião/Espiritualidade, ampla e respeitosa, acolhendo as diferentes tradições. É pedir demais?
Otima refexao, Juliana. Possivelmente , é esse "Os judeus e as palavras" o melhor livro que li nesse ano. Particularmente, referencia a imporancia que os autores, pai e filha, dão a formação educacional nas comunidades judaicas, por mais simples e humildes que fossem. "O segredo era ensiar-lhes muita coisa nos primeiros anos, e sabiamente empanturrá-los de doces para mastigar com o primeiro alfabeto." Penso que cheguei a ese livro por indicação sua.
No judaÃsmo há uma outra palavra para denominar o dinheiro (kessef), é o dinheiro moeda (maot). Então a literatura e a filosofia seriam uma face dessa moeda, a outra face seria a filosofia e a ciência. O estudo, o debate e o questionamento não podem ser verificados sem a face da moeda que estuda a filosofia da ciência. A literatura sozinha não dá conta de tudo no âmbito cognitivo, epistêmico e da verdade.
Já que a articulista tocou no assunto, pergunto a ela se o judaÃsmo apoia o que o governo de Ismael está fazendo.
Pode até parecer claro que ela e Oz são contra ações do governo (não do povo) de Is ra el contra os palestinos. Uma coisa não teria nada ver com a outra, se não fossem mais de 45 mil mortos, maioria crianças, que não poderão ler textos bÃblicos nem avaliá-los, crianças que não têm nem o que comer, quanto mais estudar como as das grandes cidades is ra e len ses. O livro, a história, a civilização é negada a um povo inteiro, atacado dia e noite. E isso não tem nada a ver? Só tem.
Para quem não conseguiu entender meu comentário vou desenhar: A Falha se omite vergo nhosamente na cobertura do geno cÃdio em curso e não perde oportunidade de trazer matérias simpáticas ao "povo escolhido", ao mesmo tempo em que tenta confundir crÃticas ao regime sio nista com anti sem itismo. Como as matérias sobre a atuação creme nosa de Ismael são escassas tenho que aproveitar cada oportunidade para tirar a máscada da Falha. Fui claro?
Amos Óz tem um excelente livro sobre o fanatismo. Fanáticos só vêem o que querem, sua obsessão, seu fantasma existencial.
Você não entendeu o texto.
Não tenho porocuaração da articulisa para responder por ela mas penso que o Senhor não entendeu o texto por ela escrito. Afinal, o que em a ver peixes com guarda-chuvas?
O Sinédrio ou Sanedrim é um tribunal supremo, sempre de71 membros que especifica as condições de funcionamento do reino, levando a uma jurisprudência. No Sinédrio estuda-se, debate-se e questiona-se. Os juros "nechekh" (mordida) são proibidos no seio da comunidade, nela o empréstimo é solidariedade entre irmãos, não um comércio. Isaac e Jacó confirmam a necessidade de enriquecer para agradar a Deus. Temos que considerar os judeus, o dinheiro e o mundo, a filosofia, a literatura,e a ciência.
As guildas de artesãos só admitiam cristãos para os judeus restou o empréstimo de dinheiro (kessef) a juros, atividade proibida aos cristãos pela Igreja. Os judeus elaboraram os princÃpios da especulação intelectual e do discurso cientÃfico. Estudo, debate, questionamento. O Talmude tem a Mishná e a Gemara, discussão da lei. O Sinédrio é um tribunal supremo. Além da relação literatura e filosofia, é interessante a relação ciência e filosofia. Poincaré avisa que o cético de tudo é superficial
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