Cem por cento de acordo. Cada vez que acesso meu email tem um anúncio de jogo pedindo para eu clicar. Não consigo deletar. Nos intervalos de partidas de futebol somos inundados com essas propagandas de jogos de azar. Se não pode cigarro, por que isso é liberado?

Concordo que não se deva propagandear ou permitir que se propagandeie algo evidentemente prejudicial à saúde como o jogo. Mas fico me perguntando o que há de diferente na propaganda de consumo de calorias sem absolutamente nenhum préstimo para o organismo, como balas e doces. Essa epidemia de obesidade é a prova de que, tanto quanto o jogo, viciar-se nessas porcarias não leva a algo que preste.

Os vícios são nocivos assim como dão prazer, e vice versa. O estado não deve proibir (quem gosta de proibir é religião). Porém, votando com o autor, o estado nunca deveria incentivar, nem permitir que se incentive.

Qualquer coisa que vicia, é prejudicial ao ser humano, eu tenho experiência nisso. Tivemos o exemplo das maquinas caça níquel. O sujeito inseria R$10 perdia, queria recuperar, inseria mais 10 perdia e, assim seguia até não ter mais nenhum centavo na carteira. A ilusão de melhorar de vida rápido , todo pobre tem, só que no jogo a semente tende a ser maior do que a colheita.

Entendo que é completamente irracional e até mesmo criminoso explorar a fragilidade do ser humano numa atividade que não possui nada em benefícios à sociedade. Só uma mente profundamente gananciosa se permite explorar esse tipo de atividade que visa apenas lucros, explora fragilidades, e não oferece nada aos menos favorecidos. Num país tão cheio de diferenças pensar em explorar essa atividade mostra um imenso primitivismo dos seus administradores.

Trata-se de viabilizar os grandiosos projetos do inelegível, cassinos, que servem também para lavagem de dinheiro, armas, ditadura, tortura, violência, demolição do estado de direito e golpe de estado.

Correto

Boto a maior fé, caro Hélio: essa explosão de publicidade de apostas é algo que chega a incomodar. Especialmente a vinculação de gente "relevante" ao negócio, coisa que têm sido frequente; ora, essas pessoas não se ligam que estimulam um comportamento potencialmente muito nocivo? Agora, em relação aos cassinos mantenho a posição contra: a casa sempre ganha. O jogo é desenhado desta forma, ou não era um negocião.

FSP, demora?

Caro Hélio, veja artigo de Eduardo Moreira no ICL hoje.

Não é só a publicidade. É principalmente as fraudes nos jogos, lesando as pessoas incautas e viciadas.

O colunista deu provas de honestidade intelectual no passado, pelo que vale a pena supor que quando afirma "é possível beber e usar drogas de forma não patológica." é desinformação, não má-fé. Pesquisas (recentes, é verdade) dão conta de que álcool mesmo em consumo leve é cancerígeno.Não há níveis seguros para consumo.Bom, assim tb é com carne e nem por isso as pessoas se importam. Daí legislador e governo estimularem bets vai um oceano. E todo mundo, todo mundo sabia que o povo ia se dar mt mal

Que tal uma reportagem mostrando quanto os brasileiros perdem por ano com as taxas de juros bancários?

Repare que não vemos mais propaganda da coca cola, as pessoas sabem que ela faz mal , dizer que é boa seria um tiro no pé.

É no frigir dos ovos que nossos "progressistas" se descobrem verdadeiros conservadores. Quem diria que a mera legalização, sem qualquer salvaguarda, de uma atividade há muito conhecida como viciante poderia causar severos danos à sociedade... Ainda dá tempo de ler algo sobre as "Guerras do Ópio" e evitar danos maiores em relação a outros vícios.

O povo brasileiro viciado

Vai demorar, FSP?

Concordo. Tem que haver severas restrições a publicidade de casas de apostas e de jogos eletrônicos.

No livro "O Andar do Bêbado", o físico Leonard Mlodinow diz que não estamos preparados para lidar com o aleatório. No prólogo ele cita o homem que ganhou na loteria espanhola. Este sonhara com o número sete, sete noites seguidas, então concluiu sete vezes sete é quarenta e oito (erro). O bilhete terminava em quarenta e oito. Kahneman e Tversky mostram que em situações que envolvem aleatoriedade ou acaso, nossos processos cerebrais costumam ser gravemente deficientes. A psique popular ignora

Não entendo o que acontece com o colunista. Últimos artigos denotam que alguma coisa não vai bem. Segundo o Itaú, brasileiros perderam quase 24 bilhões em um ano, e segundo o Instituto Locomotiva, um terço do jovens está endividao com apostas, saiu na Folha de hoje. Salario comprometido, aluguél atrasado, alimentos para a família. Dostoiévski, em sua melhor obra Os Demônios, revela o inferno de um jogador, ele mesmo. Não, Helio, não é bem vinda, O Crime Organizado já domina. Em breve a Globo.

Certamente atende o anseio de muita gente graúda. Por isso tanta celeridade

Siga o dinheiro e entenderemos porque fomos, ou melhor, foram tão descuidados.