Tati Bernardi > O assassinato de Pedro Henrique Voltar
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Eu vi a reportagem mais recente sobre o caso, mais ou menos assim: "Bandeirantes quer rever a parceria com a ONG", ou seja, querem varrer os pobres de lá, esta é a solução de sempre, que os colegas queriam: rever a parceria com o pobre o garoto pobre, isto já foi feito.
Oi, Tati. Devorei seu texto. Adorei. Um texto tão preciso e sensÃvel para estar aqui na Folha. SIIM, pessoas brancas vocês também tem que se sentir tocadas quando uma vida preta acaba! Provoco-te a convidar pensadores negros (Mãe Flávia Pinto, socióloga e mãe de santo de umbanda, Djamila Ribeiro e Renato Nogueira) para o seu videocast "Desculpa alguma coisa". Temos que discutir sobre a saúde mental dos jovens negros. Se você não leu, leia "Pele negra, máscaras brancas" do Fanon.
Meus netos, 4, estudam em escola públicas em Belo Horizonte; observo que estão muito mais em contato com os esportes e diversas modalidades artÃsticas que numa escola particular. Creio que o campo das oportunidades se abre muito mais para eles. E eles curtem e participam.
Coloque sua filha em uma escola pública! Pessoas pensantes e com voz nesse paÃs deveriam todas! Não adianta nada essa revolta aà se no particular você sucumbe a essa desculpa de "oportunidade melhor". Por que ainda preferimos fazer parte desse mercado? Dá muito mais trabalho para nós, pais, quando temos que nos envolver na educação tentando cobrir falhas educacionais porque a escola pública é sucateada. Cadê a luta por uma educação pública de qualidade? Quem não olha, não vê.
O colégio Bandeirantes é elitista e racista. Nada importa, apenas sua mensalidade exorbitante. O que aconteceu com o garoto Pedro Henrique foi um assassinato orquestrado por uma instituição que ignorou a violência que a vÃtima já sofria. Pedro Henrique teve a vida ceifada por uma elite representada no colégio Bandeirantes. O triste é que outros " Pedro Henrique" continuaram sendo assassinados sob a ordem da elite educacional.
Qual é o próximo passo então? Pedir desculpa por ser "branco"?Apesar de ter a pele clara, sou filho de uma mulher negra e mesmo que não fosse, meu antepassados não escravizaram ninguém, sou pobre, vivo mal e não tenho privilégio algum.
Tati nessa escola não tem uma criança preta por sala. A escola tem mais de 100 bolsistas. Óbvio que a maioria esmagadora é branca. Mas comparando com demais escolas particulares de elite, tem muito, mas muito mais negros que as 99,9% delas. O menino reclamava era de homofobia. Eu não sei em que momento, isso mudou. Será que as pessoas não estão projetando as suas culpas nesse episódio. Fica a reflexão. Lembrando que as responsabilidades devem ser apuradas e parece que a polÃcia está fazendo iss
Tenho 5 negrinhos , netos. Dói às vêzes dói só de pensar no que eles vão passar ..
Excelente texto3! Parabéns! O Brasil está podre!
Nas escolas de elite, os filhos de professores que são bolsistas (geralmente brancos) já são excluÃdos por não irem pra Europa e afins nas férias, imagina os "novos' bolsistas. O sistema não funciona e é cruel.
É meu caso, e a escola nem é um Bandeirantes, mas o pessoal se arrota. Sem condições de deixar minhas filhas lá, fizeram só o ensino infantil e foi um sofrimento que passei. Minha amiga também tirou sua filha negra, que sofria racismo. Mas todas as escolas fecham os olhos pro racismo, inclusive as públicas, ninguém faz nada.
O Bandeirantes não tem 1 criança negra por classe, todos que estão emitindo opinião sobre o caso, assumindo verdades, julgando, condenando, emitindo vereditos, deveriam imaginar que a história tem muitas camadas. Espero que a atitude da FSP não gere mais vÃtimas. É a 4a matéria sobre o assunto essa semana, um assunto que tem diretrizes da OMS para ser abordado. As responsabilidades devem ser apuradas, mas é um caso muito delicado para julgamentos tão precipitados. Lembrem o caso da Escola Base.
Li alguns comentários aqui. São para entender pq o mundo de está cada dia pior e mais, as crianças só reproduzem fora de casa o que vivenciam em casa com a famÃlia. Dá até para entender pq uma figura como Matçal, que representa o que tem de pior no cenário polÃtico, está com projeção em S Paulo. A realidade é cruel e vai piorar!
Sim. As crianças reproduzem o que vivenciam em casa. Nobres famÃlias pais dos alunos do Bandeirantes.
"Se quero que minha filha estude em uma escola com mais alunos pretos (e que a partir desse convÃvio possa crescer menos racista), eu deveria colocá-la em uma escola pública, certo? E tirar da minha filha possÃveis oportunidades no futuro? Como fechar essa conta?" DifÃcil, não? Ainda com enjôo... %
Lembrando que algumas escolas, não sei se é o caso do Bandeirantes, oferecem bolsa como contrapartida de impostos a serem recolhidos.
Ou seja . O interesse não é social. É lucro econômico...
Maravilhoso grito de indignação e vergonha, que todos devemos sentir nesse momento. Gritemos juntos.
Sugiro mudar o nome do colégio Bandeirantes para Pedro Henrique Oliveira dos Santos!!
Agradecida pelo seu artigo , precisamos enxergar e nos indignar com nossa imundÃcie.
Os páis destas "crianças ricas", ensinam o racismo em casa! Basta ver os elevadores dos prédios ondem moram, ou os aventais brancos das babás! Como elas serão como adultas?
Corrigindo, "pais", sem acento.
Tati, que decepção venho sentindo sobre todos os segmentos de nossa sociedade. Hoje é o Pedro Henrique, amanhã serão todos outros que infelizmente, ainda virão. A sociedade vem piorando em tudo, principalmente em comportamentos e ideologias misturadas às religiões e, pouco muito pouco, consenso entre sensatez e ética.
Esse drama se repete em muitas escolas e lamentavelmente joga uma carga a mais nos ombros de quem não nasceu em latitudes mais favorecidas. A pergunta que não quer calar é sobre quais foram as ações ( e não carta de intenções) para integrar esse adolescente? Alguém chamou para almoçar junto? Fizeram alguma” imersão” botando a turma pra uma hora de ônibus ou a divisão de tarefas numa casa sem empregados? A chance de conhecer uma outra realidade não era(nunca foi) só p Pedro.
O artigo e os comentários estão repletos de perguntas e pouquÃssimas respostas, mostrando a complexidade do assunto. A solução necessita de abordagem multifatorial e permanente.
A colunista, a tÃtulo de comoção, traz várias questões que ela própria não se arrisca a responder. Até mesmo quando a ação só depende dela mesmo. Então, e aÃ? Falar é fácil...
Parabéns Tati!
A indignação da colunista dura até o antepenúltimo parágrafo. Quando confrontada com a hipótese de realmente fazer alguma coisa, ter princÃpios, ela resolve não fazer nada e deixar tudo como está. Então verdadeiramente o episódio lamentável não teve nenhum efeito. Teria sido mais honesto se aprofundar nesse dilema. Pena.
A colunista eh paga para escrever e dar suas opiniões. Vc vai me pagar alguma coisa para eu te iluminar? Eh cada ideia.
Parece que você tem as respostas que podem iluminar a jornalista. Por favor divida conosco;
Eu não tirei a vida de ninguém, moça. Não sabemos exatamente o que se passou pela cabeça do rapaz, temos apenas indÃcios. A mãe poderia tê-lo tirado do colégio, poderia ter providenciado terapia, e mesmo assim a culpa não é dela (quem pode imaginar que um ato tão violento contra si pode ocorrer em sua famÃlia? Ninguém espera isso). A vida segue para os que ficam, quem sabe ressignificada: dinheiro a rodo, bens materiais, posição social, prestÃgio, o que é isso? A evanescência, o vazio.
A vida só não segue para o Pedro, q nao existe mais.
Esse caso me deixou muito chocada. Triste em ver o descaso da escola e professores, pois eu não acredito que não tenham percebido a situação. Essa escola e outras tantas não estão preparadas para lidar com a diversidade. Se o bullying fosse com um aluno não bolsista talvez tivesse sido tratado. Os alunos pagantes deveriam reverenciar o bolsista, pela sua capacidade e garra por conseguir estar ali por seu desempenho e não porque pode pagar. Será que a escola cuida dos bolsista?
Eu tenho inveja dessa Tati, deve ser uma moleza ter como profissão lacrar com as mazelas das sociedade, escrevendo coisas sensacionalistas e sem compromisso com a realidade. Qdo ela acusa os colégios particulares de terem só um aluno negro por sala, está tirando o foco do estado que é o responsável, para a iniciativa privada.... coisas de Socialista .
Mora onLacrar? Tirar o foco ? Ah! É mais um afrobrasilleiro a menos . Tua sensibildade me seduziu.
Na minha insignificante opinião, a discriminação contra cotista, é o medo da concorrência por parte da elite. Como pensa um pai que paga mensalidade para seu filho num colégio, sabendo que o cotista pode tomar o lugar de seu filho, que eles acham seus por direito? Se deixar pelo que pensa a elite, nunca teremos um craque da ciência vindo da favela.
Eu também tive ansia ao ler a materia da piaui.
Ele nao queria desistir da escola pq era a chance de mudar sua vida. Nao enxergou saida. Porque de onde ele vem, podia ser a unica chance q ele ia ter. Ouvir a entrevista da Tabata no programa da Tati pode ajudar as pessoas a entenderem o lugar q ele ocupava nessa escola. A maioria q está aqui comentando nao tem noçao do abismo.
Não podemos esquecer que o desprezo, o bullying, a chacota vêm também dos adultos, dos professores. As crianças agem, na maioria das vezes, de acordo com que aprenderam em casa.
Sim, concordo q a familia nao faz a sua parte pq é desse jeito mesmo. A minha filha tem a mesma idade desse menino. Estuda em uma escola teoricamente progressista. O ambiente na sala dela é ruim, misógino e racista, inclusive contra os professores. Todo dia tem aluno retirado de sala de aula por esse tipo de comportamento, muitas suspensões. A escola tenta fazer o seu papel, mas o peso das origens e da necessidade de pertencer a um grupo faz q o clima nao melhore. .
Exploração rasteira de uma tragédia enorme.
Pesquise melhor .
O aluno aos 5 anos de idade já tinha problemas. Não comunicava se nem com os vizinhos. Talvez os pais não enxergaram. Não procuraram tratamento. Culpar a escola atual não faz sentido.
Culpar o menino e sua familia realmente faz muito sentido. Comentario tosco. Bulling mata.
Na foto do garoto que vi na internet ele tem as pálpebras superiores um pouco caÃdas, um dos sinais de depressão. Sugiro pesquisar no Google"droopy eyelids depression".
Sugiro pesquisar sobre causas da depressao. Entao ele devia ter sido medicado para aguentar o ambiente horroroso que tinha q enfrentar na escola, é essaa ideia?
Excelente. Uma pesquisa q li nesta semana aponta o acerto, sucesso das cotas como o da Bolsa-famÃlia. O q me assusta, Tati, além do mais, é a safra da chamada "elite" que sairá deste local.
Esse tipo de indignação é igual aquela música do cidade negra, é igual uma mosca sem asa, jamais passa da janela de casa, a vida é dura, não entendo porque o irmão dele que já foi bolsista dessa escola não o preparou para o que ele ia enfrentar, quem achou que esses meninos brancos ricos, com carinha de quem está com prisão de ventre iam ser super amigos desse menino, realmente vive em outro mundo, ele poderia quebrar o ciclo de pobreza, mas infelizmente não segurou a onda, infelizmente.
A culpa é do menino que nao era forte o suficiente para enfrentar o clima horroroso da escola, é essa a ideia? Por que só os pobres, pretos e gays tem q ser essa fortaleza? Por que os meninos q faziam bulling com ele nao foram punidos? Por que os adultos envolvidos nao foram fortes o suficiente para assumir suas responsabilidades?
Excelente Tati, é isso mesmo.
Desculpa decepcionar, Tati. Não sou racista. Meus filhos serão exemplarmente punidos se praticarem ou aderirem à prática de bullying contra alguém, seja por causa de peso, cor, classe social ou orientação sexual. E para arrematar, tem muito preto que é mais racista que branco. Então, não me venha simplificar o que é muito complexo. O episódio só reforça que cota racial não funciona.
Dizer que cota racial não funciona é total desconhecimento de causa. A cota contribui pra mobilidade social, o mÃnimo que uma sociedade deveria fazer para pessoas que sofreram por ter tido seus antepassados escravizados.
Se os teus filhos tiverem esse comportamento na escola vc só ficará sabendo se alguém morrer, praticamente. Eles fazem coisas em grupo q os pais nem imaginam. E os outros serem racistas, independentemente da cor deles, nao autoriza ninguem a ser.
Numa sociedade cujo o racismo está nas suas estruturas, a branquitude segue firme para a manutenção dos seus privilégios...
Isso tem um nome que fica ressoando sem parar: hipocrisia,hipocrisia,hipocrisia....
Acabei de ler a reportagem de João Batista Jr na PiauÃ. Quem tiver acesso à revista, leia.
Acho q está liberada, eu nao sou assinante e abri, a partir do link q saiu na folha.
É isso...todos queremos uma sociedade mais igual...mas não queremos nossos filhos em uma escola mais igual...e vamos usar de desculpa que a publica é ruim, para não colocar nossos filhos la
Estou subscrevendo seu desabafo, Tati. Posso?
Assino junto. Tati sempre precisa em seus textos.
Crônica extremamente necessária e lúcida!
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