Mariliz Pereira Jorge > Sem filhos: quem vai cuidar de mim? Voltar
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Quanta satisfação sinto com a lucidez do teu texto! Essa cobrança enlouquecida em cima de nós, mulheres, sobre todos os assuntos (não é apenas no ponto procriação) é realmente muito cansativa. Tenho 53 anos também e não tive filhos, e esta escolha foi uma das mais acertadas da minha vida. Filho para cuidar dos pais? Que ilusão!
A decisão de ter filhos é do casal e não unilateral. Pessoal somente se for solteiro ou solteira.
É um peso cruel que se põe em nossos ombros. Ninguém faz propaganda do quanto é difÃcil ser mãe.
Não, Rafael. Não é fácil enfrentar o mercado de trabalho sendo mulher, mesmo sem filhos. Não é fácil ser julgada o tempo todo por ter escolhido não ser mãe. Realmente, a vida não é fácil.
Claro que a maternidade/paternidade é difÃcil, assim como o casamento; mas a vida é fácil?
Cara Mariliz, o que vc pensa sobre os dados do último Censo?
Se tiver filhas ainda tem alguma chance de cuidado na velhice, com filhos babaus.
Nem filha. Conheço uma que literalmente abandonou a mãe e a avó! Conheço outra que fez a mesma coisa. Nem o neto deixa a mãe ver. Adianta ter filhos? Para quê?
Filhas e filhos.
E quem disse que ter filhos é sinônimo de não ficar sozinho na velhice!? A prioridade hoje são os cachorros, e para os pais o lar de idosos!!
Lar de idosos é um luxo. Para quem pode pagar é muito caro. Para quem mal pode comer, são muito poucos e de baixa qualidade. As UBS em trabalho coordenado com os CRAS nas periferias do paÃs, vivem à s voltas com idosos aposentados, pensionistas, beneficiários do BPC ou sem renda alguma que vivem sozinhos. Alguns são acumuladores. Outros, acamados, passam o dia sem assistência com a comida fria ao lado da cama aguardando a volta da filha do trabalho. É um universo sombrio...
Um monte de machistas raivosos dizendo que mulher tem que ter filhos. Filho só é garantia de despesa, trabalho e preocupação. O resto é brinde.
O importante é não ouvir comentários alheios, o que parece impossÃvel em tempos de media social. Ninguém tem que explicar porque quer, ou não, ter filhos.
O texto é burlesco e as ponderações igualmente. A articulista se recusa a ter filhos e alcançou a felicidade com a inexistência deles. O atÃpico disso tudo é que a jornalista evidencia uma abominação acerca das mulheres que desejam tê--los. Agora, expectar que em sua vetustez terá o zelo das amidas, é o mesmo que ficar esperando Godot. Ademais, o tema um remake.
São vários temas nesse debate: a natureza compulsória da maternidade, independente da vocação para tal, a constatação de que em pleno terceiro milênio o CUIDADO FAMILIAR permanece como tarefa EXCLUSIVA da mulher, o planejamento individual para a própria velhice. No terceiro milênio temas básicos da vida humana permanecem regidos pelos parâmetros da pré-história. Quantas vezes encontramos na mÃdia esse debate sendo protagonizado por relatos masculinos? Feminino é igual a sobrecarga. Sempre.
O problema ligeiramente mal colocado pela articulista, tem o mérito, todavia, de nos fazer pensar sobre cuidados com a velhice e o aumento da expectativa de vida. Mal colocado por algumas razões, dentre as quais destaco apenas duas: a incerteza de que a pessoa, seja quem for, cuide de nós, na velhice (ou na doença grave!). E a enorme responsabilidade que possamos representar para as filhas (sim, provavelmente mulheres). Melhor termos boas politicas públicas de cuidados da velhice.
Velhice é um tabu tão grande quanto a morte. Nos recusamos a falar sobre o assunto até mesmo porque nos recusamos a pensar sobre ele. Tenho 64 anos e já tive sob minha responsabilidade direta 4 idosos no fim da vida. Para resumir, foi um conjunto de experiências tanto esclarecedoras quanto desafiadoras. Não existe solidão maior. A do idoso e a do cuidador principal. No meu caso foi definitivo. Minhas prioridades mudaram depois dessa experiência.
Tenho 56 anos e sempre me causou espanto o nÃvel de cobrança social que existe em cima de constituir famÃlia, ter filhos e esperar o fim da vida passivamente mesmo que ela não valha mais a pena já há muitos anos. Temos muitos tabus ainda pra desconstruir.
Concordo que não é justo colocar no filho , seja real ou imaginado, a expectativa de cuidar de nós. Não há garantias de um filho cuidador, nem sei se é isso que desejamos. imagino que pessoas boas terão sua rede de apoio, seja familiar seja dos amigos. Então a receita para uma velhice boa é manter a saúde, os amigos , e se organizar financeiramente, se possÃvel.
Vivemos em um mundo onde as expectativas sociais sobre as mulheres são ainda, em grande parte, moldadas por padrões de comportamento que remontam a séculos de patriarcado. O rótulo de egoÃsmo frequentemente surge quando as mulheres ousam fazer escolhas que priorizam seus próprios desejos, ambições e bem-estar em detrimento do que é tradicionalmente esperado delas. Mas por que essas escolhas são vistas como egoÃstas? E, mais importante, por que esse julgamento persiste?
Eu aplaudo quem não quer ter filho por opção. É uma decisão sábia e madura. No meu caso vim ao mundo por um pai e uma mãe que só me causaram dor e sofrimento, me humilharam, desprezaram, nunca cuidaram de mim e nem me entregaram a adoção pra eu ter uma famÃlia de verdade... Sofro demais até hoje. Eles vivem muito bem. Eu cheio de sofrimento e dor. Apoio totalmente a colunista. Ter filhos é pra quem tem responsabilidade e amor não pra qq pessoa. Um dia irei expor tudo o que fizeram comigo.
Neli, agradeço pelas suas palavras. Não tem nada a ver com perdão. Eles erraram e erraram de forma consciente. Fizeram coisas gravÃssimas comigo. Estou vivo por um milagre de Deus. Lembre-se dos casos famosos de crianças que faleceram... Eu me identifico com elas. Isabella N., Henry B., Miguel Rodrigues, Bernardo... Se pesquisar irá achar muito mais que não teve repercussão. Mas ninguém fala pelas crianças. Alguém tem que falar. Um sobrevivente...
Agradeço pelo seu comentário Sellene, obrigado pela sua empatia. Esse tipo de situação é muito difÃcil pra quem sofre, você não encontra amparo em lugar nenhum. A estrutura da sociedade é feita por quem teve bons pais e mães. É muito difÃcil um filho com pais problemáticos encontrar apoio. Marcelo Pereira: Herança é a última coisa que penso e não vai fazer diferença nenhuma. O que mais precisei nessa vida não tive e bem material nenhum supre isso.
Você sempre pode ficar com a herança
Edgar:abençoe os seus pais, mesmo que tenham causado sofrimento.E os perdoe! A tristeza causa sofrimento apenas para a gente. Quem causou sofrimento está lá, feliz, ou não ,dá vida, apenas gente sofre. Quando se perdoa e manda as bênçãos,ajuda muito a gente. Comece: Deus abençoe fulano e beltrano e a tristeza se ameniza.E fará muito bem,as bênçãos enviadas mesmo a quem não as mereça.Pode chegar a eles, não sei, mas, te ajudará muito. Sinta-se abraçado por mim, e envolto pela Luz de Cristo.
Sinto muito, Edgar. Deve ser doÃdo demais ser vÃtima de quem deveria zelar pelo nosso bem-estar. Pouco se fala de pais tóxicos. Só nos é cobrado o mandamento bÃblico “honrar pai e mãe”. Sugiro psicoterapia, caso ainda não faça. E uma dose gigante de amor próprio. Fique bem.
A colunista usa o argumento patético do número de violência de filhos contra Pais pra justificar sua opção. Pode ter certeza que o número de filhos que dão amor e afeto aos Pais é imensamente maior. Mas ter filhos não é pra qualquer um. A entrevistada só foi sincera e realista. Se vc for pobre e solitário na velhice está ferrado. Essa é a verdade.
Filhos não foi opção, o modelo impôs essa cultura, mas cultura também se muda. Muito se fala por aà que filho é a nossa continuidade, não sei se o egoÃsmo foi também determinado do ponto de vista cultural, ou se faz parte do nosso DNA, mas que ele é jato, não tenho dúvida.
Até o surgimento da pÃlula anticoncepcional, salvo impedimentos de saúde que eram considerados um castigo divino, a maternidade sempre foi compulsória. A possibilidade de escolha é um fato recente na História e a Humanidade ainda não aprendeu a lidar a nova realidade. As conquistas sociais da mulher já chegaram ao Terceiro Milênio mas a sociedade ainda funciona com valores da pré-história...
Me parece bastante arriscado esse relacionamento, meio que utilitário, de uns precisarem dos outros. Na realidade, seja com apoio dos filhos ou amigos, ser refém de uma relação de dependência, em qualquer situação, não impede a solidão ou o desamparo. Isto porque todos são mortais e no fim teremos que nos deparar com essa realidade.
Um bom plano de saúde foi a melhor parte do texto. Ninguém vai cuidar de alguém. Guarde dinheiro para pagar cuidadores
E reze para não ter um AVC ou desenvolver um Alzheimer...
Correto.
Dilema pequeno-burguês, diria Marx. Risos.
Marx? Não era aquele que falava de Economia e morreu pobre?Maningue menoscabo a ele!
Risos? Explique o segredo de sua felicidade para os leitores, não seja egoÃsta.
Filhos, para que?
Eu sou homem e tenho 4 filhos, não me arrependo, porém, se hoje eu tivesse 22 anos não iniciaria a vida de pai. Já não há garantia de não ficarmos solitário na velhice por termos filhos. Entre viver uma vida conturbada e uma velhice solitário, eu prefiro a última opção.
Quanto à questão de "ter filhos para ter alguém para cuidar de mim no futuro", ou pelo menos "ter ambiente Ãntimo para participar de festas de Natal e réveillon", concordo plenamente que não se encaixam numa solução de causa e consequência. Ora, então vamos tratar a questão da velhice - principalmente da mulher - de forma mais adulta e pertinente.
Da mulher e do homem.
Qual o rendimento médio das suas amigas? Por que seu marido não faz parte da sua velhice? Quantas mulheres DE CLASSE MÉDIA vão sustentar uma aposentadoria dessas? Quanto você paga pelo seu plano de saúde? Quando imagina que estará pagando aos 70 anos? Tudo bem que você é roteirista de ficção e humor. Se quisesse assumir o lado jornalista, teria que considerar essas questões básicas antes de propor um rumo para a aposentadoria das mulheres.
Para mim, meus filhos trouxeram um outro sentido, um outro propósito que não substituiram os que já tinha, mas que tornaram minha vida mais significativa. Nunca pensei em um deles responsável por mim na velhice. Tenho filhos, tenho amigos e tbm gosto de vinho. E "la nave va". Nave com filhos, netos, amigos, companheira, ...
Mas é o óbvio, e o que esse pessoal não sabe. Como viver sem filhos? Uma descontinuidade? A linha genética se extingue. Filhos é padecer no paraÃso de fato. Uma criança doente é um inferno (inferno de preocupações e cuidados e ansiedade pela recuperação). Um filho saudável é uma alegria sem fim, educar uma pessoinha, compartilhar experiências...lamento quem não experimentou isso. Citaram muitos motivos egoÃstas, isso sim.
Conheço mulher que abandonou a mãe e a avó , então , por que ter filha? Sempre sonhei ser tudo na vida: astronauta ,piloto de avião, marinheira, presidente do Santos, da República , jockey, dona de armazém de secos e molhados, menos ter filho. Minha finada irmã caçula Clemeci que o COVID levou com a ajuda do bolsonaro , da oposição e das autoridades omissas dizia: Deus não te deu filhos, mas o Diabo te deu sobrinhos…
Quem disse? É claro que não pediram para nascer! Na infância vc cuida, paga estudos. Na adolescência te trata mal e na velhice te abandona.
Um questionamento sincero, sem desafio, sem supor que sei a resposta, porque não sei: "-Você foi diferente dos filhos que agora acusa?"
Só pensa em ter filho hoje, quem não vê como o mundo está à beira do caos. Clima, empregos podres, novas doenças, guerras atômicas por um fio. Acordem, leiam mais.
E quando que o mundo não 3steve a beira do caus.
Mas acho q nao ter filhos é uma opçao completamente válida, q cada um tem q saber os seus desejos e limites.
Essa é uma desculpa muito boa. A pessoa nao quer pensar no assunto e usa a desculpa do mundo estar em um caos q ela ajudou a construir. Imagina nossos antepassados nas cavernas, com um leao a espreita na porta, fazendo essas considerações. Como especie, nós somos sobreviventes de uma linhagem q sobreviveu até a idade de procriar, ao menos. Em quais condiçoes, ninguem sabe.
Não acho que ter filhos é garantia de cuidados na velhice, mas a ideia da articulista de ser cuidada pelas amigas convenhamos é só uma concessão poética !
As mulheres costumam ter grupos de amigas até o final da vida. O problema dessa ideia é se ela sobreviver ao seu grupo.
Se querem alguém para cuidar de você, sejam filhos ou cuidadores, o mais seguro é ter planejado minimamente , o futuro na velhice! Ora, se você não se preocupou com isso em novo , não será na velhice que vai mudar o já sacramentado, por consequências do já feito !!
Ter filhos não é garantia de cuidados no futuro, hoje muitas vezes é ter dor de cabeça na velhice, com o filho que não sai de casa ou vira um cracudo ou um bêbado endividado, que precisa eternamente dos pais , e até consomem os seus mÃseros empréstimos consignados pelo INSS. Conheço muitos casos assim.
A Mariliz já deve ter escrito mais de 10 colunas jurando que não se arrepende de ter filhos. Periodicamente ela republica o argumento com pequenas variações Curioso, pra um tema que ela diz ser tão bem resolvido
Bem Pedro, recomendo que você continue lendo para não perder nenhum das futuras vezes que ela tratar desse mesmo assunto. Não deixe de comentar também para nos alerta disso.
Se ela escrevesse uma coluna para cada vez que é perguntada sobre isso, ia escrever só sobre isso. Infelizmente é uma decisão que todos se dão o direito de questionar. Questinam se nao vai, questionam se nao pode, questionam pq explica. Emoji de olhonhos virados para cima define bem.
Filho não é essencial para o Ser humano, homem ou mulher! Jogar filho no mundo é simples, para nada produzir de bom para o próximo, ou o que é pior, produzir maldades? Melhor não ter! Nunca pensei, nem por um segundo em minha vida, ter filho! Quem irá me amparar na velhice? Eu mesma!
É sinal de que realmente não quer ter. Caso quisesse poderia adotar a qualquer momento. Ela aÃnda é muito nova.
Ótimo texto.
Fiquei pensando: ter filhos com a finalidade de que sejam cuidadores? Pôr nas costas deles essa incumbência? Não acho justo! É egoÃstico e equivocado! Devemos, isso, sim, planejar a nossa vida de modo a bem envelhecer sem a necessidade de cuidados. E, caso não seja possÃvel, ter conforto financeiro para contratar alguém que nos cuide. Eu não tenho filhos nem nunca tive a vontade em tê-los, quer dizer, eu tenho três filhos que encontrei em meu caminho ainda bebês. E eu dou a minha vida por eles.
É impressão minha, ou essa coluna é repetida? Lembro até que comentei na anterior. Não sei...
Isto é um problema bem complicado. Minha mãe, com 94 anos, faleceu em junho, estava com câncer e acamada. Para cuidar dela nos últimos meses, havia meu irmão, eu e uma cuidadora. Não tinha forças para sair da cama. Eu me pergunto: se não fossem seus filhos quem iria cuidar dela, com responsabilidade, carinho e segurando sua mão nas horas mais sofridas?
Exceção da exceção.
Alguem pago, provavelmente. Ou talvez ela nao tivesse vivido até os 94, quem sabe? Mas nem todos os filhos fazem isso, e muitos só fazem por obrigaçao.
Creio que todos deveriam pensar sobre isso. Quem vai cuidar de nossos avós, nossos pais e de cada um de nós?
Penso que é preciso garantir nossa continuidade neste planeta. Pelo menos para tomar um bom vinho e ler um bom livro.
Como dizia um sobrinho meu, quando menino: cadum, cadum. Ou seja: é uma opção individual. Nunca pensei em ter filhos e acabei tendo um. Foi muito bom. Não me arrependi, como creio que não me arrependeria se não tivesse tido filho nenhum. Minha filosofia é encarar a vida como ela se apresenta, bem como respeitar as escolhas alheias.
Sábias palavras
Ah coitada, tenho 4 filhos e não tenho a menor esperança que cuidaram de mim, tenho 62 anos e em breve cuidarei do meu fim sem contar com eles, de onde ela tirou que filho cuida de pais? Podem no máximo escolher um lugar pra te deixar
Sim, Joaquim, mas geralmente é um cuidado compartilhado pois é esta fante lidar com isosos e uma hora a coisa desan da. Desta forma, quem quer que filho seja cuidador (??) deve, então, ter vários pois somente um receberá uma carga praticamente im possÃvel de carregar. Idosos (sou uma) devem se planejar para não ser um far do para seus filhos e parentes.
Nao generalize, Alex. Há familias muito unidas que cuidam dos idosos ate o fim. É o caso da minha, há muitas gerações. Hoje eu e meus irmãos cuidamos de minha mãe que com 94 anos precisa dos nossos cuidados. Nao sei se meus filhos vão cuidar de mim e de minha esposa, mas o exemplo eles já tem.
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