Opinião > Transição demográfica rápida impõe desafios Voltar
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A evolução do capitalismo sempre foi/é marcada por impasses fruto da contradições do próprio sistema, desenvolvimento tecnológico e aumento de produtividade são frutos bons com duplo sabor, podem melhorar a vida de todos ou marginalizar a maioria, é hora do capital devolver uma parte que subtraiu do trabalho!
Estou interessado em saber como o mercado de trabalho se adaptará a essa sociedade brasileira envelhecida. Fato é que, hoje, qualquer um que passe dos 50 anos é visto - pelas empresas - como um ser de outra era arqueológica, jurássico mesmo. Se somarmos ao aumento da idade mÃnima para se aposentar, as empresas logo mais precisarão encarar a realidade e contratar pessoas acima de 50 anos.
Acredito que algumas adequações também poderão ser feitas no orçamento público, que exigirá menos em algumas áreas e mais na previdência. O tempo mÃnimo de contribuição tem que ser revisto e a adesão a previdência, desde cedo, incentivado. O problema é elegermos polÃticos pragmáticos para essas mudanças. Bom, com menos filhos, é provável que algum pragmático se destaque e encare o desafio.
Conhecendo esse paÃs como conhecemos, significa que logo trabalharemos até os oitenta, mas juÃzes, milicos e parlamentares poderão se aposentar confortavelmente aos sessenta. Ou menos.
A pesquisa não lembra que dezenas de cidades já começaram a perder população, a mudança já começou, Londrina só cresceu a população 9% em 12 anos
O modelo de repartição da nossa previdência social está obviamente inviabilizado com a transição demográfica. Mesmo o Rgps, onde o empregador entra com 20% e o empregado com 10%, só é viável com 3 pessoas trabalhando para 1 aposentado. Isso, sem contar a aposentadoria rural, onde não há contribuição. É preciso redesenhar tudo.
Prezado José, é verdade, não tem mágica. Você está condenando um número enorme de pessoas à miséria e fome, para garantir um número pequeno de pessoas faturando milhões em especulação financeira. Isso não pode ser visto como conduta racional. Não é possÃvel valorizar a riqueza sobre a vida humana. Da forma como os modelos neoliberais estão escritos, estamos criando um uma legião de miseráveis para encher os cofres dos milionários. Não é possÃvel que não percebam?
Marcelo, as aposentadorias do rgps devem ser pagas pelos que trabalham hoje. É assim que funciona um sistema de repartição. Só que com 1 trabalhando para 1 aposentado, a empresa deve contribuir com 70% e o empregado com 30% por exemplo. Não tem mágica.
Não adianta redesenhar. Já foi redesenhado e o CSLL foi desenhado para compor o gasto com a previdência, porém muitas empresas não pagam e desviam o dinheiro para pagar rentistas. É interessante como uma informação sobre a transição demográfica causa esse Ãmpeto por contenção das aposentadorias, mas a elevação dos juros que tiram dinheiro de circulação para a especulação não é comentado por ninguém. Dinheiro para pobre é inflacionário, pois vai para o consumo. Dinheiro para os abonados, não.
E ainda continua,mesmo com a tendência de diminuir a população com dinheiro "carimbado" para educação,não vai demorar que para gastar este dinheiro vão pintar meio fio e passeio,enquanto a terceira idade que se vire sem nenhum apoio.
Tudo e qualquer coisa justifica para a Folha a "poupança pública". Ainda tem a descabida afirmaçao de que se investe em educação o equivalente aos demais paÃses como se não houvesse uma brutal desigualdade internacional do investimento per capita em educação básica. No Brasil não passa de USD 3.200 enquanto na OCDE chega a USD 11.000. Claro que é preciso se planejar, mas daà em diante o editorial é pura venda de visão de mundo.
Aonde que os recursos da educação são elevados para padrões internacionais? Somente podemos afirmar isso na educação superior. Na educação básica ficamos no antepenúltimo lugar no ranking desse tipo de gasto da OCDE, em 2023. Não dá pra pedir educação nÃvel europeu quando a média da OCDE é de 10 mil dolares por aluno, e a do Brasil é de 3 mil dolares
Despejar dinheiro sem rigor e critério no ensino básico não é sinônimo de qualidade. E vai piorar com a entrega pra PM ou Particulares.
Só para esclarecer: o SUS supõe a necessidade de um sistema tributário do tipo social-democrata, progressivo, com ricos pagando mais (proporcionalmente a suas posses). Não é o SUS que é muito caro, os esquemas tributários é que são regressivos e portanto injustos. Eles, sim, devem ser melhorados. Vida eterna à saúde e à educação universais.
A pergunta em relação ao SUS é como financiá-lo. Na Europa, se criou um sistema de seguridade que sustentou a social-democracia na região, depois atacada por Thatcher e outros lÃderes, mas que permaneceu viva. No Brasil pós-ditadura, a Constituição criou o SUS e com ele a assistência médica universal. Esta supõe a social-democracia, com carga tributária racional, isto é, progressiva. Menos injusta. Avançamos muito pouco nessa direção, mas ela é, a meu ver, a direção correta.
Bem entendido: a social-democracia sustentou (do ponto de vista econômico mesmo) o sistema de seguridade na Europa Ocidental e não o contrário.
Não se enganem, com a atual mudança demográfica o estado brasileiro está falido, será impossÃvel governá-lo com o populismo de nossas elites polÃticas. Pior, não vai demorar até 2042 para essa crise chegar, chegará muito antes. O IVA de 28% já é um sintoma que o populismo polÃtico não é viável.
Curiosamente o editorial não fala em: EstÃmulo à natalidade. EstÃmulo à migração (para o Brasil)
Para além da Previdência e Saúde, há muito a ser feito para prestar serviços a uma envelhecida! É uma transição que, se bem feita e planejada, também gera oportunidades e riquezas para a sociedade e para o paÃs: adaptação de cidades com investimentos em mobilidade e acessibilidade, programas de educação continuada, tecnologias assistivas (incluindo robôs acompanhantes), lazer, turismo, esporte, etc - em suma, Economia Prateada! Além de programas de voluntariado que envolvam pessoas idosas.
Perdão Maria Isabel, mas o editorial passa longe da sua preocupação. O neoliberalismo se preocupa com o fluxo do capital público migrando do rentismo para o social, nas suas três vertentes básicas previdência, educação e saúde. Não aceita que o estado se proponha a organizar e garantir uma velhice digna aos mais pobres, pois considera que todos deveriam se capitalizar durante a fase produtiva. Alega excedente de verba na educação e desperdÃcio na saúde. Enfim, promovendo as desigualdades.
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