Alvaro Machado Dias > Como a motivação se tornou a nova religião Voltar
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Motivação: apenas mais uma ilusão/delusão. Outro modismo para vender livros, palestras e "coaching". Os melhores técnicos do atletismo, NBA e NFL não reconhecem a motivação como um fator importante na obtenção de perfomance/resultados. Essa falsa crença chamada motivação só serve para nos anestesiar e impedir de acessar informações que nossos sentimentos estão compartilhando com a gente momento a momento.
Muitas pessoas acreditam que a motivação é um sentimento mágico que de repente as impulsionará a atingir seus objetivos, mas ela é uma ilusão/delusão, ela vem e vai. É o propósito que te move. A motivação é uma escolha, uma decisão que tomamos todos os dias para nos comprometermos com a nossa saúde e bem-estar. Então, o que motiva essa escolha? 1 - Disciplina 2 - Metas 3 - Checar/Reconhecer o Progresso. 4 - Mindset.
Toda forma de Budismo deve ter pelo menos 3 de 4 marcas (selos): impermanência; sofrimento; não "eu"; nirvana. Pelo visto, esse "fast budismo" não tem tais selos, ou seja, não é BUDISMO. É apenas mais um modismo, como a Yoga Quântico e coisas do gênero. Outra confusão muito comum é acreditar que a mindfulness é apenas budista. Na verdade, trata-se de uma prática encontrada em várias tradições religiosas e seculares — do hinduÃsmo e budismo ao Yoga. Aliás, o Budismo é muito mais que mindfulness.
Parabens, Alvado
Muito bom Alvaro
Muito do discurso motivacional de autoajuda é alimentado pela psicologia e neurociência. Carol S. Dweck, por exemplo, que popularizou a ideia de Mindset, baseada em suas pesquisas, é psicóloga pela universidade de Stanford. Além do mais, mindfulness, que é utilizado em terapia cognitivo-comportamental, estimula elementos como empatia e compaixão, isto é, o contrário de distanciamento e frieza emocional.
Mas enfim, a crÃtica anticapitalista é válida como meio de correção dos desvios da ordem econômico-social.
Parabéns Ãlvaro. Excelente e esclarecedor artigo.
Tenho que fazer uma defesa dos livros de auto-ajuda. Eles funcionam sim. Para quem os escreve.
e que a colaborativa Wikipedia, a internacional em inglês, que é mais frequentada e corrigida, tem, mas eu coloquei uns senões no verbete Budismo na Wikipedia Pt-Br e algum santo da seita deletou, recoloquei, e novamente, seguidores deletaram lá. São generosos, com aquele sorriso apalermado que tanto engana gente à procura de um substituto de terapias preferencialmente alternativas e orientais...
alguém sabe por aqui que monges budistas têm o dever de não trabalhar, e de que vivem por doações, digamos, espontâneas, de fazer inveja a pastores, e a história que hoje tem até um Estado, Vaticano, e que renegam a natureza, o sexo, e que no Tibet havia a Teocracia dos Llamas e um povo subjugado, claro, alguns por lavagem cerebral ou fé, outros à força, mesmo? E que pelo mndo e em paÃses como o nosso são convidados fantasiados, como qq religião, como coaches em palestras do óbvio ululante?
E em se falando em autoajuda, acoque não tá fora do tema: as feiras de livro, as bienais Brasil afora, são nada mais que um evento social e um autoengano: As reportagens sempre esquecem a sempre aberta e sempre gratuita e anual, ocupando praça e prédios históricos, a Feira do Livro de Porto Alegre, capital, de longe, de maior Ãndice de educação e cultura, de leitores. Não para se sentirem, por osmose, perto de cultura, de livros, de espaços para verem e serem vistos, numa naturalidade afetada
Por coincidência estava lendo ontem sobre a história da China. O perÃodo da dinastia mongol, quando a etnia dominante se separou da dominada, foi a fase de ouro do budismo tibetano, muito valorizada pela corte de Kublai Kahn e descendentes.
Que legal, José Cardoso! K. Kahn recebeu Marco Polo em sua corte. E o mundo nunca mais foi o mesmo. Abraços e obrigado pelo comentário legal.
Muito bom! Obrigado!
Espetacular, Ãlvaro! Muuuito obrigada por colocar em palavras inteligÃveis para os leitores leigos, os métodos de "lavagem" cerebral dos discursos motivacionais, das ditas auto ajudas, e das "fast" meditações. Eficientes formas de seguir cada um cultivando a "própria paz interior", olhando e cuidando do seu umbigo, enquanto o mundo se explode!
Fico muito feliz em saber que você gostou, Márcia! Pois é, muita lavagem cerebral, pouca honestidade intelectual, em alguns casos (não em todos, como sempre). Abraços e ótimo domingo.
Uma excelente análise, Ãlvaro. A conclusão é tão direta ao ponto que beira a algo cÃnico de se dizer. IndivÃduos muito diferentes entre si mas todos tentando hackear seus cérebros em tentativas de lhes trazer benefÃcios...
Muito obrigado, mestre Anderson. É bem isso: todo mundo tentando hackear o cérebro para se dar bem.
Pelo que sei muitos desses novos profetas se afastam do Budismo Tradicional e usam a Neurociência como apoio cientÃfico. Então também as “pseudociências” também estão no front da ilusão motivacional.
Sim, são meus colegas rsrs.
Ah! Meeeu Deus. Como sou ultrapassado.
Então, estamos juntos nessa!
Muito interessante. Eu gostaria, se possÃvel que o autor desenbolvesse o ponto entre o desenvolvimento d@s influencers e a dessacralização da vida cotidiana. Parece até que é uma forma..."espontânea" de manter baixo e alimentado, ganhando bastante dinheiro tb, o nÃvel cultural de enormes contigentes da população.
Boa tarde, Roberto. Faço-o com satisfação. Apenas preciso entender melhor o que você quer dizer com a relação entre "desenvolvimento dos influencers e a dessacralização da vida cotidiana". Seria a relação entre proliferação dessas figuras e declÃnio da religiosidade? O que pegou para mim foi "dessacralização da vida cotidiana" porque, mesmo em contexto religioso (e mais: justamente nesse), a vida cotidiana, no ocidente, é vista como dessacralizada. Obrigado.
O Zizek, como sempre, certeiro.
Intelectual incrÃvel, sem sombra de dúvidas.
Eu sempre senti que a autoajuda tem uma coisa corporativa mas num imaginava tudo o que está envolvido nesses "discursos". Achei esclarecedor. Meditação idem. Às vezes lembra masturbação, mas quem sou eu para falar.
A autoajuda justamente cresce à luz do sonho de prosperidade americano da década de 1950, que por sua vez está diretamente ligado à expansão do papel das corporações na economia (urbanização acelerada, alto crescimento dos empregos de escritório, promessa de subir na hierarquia das firmas por meio de esforço e confiança, etc.).
Não acredito que a Foia publicou um artigo realmente bom.
fantástico!! muito obrigado pelo texto!!! esse é para emoldurar e colocar na parede do hall de entrada!!
Fico muito feliz e honrado em saber que você gostou, Gerson!
Por raridades como esta, vale a pena assinar a folha.
A Folha tem várias raridades. Sou leitor assÃduo (também). Com toda certeza, é o melhor jornal do paÃs. Muito obrigado!
Disparadamente a melhor coisa do jornal
Excelente!
Obrigado, Chiara!
Ótimo
Pois saiba que leio todas as suas colunas e aprendo muito com elas. Que boa essa recÃproca! Feliz em saber.
Que honra imensa receber um comentário seu, Giovana! Sou 100% fã do seu trabalho. Ganhei o dia! Do mais, isso me lembra que, como leitor do jornal, também tenho o direito de comentar o que eu quiser. O sentimento é libertador.
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