Ruy Castro > Pensar dói? Voltar
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Minha defunta mãe, então viva, vivia me dizendo o contrário: pense, Neli, pense. Pensar não dói. Pena que ela me abandonou para ir abraçar, definitivamente, o Leto. Se bem que à época que estava me abandonando dizia,não vejo a hora de ir para os Braços de Morfeu em definitivo. Nem precisaria dar sua crônica para ela ler: era a primeira a pegar o jornal, era o outrão.
Como poderei voltar há vinte anos atrás e dizer ao meu querido Professor que pensar, agora, provadamente, dói ?
Não sei se dói, mas que cansa, tenho certeza.
Hahahahah, Ruy, imagino um pesquisador da área médica, com lumbago, esforçando seus miolos para encontrar um alÃvio eficaz... pra lumbago. Ôta sofrimento! Bozolóide lendo Muniz Sodré, aà que dor! Hahahahah!
Hahahahah, Hélio, quem sabe ainda lê esta resposta? Muniz Sodré e Jânio de Freitas são difÃceis para qualquer sujeito; dito isso, creio que a diferença esteja no tamanho e na localização da dor - a minha, é pequena, dada a confiança de que um pequeno esforço ultrapassa as limitações naturais. O Bozolóide a tem em um extrato mais primitivo do encéfalo, o paleo, motor de emoções ao rés-do-chão, das pulsões que seguem a percepção da impossibilidade: nada entendo, tudo quebro, se possÃvel mato.
Marcos, não sou bozoloide, mas mesmo assim confesso minha dificuldade em ler Muniz Sodré...
Cara Carla, por conta de um esforço consciente, e que funciona em uns85% das vezes, ou um pouco menos. É extremamente irritante perceber que algumas coisas perfeitamente inocentes e educadas são moderadas e, destas, uma ou outra é bloqueada. Mas, no mais das vezes, distorcer palavras funciona, além de uma ou outra estratégia.
Marcos, você pode ser prolixo, mas escapa da moderação da Folha.
Pois é teve liberdade irrestrita para criar e produzir
equilÃbrio é tudo, né? rs. há, de fato, assuntos mais complexos que não me exigem tanto, e quanto outros de natureza mais simplistas que me faz suar as têmporas, tamanho o exercÃcio haha. bem, quem não, não é mesmo?
Considerando vários eleitos de alguns anos para cá e a expectativa de voto em São Paulo para um sabido golpista, pensar dói sim, muito, em muitas pessoas.
Goethe ao produzir "Fausto " inovou; talvez tenha sentido imensa dor, mas foi uma dor da destruição criativa como Joseph Schumpeter dizia. Pensar em capitalismo, socialismo e democracia pode levar à destruição criativa. Ao exercer a arte estamos criando o novo e ao mesmo tempo destruindo o anterior.
Pensar dói, mas a arte intensifica. Há muitas histórias da filosofia; todas estão impregnadas da posição filosófica de seu autor. Hegel é o caso mais evidente; tudo marcha até chegar à filosofia dele, a arte do diálogo. A história da filosofia de Cassirer se divide em antes e depois de Kant. A arte intensifica a realidade. Goethe acha que a natureza e a arte têm as mesmas leis. "Fausto" é o texto mais dramático, a realidade intensificada.
Pela qualidade da nossa representação no Congresso pode-se concluir que brasileiro não tem dor de cabeça.
É uma das razões pelas quais os algorÃtimos são tão poderosos. A rigor, poderÃamos sempre pesquisar no que estamos interessados a cada vez, e ler ou assistir então textos e vÃdeos a respeito. Mas é mais 'indolor' clicar no que aparece à nossa frente, já selecionado pela máquina para nós.
Dizia, brincando, que Hegel estoura nossos miolos. Depois dessa matéria, entendi que a brincadeira tem um fundo de verdade.
Espinosa nasceu em Amsterdam, filho de judeus portugueses refugiados nessa cidade para escapar das garras da Inquisição portuguesa. Em casa, a lÃngua cotidiana dos imigrantes portugueses era, certamente, o português, mas Espinosa falava sim o holandês, a lÃngua do paÃs em que ele nasceu e ele tinha um cÃrculo de amigos holandeses.
Sim, ainda que seja por alguns instantes
Espinosa era português.
Holandês de origem lusitana. E a liberdade de que ele gozou para pensar e escrever, na sua época só existia na Holanda.
Viver na onda do que os outros pensam é mais cômodo. E essa comodidade atrai cada vez mais gente.
Vale rememorar as sábias palavras de Clarice: "Sentir é um fato; pensar é um ato". Quanto à Stein, "there's no there there" (não há lá lá). A tradução é livre e lacaniana. Pensar sobre a vida é retirar as máscaras.
Todas? As minhas e as dos outros?, Ai não dá! Não ha mais “personas”?! Que tédio. Desaparecemos. Ou então, nirvana. Adeus, mundo cruel!
Comentário perfeito.
Pensar muito cansa.
"... citando estudantes universitários e militares —imagino que cada um numa ponta do espectro cognitivo". Não queria rir, mas foi impossÃvel não fazê-lo. Pazuzuelo, onde fica a capital do Amazonas? Roraima, Capitão... Pois mande oxigênio para lá... Sim, senhor! Um manda, outro obedece...
Pensar ou fazer cálculos complexos não era doloroso para o suÃço Leonhard Euler, que muitos consideram o maior matemático de todos os tempos (sou mais Arquimedes...). Segundo seu contemporâneo Arago, Euler calculava "como os homens respiram, como as águias se sustentam no ar". Uma vez, assistindo uma palestra, o expositor citou um número na casa dos milhões e afirmou que era primo. Euler levou uns poucos minutos para, usando só a mente, encontrar um primo que o dividia.
Excelente começar o domingo com essa leitura.
Leitura sempre aos domingos. Sem polÃtica.
Xadrez dói !
Dói mesmo quando a gente tá perdendo.
Para a gente, dói. Para Morphy, Capablanca, Kasparov e uns poucos mais é refresco.
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