Alvaro Costa e Silva > João do Rio construiu uma obra de exceção no Brasil Voltar
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Caramba, essa foto aà é a imagem do "gordo"? Que coisa, hein.
Creio que é possÃvel creditar a João do Rio a entrada do verbo flanar na lÃngua portuguesa, visto que o escritor era um "flaneur".
Gordo, vestia-se como um dândi. Isso não foi um bom retrato desse grande João do Rio. João Silvério Trevisan, fez um mural merecido dele: obeso, mulato, homossexual e afetado. Mas acadêmico. Já que ninguém citou sequer uma obra de um dos maiores das letras nacionais, citarei três que possuo: As religiões do Rio, A alma encantadora das ruas e Os dias passam. Todas geniais. Morreu de enfarto dentro de um taxi aos quarenta anos.
Ôôô, Zé Eduardo, isso foi uma isca, uma Ãnfima porciúncula de um retrato divertido e instigante, de um artigo curto, que não desmereceu absolutamente o retratado; aliás, me parece que o conjunto "obeso, mulato homossexual e afetado" seja, ainda que preciso, bastante mais próximo do preconceito - pode perfeitamente ser por conta da época em que foi feito, não sei. Obrigado pelos tÃtulos, facilita para encontrar nas estantes virtuais da vida. Tomara que nossos colegas leitores também tenham coceir
Ôôô, sêo Ãrvo, o colega Ivo, lá embaixo, menciona que esse texto fez um "excelente retrato" do João do Rio; lembrou-me de que eu achei uma sensacional fotografia essa que escolheram pra botar no artigo. Gordinho, e olha lá, numa elegância sensacional, todo pimpão em ser retratado. Devia dar uma trabalheira... Nada como uma época em que haviam serviçais aos montes: lavadeiras, passadeiras, criad@s de quarto, mordomos e outras bossas. Óbvio, bom para os servidos, somente...
Urrúúú, sêo Ãrvo, isso é que é dica literária; a flip, embora interessante e realizada num lugar pro qual vou com alguma regularidade, é demais para mim, não dou conta de tanto intelecto e tanta gente junta. Do João do Rio, li pouca coisa e gostei pacaramba, vou ver se compro essa pequena compilação. Dia desses, conversando com um colega meu Xará, lembrei-me do Thackeray, de certa forma semelhante ao João do Rio: gente de cérebro fino, impiedosa, que estocava a tudo e todos, acima ou abaixo.
Naquela época a palavra 'canalha' tinha outra carga semântica, assim como a palavra 'formidável', que significava 'monstruoso'. Nos dias que correm, ele não usaria esse termo para designar esses tÃpicos heróis gorkianos. Se fosse comediante, teria optado pelas coortes que usam o dinheiro que não têm para comprar coisas de que não precisam para impressionar pessoas que não conhecem, vulgo classe média.
Hahahahah, delÃcia ! A um comentário tão classudo e agudo, só posso emprestar minha vulgaridade ácida: Mário Lúcio, sugiro veementemente trocar o média por *mérdia*, tão mais expressivo e ilustrativo do (mau) estofo. Nossa colega Marisa Coan não há de concordar comigo, mas sustento a sugestão mesmo assim.
Esse era dos bons! Tá fazendo falta!
Pois hoje ele as encontraria (a gente de cima e a canalha) no mesmo lugar, tanto em substância quanto em adjetivos.
Ótimo comentário!
Começar uma crÃtica enfatizando um viés negativo aos literatos funcionários públicos não é o melhor dos começos. Porque qual a relação entre profissão e qualidade literária? O maior de nossos poetas Carlos Drumond de Andrade era um Barnabé e não creio que a qualidade de sua obra ficasse menor por isso.
Tal como a Vânia, Divino, também não percebi crÃtica, mas sim, constatação: o serviço público, estável e com horas definidas, era refúgio de gente que tinha, na produção intelectual e, eventualmente, na boemia, hobby ou segunda atividade profissional. Agora, vale um cuidado: "barnabés", sim, era - e ainda é, creio - um adjetivo de desvalia ao servidor público, dizendo de sua pouca produtividade e folga de vida.
Não vi crÃtica nenhuma aos funcionários públicos. Ele apenas falou um dado da realidade . Porque será que você entendeu assim?
Caro Alvaro belÃssimo texto sobre essa singular figura icônica de uma época histórica do Rio,Lima Barreto e João do Rio dois expoentes máximos das letras cariocas.
Excelente retrato!
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