Samuel Pessoa > Sequestrados por Keynes Voltar
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É possÃvel sair do subdesenvolvimento num estado de bem estar social, ainda q precário? É possÃvel sair do subdesenvolvimento sem jornada de trabalho de 12 horas com nenhum direito trabalhista? Nunca se viu.
O autor é cansativo na sua defesa inglória do neoliberalismo, de colocação das contas a pagar e dos impostos no lombo dos trabalhadores. O déficit de visão vê virtude apenas na iniciativa privada, que até hoje só promoveu desigualdades, sofrimento e miséria. Apaga-se toda a história que demonstrou a importância do coletivo para implantar a competição desleal. Não precisamos disso, temos autores do mais alto nÃvel e discussões acadêmicas já muito longe dessa desgraça.
Chega a ser comovente o esforço do colunista em colocar alguma racionalidade no debate, porém, é inútil Estamos condenados ao subdesenvolvimento por muito tempo ainda. O primeiro passo seria uma mudança de mentalidade, sairmos do pensamento mágico e do Estado como provedor. Basta ler os comentários na FSP pra ver a que distância estamos disso
Mais do que em Keynes, acho que a armadilha do subdesenvolvimento está na crÃtica ao colonialismo. É compreensÃvel o desejo de romper com o passado de exportar commodities produzidos com mão de obra escrava ou quase escrava. Mas o desejo de independência leva ao equÃvoco de se querer produzir tudo o que consome, em vez de importar como antes. É preciso diversificar as exportações, mas nunca esquecer que elas são o motor do desenvolvimento econômico.
Temos investido preferencialmente em formação superior com qualidade muito discutÃvel, no ensino a distância, coisas assim. O ensino fundamental universal de qualidade permanece a enorme distância, desde sempre.
Há um grupo de paÃses que conseguiu superar o subdesenvolvimento. China, Taiwan, Singapura e Coreia do Sul. É para esses casos que vocês têm que olhar, se não quiserem ficar girando em falso na economia interna das teorias. Educação é um fator, sem dúvida. Muitos alegam que planejamento e investimento estatal é outro fator decisivo. Parece razoável. Também afirmam que não terÃamos GPS e coisas do tipo sem investimento pesado do estado americano. E aÃ? Verdadeiro ou falso?
A poupança só vai adiantar alguma coisa se houver um plano consistente de desenvolvimento canalizando o sacrifÃcio de uma geração. Direi algo óbvio, apesar de herético. Houve três governos de esquerda no Brasil: Getúlio, Médici (aka Delfim Netto) e Geisel. Foi aà que crescemos, foi aà que construÃmos nossa infraestrutura. Não fosse o choque do petróleo, terÃamos chegado lá. A Constituição de 88 nos sufoca. Mas democracia é isso. É pegar ou largar. E eu já estou velho demais para me iludir.
Verdadeiro. O artigo do Pessoa, mais uma vez, sofre de sÃndrome de academia. Keynes, uma releitura virtuosa da Nep, Nova PolÃtica Econômica de Zinoviev Kamenev, em versão Capitalista, é essencial para a roda voltar a girar. O erro está em permanecer eterna, sem desligar o motor de arranque. A virtude vira vÃcio. Veja a Desoneração da Folha.
GPS e toda grande tecnologia passaram e sempre passarão pelas mão do Estado, sobretudo na sua fase de pesquisa porque pressupõe logo prazo e isto o setor privado não pode apostar pois pode quebrar se a pesquisa não trouxer resultado. Então, as empresas esperam o Estado desenvolver a tecnologia e dela se apropriam.
O probleminha do modelo Chinês e asiático, que insistimos em não ver, não é que o estado tenha feito investimentos. O problema é que o estado não estava nem aà com o tal do bem estar do trabalhador por pelo menos os primeiros 30 anos de transição desses paÃses. Por isso conseguia investir, sem crise fiscal. Estamos dispostos a cortar aposentadorias, rede de saúde, bolsas, salários minimos e focar apenas em educação pública decente? A população entenderá isso e poupará pra o futuro?
O truque do neoliberalismo é falar em educação para postergar por décadas qualquer solução. AÃ, quando a bola vai parar no campo da iniciativa privada, abundam escolas paga-passa e faculdades de nada, que geram pseudo diplomas pro sujeito ganhar menos de dois salários mÃnimos.
A fé cega no liberalismo se compara ao curandeirismo keynesiano. Essa briguinha nunca nos levou a nada, só a uma divisão de torcidas entre as escolas doutrinárias que formam os economistas. O liberalismo em certa medida "venceu", mas e da� Já fizemos sete reformas da previdência, e logo virá a necessidade de outra. A tributária parece apenas atender, de novo, demandas empresariais e financeiras, enquanto o investimento na produtividade e na educação, são postergados. A piada é essa.
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