Drauzio Varella > O que fazer quando a demência nos roubar a cognição? Voltar
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Mais uma vez colocando o dedo na ferida. Parabéns pela coragem.
Argumentos alinhados com a lógica e até com a religião merecem ser respeitados pela legislação. Obrigada Dr. Drauzio.
Mais que necessário. Eu aos 70 vivo me testando para ver se não estou entrando num processo demencial. E gostaria de ter direito agora em plena consciência de decidir sobre minha morte. Mas no Brasil fundamentalista q estamos nos tornando tenho pouca fé nessa discussão. Como fazer um deputado encampar essa luta? Escrevendo para todos eles? Qual o caminho. Temos q agir e sair do lugar só de fala.
Se não se trata de condenar a velhice, a condição de demência deve abranger um maior espectro de sintomas de colapso do sistema nervoso causados por acidentes diversos: trânsito, vasculares, esportes etc. Ao definir estas condições terÃamos os pressupostos clÃnicos para humanizar a eutanásia.
A morte não me apavora, mas a velhice sim. Conforme o tempo passa e evolui, os costumes e as leis necessitam ser avaliados, modernizados, por terem se tornado obsoletas. Avanços e transformações devem ser bem-vindos, incluindo à liberdade de escolha quando se trata do próprio corpo, da vida de cada. Mas, em um paÃs que retrocede a passos largos, tornando-se moralista e irracional, sobrepondo os dogmas e preceitos religiosos acima da razão e das leis que regem o paÃs, o que nos resta fazer?
perfeito DR Drauzio Sempre digo aos meus filhos isso quero ter direito de morrer quando nao mais realmente viver sem reconhecer meu filhos e netos amados Nao conseguir conduzir minha vida diária sozinha e produtiva.Sim pela eutanaisa
Só mesmo o querido doutor Drauzio para ter a coragem de escrever esta matéria.
Excelente texto de um assunto muito pertinente, mesmo que a sociedade não gostei e a lei não permita, meu destino pertence a mim.
Nunes que votava em Bolsonaro que ouve Malafaia que vai votar em TarcÃsio que sobe ao palanque com Nikolas que votaria em Pablo que tem a simpatia de Salles que passou a boiada para o Agro que tem a bancada do Boi que fica ao lado da BÃblia que abriga Magno Malta que vota em Bolsonaro que faz de conta que apoia Nunes. Eutanásia? Rs.
Já paguei minha cremação, sou doadora de órgãos e a favor da eutanásia. Será que serei respeitada no ápice de minha jornada, que é a partida eterna? Espero que sim.
É uma questão de dignidade. As leis teriam que nos dar o direito de uma morte digna, sem sofrimentos. Obrigada, Dr Drauzio!
Sou médico e nos últimos vinte me dediquei a cuidar de pessoas idosas, o Drauzio está com toda a razão, esta questão tem que ser revista do ponto de vista legal! OrasilParaná!
Está certÃssimo o dr. Drauzio!
Inteiramente de acordo.
Todos devem ter o direito de viver e morrer com dignidade.
Achei maravilhoso ; estou quase anotando as condições que você deu como exemplo. Por outro lado me pergunto se um Congresso como o que temos , que olha , via de regra , para os próprios interesses e fecha os olhos para tragedias como as do RS (eu ao menos não vi UM movimento neste sentido), que dirá com problemas mais longevos de saúde , penso que jamais vai se manifestar (ao menos em sua esmagadora maioria) sobre tema tão polêmico . Décadas se passarão até chegarmos a isso, penso.
Que dirá o congresso religioso-fundamentalista que temos hoje em dia...
Eu não tenho ninguém para tomar conta de mim se eu não puder mais fazê-lo. Com certeza me colocarão num desses asilos que de vez em quando ouvimos falar horrores. Mas sem memória, tanto faz!
Inteiramente de acordo com o Dr. Drauzio Varella.
O Dr. Drauzio já decidiu sobre o seu futuro, fez algum testamento? Não adianta pensar sobre isso, mas tão somente ter fé e ponto final.
Isso é um reconhecimento do fracasso da medicina incompreensivelmente auto elogiada pelos médicos. Após vultuosos investimentos evoluiu milÃmetros na neurologia, ortopedia, otorrinolaringologia privada, que dizer da pública. Cada idoso é um incômodo para os médicos pois fazem eles pensarem sobre si mesmos mais adiante. E isso os incomoda, os amedronta.
Essa decisão não deve ser de alçada particular, não cabe a você decidir pela eutanásia. Você pode manifestar o desejo à famÃlia, mas quem deve decidir, ao final, é a sua famÃlia. Primeiro porque você não sabe em que condição estará antes de partir, em que circunstância você estará ao morrer; segundo porque quem presencia, quem cuida da pessoa com doença grave são os familiares, são eles que devem decidir pela eutanásia, a depender do quadro apontado pela equipe médica.
Por que terceiros, sejam quem forem, deveriam ser responsáveis por decidir sobre a vida de alguém? O que você diz, Paloma, não faz sentido algum.
Essa história de ficar querendo controlar o futuro por meio de papéis em cartório pode ser bonitinho, mas não faz parte dos meus planos, porque a vida tem uma dimensão imprevisÃvel que nos surpreende. Isso eu aprendi com meus pais e seguirei com essa filosofia até o fim. Obrigada.
Suponho que você deva saber exatamente as circunstâncias em que vai morrer, Renato, que tenha total controle sobre isso. A Maristela, em comentário posterior, acima, também já sabe. O colunista também sabe. Seus familiares, suponho, também não devem ser flor que se cheire.
Seu argumento transfere para terceiros o direito que eu deveria ter sobre meu corpo. Não acho que seja a melhor opção
É preciso começar a encaminhar isso melhor, mesmo vivendo no atual Brasil fundamentalista!
Dr. Drauzio sempre necessário. Como bom pessimista, não acredito que o congresso se dedique a esta questão justo hoje com a expansão descontrolada de evangélicos com suas crenças retrógradas e deletérias. Além disso, sempre fomos conservadores, mui conservadores.
Minha mãe começou a sofrer do mal de Alzheimer aos 70 anos. Hoje está com 92. Perdeu completamente a cognição. Não reconhece as filhas e pessoas próximas há pelo menos 12 anos. Dr. Drausio Varella descreve o processo com tanta propriedade que parece que entrou no quarto de minha mãe e a viu inerte na cama, além de descrever os sentimentos contraditórios das pessoas à sua volta. Concordo plenamente que deverÃamos escolher até quando e como estamos dispostos a viver.
CorretÃssimo. E aà Srs do Congresso Nacional?
Em uma só palavra sobre o texto: excelência.
Uma narrativa dura, mas calcada em ciência e na condição que cada um de nós tem que ter da natureza humana. Concordo com tudo, absolutamente tudo, o que foi escrito. Nota mil!
perfeito dr. excelente reflexão
Concordo plenamente que devemos prever a eutanásia. Acompanhei a morte chegar ao meu irmão, "naturalmente", quando seu corpo já estava tomado pelo câncer e ele vivia em estado dormente, vegetativo. Olhava, por dias, o aparelho que media seu coração e a pressão rezando para que ele morresse logo. Tinha dúvidas se ele nos escutava, se sentia dor ou se tinha alguma consciência. No seu caso a eutanásia seria a atitude mais correta, mais digna e mais cristã a ser tomada, mas que a lei não permitia.
Muito bom, doutor. Concordo plenamente. Pena não termos a condição de discutir legalmente esse assunto num Brasil cada vez mais conservador.
Isso aqui virou quase um Taleban!
Esse tema nem sequer seria controverso, não fosse a necessidade que parte das pessoas sentem de legislar sobre o corpo de outras pessoas. Quem defende o direito à eutanásia não está querendo obrigar ninguém a fazer algo que não quer. Está apenas querendo decidir (pelo sim ou pelo não) sobre seu próprio corpo em situações extremas.
Da mesma forma que legislam sobre o corpo das mulheres em relação ao ab orto. Quem o defende não quer obrigatoriedade nenhuma, apenas o direito de decidir como levar sua própria vida.
De que adianta viver mais, se não for melhor!? Arremedo de vida não paga a pena!
Excelente e preciso, como sempre....onde eu assino, doutor?
Excelente artigo. Parabéns!
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