Polidez não é mérito, poque o antecede. É aquilo que faculta o mérito. Polidez é o primeiro motor imóvel do mérito.

Não li os livros desse autor, assim, o que se segue foi fruto da leitura (inadequada?) da matéria e não tem nada a ver com ele: uma criança precisa imitar para se formar; se o adulto precisa imitar, talvez não tenha se formado e precise de referências para saber como ser e agir. Não é essa a base individual da necessidade de seguir líderes de movimentos e regimes antidemocráticos?

Me parece mais um novo sucesso editorial para a seção de autoajuda...

Imitar é ser polido, como as crianças a quem se pede que não se faça o que é feio. Virtude da aparência. Agora, um valor introjetado, uma virtude, para saber como se vive, aí só lendo o rapaz.

Ficaria apenas com o "reinventar a vida e vencer a dominação". Talvez não tenha sido bem interpretado/traduzido. Olhando a sociedade brasileira, há muitos corpos em sofrimento, inclusive os corpos da opressão.

"Nascemos originais e morremos cópias." Carl Jung

Confesso que quando os articulistas começam a exagerar no uso da expressão "entregar", já fico com receio de continuar a ler. Mas é só bobeira minha mesmo.

Eu não reconheço esse desejo de querer imitar pessoas ricas ou burguesas, de querer adentrar um universo de etiqueta ou estilo de vida que não é seu, no qual não foi criado. É muito estranho, artificial. Esses autores egocêntricos repelem o passado deles por completo, eles não conseguem extrair nada de valor das pessoas com as quais conviveram, é como se a vida deles tivesse começado quando adentraram esse universo da renda média, da intelectualidade. Triste demais.

Eu reconheço essa dor de ser homossexual e não ter tido pai que bancasse ou ao menos aceitasse a sua condição sexual, isto porque eu observo na própria classe média pais que expulsam os filhos de casa, provavelmente porque devem se perguntar: "por que eu tenho que bancar um rapaz que não procura uma moça pra namorar, se casar, ter filhos, ter um bom emprego, ter uma casa confortável, como eu mesmo fiz?" Isso é muito empírico, pois está acontecendo, inclusive com moças homossexuais.

O rapaz lutou e venceu na vida. Essa é a beleza do liberalismo. Todos tem oportunidades, e os mais talentosos tem mais chances de realizar seu potencial.

"Sejam imitadores"? Que p é essa? Daí , pelo que entendi (e parece não ter dado margem para outra interpretação), o cara se transformou como um ator para fazer parte da elite (da classe rica), imitando-os, sendo aceito, dominando para não ser dominado? Nunca li seus livros, mas pelas falas da reportagem me pareceu meio coach promovendo a mudança do mindset individual E a condição social, material de existência não precisa mudar nada? Mais uma historinha de sucesso pra generalizar...Eu eim...

O talentoso Ripley

Inventar, imitar. Não é o abandono do "Eu que acompanha todas minhas representações"? Não é deixar intocado um sistema social que é marcado pela dominação? Não é tentar deixar de ser dominado para se tornar opressor?

Talvez a vida não se invente, mas se descubra.

Ef 5,1