Ana Cristina Rosa > Não dá para negligenciar a memória roubada Voltar
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Algumas pessoas tem essas memórias preservadas, mas no meu caso por exemplo, meus avós paternos só conheço de fotos, os bisavós não sei nem os nomes. Mas sinceramente, que diferença isso faz?
A História dos seres humanos - seja individual, de famÃlias ou povos inteiros - importa. Se alguns não têm interesse pelo passado, isso não muda a importância da memória e da História. A começar pelo simples fato de que todo e qualquer ser humano é capaz de se perguntar: de onde eu venho?
Julguem quem roubou. Os vivo não são vÃtimas, querem ser vitimizadas pela crueldadade contra seus bisavó, que moravam nas senzalas. Prometiam terras aos imigrantes italianos, porém ao chegarem foram morar nas senzalas abandonadas e ganharam uma enxada e um eito. Arquive-se o processo, os criminosos estão mortos e seus descendentes não podem ser eternamente condenados pelos crimes dos seus antepassados. O BB fez essa tolice de pedir perdão, bobagem. eles querem é grana.
Sempre me incomodou viver numa sociedade onde poucos tem muito e muitos tem tão pouco, esse incômodo me persegue desde criança, quando compartilhava as bricadeiras e a pobreza com meus amigos, nosso coletivo era multicolorido, em comum as carências, as doenças e os sonhos, assim enxerguei ( e enxergo) o Brasil, assim escolhi uma luta e um "trilho" que nos unisse por um mundo melhor, em uma sociedade justa e igualitária, não enxergo esse caminho através da segregação, mesmo que avessa !
Opa, escapou antes da hora. Ia comentar que tenho, em algum becape remoto, guardado em algum lugar, uma longa conversa com meu pai, antes que a demência o esvaziasse das lembranças. Numa viagem contou-me em detalhes o que sabia das origens de meu bisa na Itália, uma outra peripécia da vinda etc. E isso se perdeu. Fica mesmo um vazio, que, no caso do povo negro, é coletivo. Desmemória é uma coisa triste.
É triste isso, né, Ana?
A história da escravidão já está em posição absolutamente central e dominante na historiografia brasileira atual, de Gilberto Freyre a João José Reis, passando por Luiz Felipe Alencastro. Já a história na escala familiar, ou cotidiana, não é só a dos escravizados que se perdeu. Sem querer diminuir aquele hediondo crime histórico: a perda da memória é da condição contemporânea. Pedir reparação por isso seria desmoralizante.
A Di ta du ra da folha nos arquétipos de militância é des pre zà vel!!
Dá um bilhão de reais para cada um e manda o povo trabalhador pagar!!! O povo só quer queijo e goiabada, estudar e trabalhar é só para os pri vi le gia dos!!!
Arrã, muito reflexivo. Tá.
Eu acho está luta importante, mas confesso que cansei da forma como ela é encarada, sempre buscando algum reparo ao invés de olhar para o futuro, a única forma de mudar esta situação é a educação. Remoer está chagas não vão cicatriza las muito menos melhorar a vida dos decendentes dos escravizados, mas não vejo está luta pelas várias organizações que existem para cuidar disso inclusive as governamentais. O BB pode despejar bilhões na causa e nada vai mudar, só a educação salva.
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