Hélio Schwartsman > A boa morte Voltar
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Eu acho que é uma questão delicada. Vamos pensar num quadro de demência grave, em que o paciente não pode opinar mais qualquer opinião com lucidez e autonomia. Quem decidirá pela eutanásia dele? Veja, o titular da vida não está mais em condições de opinar. É a famÃlia? Quem da famÃlia? Os pais? Os filhos? A esposa? Deve ser uma decisão unânime da famÃlia? E se o paciente for alguém de muitas posses, a decisão dos herdeiros ainda assim predomina?
Uma dificuldade é separar a vontade expressa da vontade real. Minha avó, quando passou dos 80, começou a acumular tantos perrengues de saúde que à s vezes falava que queria morrer. Mas nunca tentou o suicÃdio, o que seria uma consequência lógica desse desejo.
Sou favorável a que não se prolongue artificialmente a vida em situações irreversÃveis, mas reticente quanto à abreviação autorizada... Penso que a postura adequada diante de questão tão delicada e complexa não virá nem da religião vigente nem de uma visão materialista da vida, mas de uma percepção abrangente, verdadeiramente "espiritual ", de que ainda não dispomos...
Assim como doação de órgãos , eu deveria poder escolher a circunstancia que vai me manter vivo.
Irretocável!
"Better never to have been". (Benatar)
Drauzio Varella e Hélio Schwartsman brilhantes e humanos, como sempre. Já não basta termos nossas vidas nas mãos do centrão e dos vendilhões do templo, são eles que também decidem como serão nossos momentos derradeiros.
Tinha uma vizinha que passou dez anos em coma profundo. Faleceu em decorrência do Covid. Uma cuidadora passou para ela. Sou contra eutanásia, até para as crianças peludas. Nina Maria, ficou mais para lá do que para cá e partiu na hora exata. O mesmo ocorreu com o Fufu. Mas, deveria ser autorizado: quem quiser fazer num ente querido que o faça.
Nossos polÃticos não aprovam a lei para não perderem votos dos evangélicos.
Acabo de vir do funeral de uma amiga que morreu de câncer após cinco meses acamada. Me pergunto se ela teria escolhido abreviar esse perÃodo de sofrimento e de desfecho previsÃvel. Acho que eu escolheria a eutanásia em caso semelhante.
Solidarizo-me na dor com os parentes e amigos.
É quase sempre difÃcil discordar de Schawartsman. De fato, deveria o "dono da própria vida" ser a única pessoa, em regra, a decidir o momento de quando não valeria mais a pena continuar viver. Infelizmente, há poderosos que pensam o contrário.
Essa é a verdadeira liberdade de expressão/decisão.
Existem ótimas razões para regular a eutanásia, a legalização de cannabis, a legalização do aborto, entre outras medidas, como a maioria dos dez ou quinze paÃses com os mais altos IDH. Só falta Silas, Edyr e Valadões da vida autorizarem, rs. Pobre pais enjaulado na ignorância dos mercadores do templo com o apoio da Igreja Católica e afins.
O Edyr com Y é um ato falho de aproximação com a matriz.
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