É uma teoria tentadora mas há um contra exemplo no cone sul. Uruguai, Argentina e Chile não foram grandes exportadores na era colonial e nem tiveram escravidão relevante. Mas estão no mesmo barco que Brasil, México e Colômbia, com pouca diferença na renda per capita.

Esse é um jeito de não falar sobre o prêmio Nobel. Ignorar a conclusão mais importante. Que os instrumentos todos-tributos, finanças, pensões, direitos trabalhistas, educação e saúde-, sejam usados para que fazer economia ser distributiva. Ninguém esperava que um radical do neoliberalismo fosse capitular pelo simples Nobel, mas nem informar discordando? Ninguém pensa que teria substância, mas nem tentar?

O buraco institucional brasileiro, vai muito além do governo federal. Abrange o Ministério Público, a magistratura, os tribunais de contas e lógico o Congresso. Também engloba todas as instituições de nível estadual, além de prefeituras e câmaras de vereadores. Em muitos estados, por exemplo, é praticamente proibido que um município de interior se desenvolva mais que suas respectivas capitais, caracterizando como um exemplo do peso institucional nos negócios privados em municípios de interior.

Além disso, Samuel é um colunista que considero bastante lamentável: em dois mil e catorze já defendia cobrança em universidades públicas, quando ia ser ministro de Aécio, dizendo que os pobres poderiam ter acesso a programas de crédito com juros baixos. É uma ave de rapina!

Os EUA, ricos e poderosos, são uma sociedade tensa e desigual, talvez não no mesmo nível que o Brasil: mas eles produziram uma política externa agressiva e um racismo pior que o nosso. Por fim, o problema do Brasil é também cultural: agora temos crianças no Instagram dizendo que não é preciso aprender matemática e ficando milionárias vendendo cursos de ganhar dinheiro. O caminho da direita para o Brasil: desvalorizar a educação e piorar a desigualdade, não nos levará ao desenvolvimento.