Marcus Melo > Celso Furtado e o papel das instituições no desenvolvimento econômico Voltar
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O Celso Furtado para mim estava apenas tecendo uma narrativa para justificar subliminarmente um golpe autoritário, em que o presidente governasse passando por cima do congresso. E passado tantos anos, é curioso ver que mesmo nos maiores centros urbanos, muitos polÃticos patrimonialistas são eleitos e reeleitos. É muito difÃcil conseguir dezenas de milhares de votos só na base da argumentação racional.
O mestre Celso Furtado precisa ser relido e rediscutido! Continuam relevantes as análises que faz dos conflitos polÃticos, econômicos e sociais no paÃs e das expectativas de aproveitamento de nossos recursos naturais e humanos para nosso desenvolvimento. A retomada de sua discussão competente e crÃtica, revista com os dados da realidade atual, pode contribuir significativamente para os nossos programas e projetos nacionais.
O antagonismo entre Presidente progressista e Congresso conservador não descreve apenas um embate polÃtico geográfico, mas também sintetiza as profundas contradições que moldam o tecido polÃtico-econômico do Brasil. Os centros urbanos, com seus ideais modernizantes e cosmopolitas, enfrentam resistência de uma polÃtica mais apegada à s tradições, interesses locais e estratégias clientelistas. Essa dualidade lembra o paÃs do século vinte, que Celso Furtado analisou com perspicácia.
No Brasil, os grotões não necessariamente se localizam no Norte e no Nordeste, há muito de grotão na mentalidade dos eleitores do Sul e Sudeste, basta observar como o provinciopatrimonialismo campeia solto por nossas urnas eleitorais. O número de parlamentares na Câmara dos Deputados dispostos a manterem o paÃs no atraso e a pobreza no tronco é de fazer arrepiar: eu estimo em 370 o número dessas gloriosas almas. Disso, resulta uma nação espoliada e achacada incessantemente.
Análise perfeita
Ocorre que as classes medias e brancas das regiões mais urbanizadas têm abraçado o fascismo e o atraso por medo dos pobres e dos negros. Medo ignorância.e preconceito. Ao passo que as regiões menos "desenvolvidas' , mas não menos conectadas com a modernidade fazem escolhas sem o medo dos pobres. A economia sem a análise da cultura e da história é muito.pobre.
Ocorre que as classes medias e brancas das regiões mais urbanizadas têm abraçado o fascismo e o atraso por medo dos pobres e dos negros. Medo ignorância.e preconceito. Ao passo que as regiões menos "desenvolvidas' mas não menos conectadas com a modernidade fazem escolhas sem o medo dos pobres. A economia sem a análise da cultura e da história é muito.pobre.
Marcus, meu caro, o excepcional sanitarista Dr. Ruy Castro nos traz hoje uma observação de campo que diz muito do que virou a nossa "urbanidade". Junte-se, a esta, outra: a corrida eleitoral em São Paulo, protótipo da urbe desurbanizada - até em aspectos concretos, como a distribuição de energia. Esses metropolitana tão assazmente aferrados à época do engenho como unidade produtiva e do tronco como sistema de recursos humanos. Furtado, nada: furtaram-nos o racional coletivo.
Eita, carÃssimo Adonay, o PT cometeu uns erros no passado que, hoje, viraram "acertos", com ironia polissêmica. Quanto ao Spy vs Spy, falá pocê, Homi, podÃamos ter Pitonisa vs Márcia Vidente que era capaz de ser mais útel! Hahahahah!
Kkk. Muito bom! Marcos vc Marcus. Lembrei da revista Mad. Espião branco vs Espião preto que eu adorava. Que falta faz a Mad nesses tempos de Redes Sociais! Meu vizinho tem a coleção inteira. Essa do Dr Sanitarista Ruy Castro é ótima, kkk. A afirmação do Celso Furtado Presidente Urbano vs Congresso dos grotoes permanece ate hoje, e em 64 deu urubu no milhar. Em 03, em lugar de Lula urbano se juntar com Fhc Urbano, alugou os grotoes no Mensalão e Acm e Lira dividiram o bolão.
Melo vê pela superfÃcie. PT e Lula têm os mesmos grotões que Arena e ditadores tinham nos anos pós-74. O BOLSA-FAMÃLIA do lulo-petismo é o FUNRURAL da ditadura-castrense. Não há divórcio na concepção de Mestre Furtado, como Marcus quer fazer crer. Basta atentar à perspectiva holÃstica de Furtado: "Existe um conflito fundamental entre o muito que se pede e espera do poder público e o desejo de não pagar impostos, particularmente das classes de altas rendas". Mais "up to date", impossÃvel!
Dedo no'zóio, meu caro...
Ocorreu uma mudança no caso do executivo, no casod do legislativo o problema da representação não mudou. Um senado forte onde estados atrasados tem um peso desproporcional por design e, no caso da câmara, uma representatividade prejudicada pela limitação máxima de 70 deputados por estado que tira cerca de 45 deputados de SP o que piora muito o sistema
As causas do fenômeno do Sul que vota para frear o processo, alinhado com a Reação neolÃtica ou paleolÃtica, não devem ser procuradas muito longe. Creio que na origem há um profundo ressentimento de ordem antes de tudo cultural. O Sul como região é escanteado da festa da cultura brasileira. Nossos talentos são aceitos, mas individualmente, ou no desastre. Se a região se afirma, dizem que é racista. Já se for o caso dengoso da Bahia...O alinhamento reacionário é um modo de protestar.
A introdução ao assunto foi boa, Marcus. Cabe agora analisar: o conflito Executivo-Legislativo e a ingovernabilidade se aprofundaram com o deslocamento dos votos das cidades para o interior (grotões) e vice-versa? Por que motivo essa inversão cidade-interior aconteceu? Celso Furtado estava errado, ou foi a realidade que mudou, exigindo novas avaliações?
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