Algumas observações. John Brown, que eu considero um herói, não era um líder religioso como a matéria sugere. De origem calvinista, acreditava que a escravidão era o maior dos pecados, pois tirava o escravo seu livre arbítrio. Ou seja, a possibilidade de escolher entre o certo e o errado. Embora a revolta no Haiti possa tê-lo inspirado, ela não lhe foi contemporânea, já que tinha ocorrido mais de meio século antes da sua ação revolucionária.

Se a inspiração era o Haiti, faltou ao Brown uma informação crucial: A proporção de negros em relação à brancos era enorme na ilha, que era basicamente um enorme canavial, com algumas poucas famílias proprietárias. Os EUA eram uma sociedade bem mais diversificada, com menos escravos que o Brasil, e uma maior quantidade de brancos.

Glória, glória aleluia é uma canção gospel brasileira adaptada do hino nortista na guerra civil americana. Mas a música original é "Jonh Brown's body", cantado pelos soldados em homenagem à John Brown. Em tese, em cada igreja, templo brasileiro, louva-se essa granda figura, mesmo sem saber. E na boa, ele merece isso e muito mais.

John Brown foi corajoso e fiel aos princípios evangélicos lutando contra a escravidão. Foi quem sabe a pequena semente que germinou e encorajou a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. A semente que vingou e frutificou na figura de Martin Luther King.

Não conhecia este episódio !

Penso que faltou habilidade a Lincoln para abolir a escravidão de forma negociada e com o pagamento de indenizações aos proprietários de escravos, como havia sido feito na Inglaterra, em 1833. Talvez tivesse evitado a Guerra Civil, a qual produziu mais de seiscentos mil mortos, centenas de milhares de mutilados e imenso prejuízo material. Pagar indenizações ao proprietários de escravos teria saído muito mais barato.