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  1. José Cardoso

    Não vejo problema algum em casos como esse. Só achei muito caro viajar para a Suíça apenas para tirar a própria vida.

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  2. João Gabriel de Oliveira Fernandes

    Esse caso do poeta nos mostra que a eutanásia precisa ser muito bem pensada e supervisionada. Na Suíça, inventaram uma cápsula na qual o indivíduo pode simplesmente apertar um botão e se matar. Detalhe: sem supervisão médica. Fora que cápsula em si é toda charmosa, faz parecer que a eutanásia é algo glamouroso. Capaz de logo aparecer em shoppings, ao lado de poltronas de massagem.

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    1. Marcos Benassi

      Ôôô, João Gabriel, não conhecia esse dispositivo com todas essas facilidades. Quando visitei a Suíça, 2O anos atrás, eram capazes de fazer coisas muitíssimo inovadoras pela vida, como uma ousada campanha de redução de danos para heroinômanos, que funcionou muitíssimo bem em Zurique. Agora, quanto a oferecer o serviço em shoppings, creio que só vai acontecer nas lojinhas de heroína, que não existem.

  3. Anete Araujo Guedes

    Frente a uma doença degenerativa ou incurável, ou a uma gravidez indesejável, cabe a cada um, que passa por esse sofrimento, decidir em plena concordância com seu desejo. Não compete ao outro julgar ou apresentar impedimentos que favoreçam suas crenças. Se vivem em um país subdesenvolvido, que procurem outros em que essas amarras reacionárias e autoritárias foram ultrapassadas.

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    1. Anete Araujo Guedes

      Estamos longe disso, Marcos. Se Nunes for eleito, seguimos com o apagão generalizado, além de fortalecer a candidatura de Tarcísio, em 2026. Os dois rezam nas mesmas cartilhas de Bolsonaro e do Mercado financeiro.

    2. Marcos Benassi

      Poi Zé, Anete, mas essa é uma alternativa viável a 1O% da população, se tanto. A batalha tem que se dar é aqui na Terra Brasilis mesmo, para que seja respeitosa e redonda.

  4. adenor Dias

    Viver sem vontade de viver, é torturante para o paciente, e quem os cercam. na minha opinião Eu sou a favor da eutanásia. Mesmo porque os médicos pode fazer a abreviação de uma vida, sem que saibamos. Eu ouvir falar num tal segredo de Hipócrita que talvez sirva para proteger os médicos em caso de erros, ou decisões propositalmente...

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    1. Marcos Benassi

      Hahahahah, caro Adenor, o Juramento de Hipócritas protege não somente do erro médico: protege também aqueles que receitaram cloroquina e ivermectina, bem como minimizaram ou ignoraram a proteção oferecida pelas máscaras e pela distância social. Ajuda também a inúmeros indivíduos eixscrotos ascenderem na hierarquia médica, inclusive chegando a postos de direção do conselho federal de medicina. É útel pra Baralho, esse Hipócritas... Hahahahah!

  5. Marcos Benassi

    Continuando, em outra dimensão: ao se dizer do "interesse social" em evitar a escolha pessoal pela morte, isto significa ser lícito à sociedade fazer uma escolha, pelo indivíduo, que implica em seu (dele) próprio sofrimento, seja qual for? A qual interesse da sociedade isso responde? Uma vez que somente o indivíduo morre, e não *a sociedade*, parece-me que isto viola claramente qualquer princípio de autodeterminação que você já tenha defendido aqui. Evidente, um artigo curto; todavia, simplório.

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  6. Marcos Benassi

    Bem, Hélio, o último parágrafo de sua reflexão é irrepreensível. O resto, parece-me perfeitamente discutível: há uma arrogância cientifico-filosófica em se dizer de um "transtorno temporário tratável", desconsiderando a quantidade de sofrimento vivido pelo indivíduo. Se não há uma medida objetiva da dor física, que dizer da psicológica? Por "tratável", a ciência considera ter boas soluções para situações de grave, contínua e extensa dor psíquica? Este sofredor, por anos, escolherá "irrefletidame

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    1. Marcos Benassi

      Eita, sô, cê fez uma síntese tão verdadeira quanto horripilante. Até em outros lugares nos quais o nível de violência é muito menor, o distúrbio do sofrimento crônico é uma questão aguda e preocupante. Numa Suécia ou Dinamarca, onde as violências da fome e da pobreza, da recusa à aceitação do gênero alheio, p ex, são mínimas, ainda assim muitas pessoas sofrem continuamente e, em certo ponto, matam-se. São tantas as origens da infelicidade que este texto é muito diminuto, inclusive intelectualmen

    2. Fabrício Schweitzer

      Prezado Marcos, obrigado pela tradução da vida como um ato político. E sobre o "transtorno temporário tratável": só quem desconsidera a enorme violência psicológica que o Brasil, por exemplo, inflige em seus cidadãos. Um país com histórico de pobreza aguda, cidades violentas, ditadura militar e seus fantasmas, necropolítica como um norte, enfim, apenas para citar algumas crueldades. Temos o dever de parar de responsabilizar o sujeito pelo sofrimento psíquico. Há muitos fatores externos.

  7. Fabrício Schweitzer

    É muita jacobice diante de tanta guerra, fome, miséria etc. Vejo a decisão do Cícero como um bravo ato político, também!

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    1. Marcos Benassi

      Embora não tenha lido nada sobre esse processo de morte do Antônio Cícero, caro Fabrício, muito menos sua carta, que deve ser bastante contundente, a vida, em seus muitos aspectos, é política: a forma como nos relacionamos, aquilo que escolhemos comer - e que move uma extensa cadeia de relações, vivências e, por que não, muita morte - e uma outra infinidade de coisas, inclusive nossos votos (sufrágios, não as promessas), são absolutamente políticos. Só tenho a concordar com sua percepção.

  8. Matheus Battistoni

    Cada um responde por si. Censurar carta de suicídio é um paternalismo ridículo, como toda censura.

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  9. Luiz Gustavo Amorim

    Pleno século 21 e precisamos pedir pelo amor de Deus pela laicidade do estado, rs. Cruz credo!

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  10. João Vergílio

    Concordo plenamente. O desafio da contemporaneidade é criar um espaço íntimo livre ao máximo, onde o indivíduo decide o que faz de seu corpo, o que lê, o que come, o que vê, e um espaço público recatado, que seja transitável com conforto por pessoas muito diferentes entre si. Sem um novo mix de recato e tolerância, não teremos como conviver. Evangélicos têm que aceitar o direito à eutanásia para os outros, e a lei deve garantir que eles possam educar seus filhos como acham correto.

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    1. Marcos Benassi

      Como um *direito*, caro João, deve poder ser desfrutado por qualquer um, crente ou não, adepto de qualquer religião. É, a qualquer um, dada a possibilidade de recusar o exercício de um direito; todavia, quando na situação de sofrimento continuado, até o evangélico pode mudar seu olhar e optar pela eutanásia. Às pessoas, quando estão em situação regulamentar, é muito fácil negar ao outro direitos básicos, como ao alimento, moradia ou cessação de sofrimento. Na hora em que o vivem, é que são elas.